29 de março de 2010

As raízes do vampirismo

A origem do termo vampiro é um verdadeiro mistério. Muitos estudiosos e escritores associam este termo obscuro e macabro às estranhas criaturas chamadas vampir que viviam nas florestas da Hungria. Outros afirmam que, na Turquia, os bruxos eram chamados de uber e, na Polônia, o termo era upire, que designa sanguessuga. Muitos outros povos pelo mundo davam nomes diferentes, mas sem dúvida, o que importava realmente era o conceito associado a estas criaturas terríveis, que saíam de seus túmulos à noite para buscar o sangue dos entes vivos.

As lendas sobre vampiros, ou sobre criaturas com hábitos semelhantes aos dos vampiros, existem há milhares de anos, mas ganhou destaque no século XVIII, com a histeria desencadeada por uma série de incidentes ocorridos no leste europeu. Estes casos se originaram em torno do famoso evento de um soldado, Arnold Paul, que foi acusado de ter iniciado o surto de vampirismo. Muitos estudiosos, teólogos e cientistas como Voltaire, Diderot e Dom Calmet passaram a argumentar a favor da existência dos vampiros, elevando as questões aos níveis acadêmicos. A mais cuidadosa defesa dos vampiros veio do estudioso bíblico francês Dom Augustin Calmet em seu trabalho de 1746, intitulado Dissertations sur les Apparitions des Anges, des Démons et des Esprits, et sur les revenants, et Vampires de Hungrie, de Bohême, de Moravie, et de Silésie.

Mas foi em 1897 que Abraham (Bram) Stoker, com a sua romântica história de horror “Drácula”, introduziu a imagem do vampiro como a conhecemos hoje. O conde Drácula, vilão morto-vivo da Transilvânia, tornou-se o vampiro típico com o rosto pálido e enormes caninos, que usava para extrair de sua vítima o precioso líquido que o mantinha vivo: o sangue. Esta criatura não refletia no espelho e não gostava da cruz, pois temia a luz divina. Para espantá-lo, bastava algumas gotas de água benta e uma boa réstia de alho. Para destruí-lo, um martelo e uma estaca ou os raios do sol, armas amplamente usadas pelo seu arqui-inimigo Abraham Van Helsing, o caçador de vampiros.

Esta obra foi levada ao cinema em 1931, dirigido por Tod Browning e estrelado por Bela Lugosi, que se tornou um ícone para todos os filmes posteriores sobre a criatura obscura vinda das trevas. Mas em 1976, com o seu Interview with the Vampire, Anne Rice moldou, através de seu personagem Lestat de Lioncourt, a imagem do novo vampiro contemporâneo, que arrastou uma legião de fãs e interessados para esse maravilhoso universo.

Fica uma pergunta no ar: o que são vampiros?

A definição mais comum encontrada: vampiro é um morto-vivo que se levanta do túmulo para reclamar o sangue dos vivos e, a ssim, reter a aparência da vida. Ignorava-se como é que um vampiro podia sair do túmulo sem deixar vestígios. Foi desse ponto que surgiu a seguinte tese: ele se libertava da sepultura em forma de gás ou vapor e depois se condensava o suficiente para dar a ilusão de ser um ente vivo. Assegurava-se que o espírito transitava pela noite e escolhia a sua vítima entre as pessoas incautas e mais fracas, que deixavam janelas ou portas abertas. Estas criaturas atacavam as vítimas bebendo o seu sangue e gerando pesadelos. Quando a vítima parava de lutar contra a situação, diminuíam os sonhos ruins e um estado de torpor e aceitação assumia o seu lugar, levando-a à morte.

Será que os vampiros existem?

Não há provas concretas que possam provar a sua existência e estudos na área da Tanatologia (Thanatos= morte; logia= ciência, estudo da morte) são bastante conclusivos, mostrando que muitas das crenças aplicadas ao folclore sobre o assunto têm bases bastante reais, mas não levam a provas irrefutáveis sobre a existência de tal criatura.

Acredito que, se os vampiros existirem, não são como imaginamos. Sentimos a necessidade de exagerar e até fantasiar a respeito, para desta forma nos sentirmos mais seguros, como os vencedores diante da criatura demoníaca. Mas imaginemos um mundo com vampiros: eles seriam os predadores da raça humana, não passaríamos de “gado”, como pregam algumas crenças vampíricas. Com a sua experiência e a vivência – eles seriam imortais, podendo viver centenas ou até milhares de anos – teriam poderes e capacidades além dos limites humanos, tornando-se absolutamente poderosos e já teriam tomado o poder do mundo.

Ou podem existir realmente, mantendo-se escondidos para impedir que os homens os cacem? Gerando desinformação como em uma conspiração, mantendo desta forma o seu poder sobre os próprios homens, sem a necessidade de se mostrarem?

Ou eu sou um vampiro e fui autorizado a escrever este texto para deixá-los em dúvida...?

Ou... ou ... ou... Você nunca vai saber.... ou vai????



Referências:

- O Livro dos Vampiros - A Enciclopédia dos Mortos-Vivos

J. Gordon Melton - Ed. Makron Books - 1995

- O Vampirismo - Série Enigma de Todos os Tempos

Robert Amberlain - Livraria Bertrand

- Vampires, Burial, and Death - Folklore and Reality

Paul Barber - Yale University Pres New Haven and London

- Vampire - The Complete Guide to the World of the Undead

Manuela Dunn Mascetti - Penguin Studio by Penguin Books

- O que é Vampiro?

José Luiz Aidar/ Márcia Maciel - Editora Brasiliense

- The Vampire - A Casebook

Alan Dundes - The University of Wisconsin Press

Um comentário:

  1. É interessante, mais na minha opinião os vampiros não existem essa lenda deve ter sido criada por causa de algum caso de vampirismo que provavelmente ocorreu na época por uma pessoa com problemas mentais é claro, e o resto da lenda criou-se como conta o ditado: Cada conto aumenta um ponto.

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