27 de maio de 2010

Vampiros X Vampyros


O mito dos vampiros transcendem o tempo e o local. Em cada canto do planeta você ouvirá um mito sobre um ser bebedor de sangue, que retorna do reino dos mortos, para viver eternamente. Alguns conhecem o mito como uma pessoa que não completou sua missão na Terra, ou que morreu de forma inadequada, ou mesmo foi enterrada de forma indevida. Temos também o mito de Lamia, que por ter perdido seu filho durante o parto, ficava sobre uma árvore e atacava as mães e seu filhos ou mesmo jovens rapazes, que ela seduzia e bebia de seu sangue. Das Américas Andinas ao Japão, o mitos são os mais variados e muitas vezes semelhantes. O mito foi tão bem desenvolvido na Ásia e no oriente europeu, que encantou a Europa Ocidental, que começou a desenvolver poesias e contos do mais diversificados, sobre vampiros. Até que um grupo de ingleses se reuniu e dediciram desenvolver contos de horror. Deste encontro saiu "Frankenstein" de Mary Shelley e "O Vampyro" de John Polidori. Lógico, o nome do título não tem haver com o que escreverei mais a frente, mas é interessante como Polidori usou este título. Ele o escreveu em homenagem a um dos grandes escritores da história, que participou naquela noite do encontro, Lord Byron. Durante uma viagem dos dois na Grécia, Polidori desenvolveu seu personagem pensando no seu companheiro. A história é sobre Lord Ruthven, um lorde inglês que viaja com um jovem pela Grécia, e lá este jovem descobre que ele é um vampiro. Os dois se separam o só vêm a se encontrar no casamento da irmã do jovem rapaz com o Conde Masden (daí vem meu sobrenome), que consequentemente é Lord Ruthven, que herdará o título do próprio pai. Lógico, não contarei toda história, pois ela é muito interessante. É interessante a mudança do estilo do vampiro neste momento, que passa de morto-vivo para um membro da alta-classe inglesa. Este romance foi uma das idéias iniciais para outro grande romance, mais conhecido de todos. De Bram Stoker, "Dracula". Dracula contava, através de cartas e diários, a história de um conde romeno que vai morar na Inglaterra vitoriana e lá começa a vampirizar jovens e encantá-las. O interessante é que, o vampiro de Polidori não tinha problemas com sol ou mesmo objetos sagrados. Lógico, preferia a noite para agir, pois a escuridão o favorecia, mas o sol não lhe fazia nenhum mal. Já Dracula manteve o mito religioso de que não poderia tocar ou ser tocado por um objeto sagrado, como um crucifixo. Uma das artimanhas do personagem de Van Helsing, foi encher o caixão de Dracula com hóstias eucarísticas, tornando a terra ali dentro consagrada. Dracula se tornou o ícone do vampirismo mítico-moderno, fazendo a todos crerem que o conde Vlad, O Empalador, cujo pai fez parte da Ordem do Dragão (Dracul, que significava demônio ou dragão) e se auto-denominava Vlad Dracul, era um vampiro mesmo. O povo romeno considerou o livro uma ofensa ao seu herói, mas isso não impediu Drácula de chegar ao teatro, primeiramente, e logo depois ao cinema. A primeira versão data de 1922 e foi feito na Alemanha, seu título era Nosferatu, eine Symphonie des Grauens, do cineasta F.W.Murnau. Sem permissão da viúva de Bram Stoker, Murnau criou sua própria versão do romance. O vampiro se chamava Graf Orlock e foi generosamente interpretado por Max Schreck, mas nem por isso deixou de ser caçado. A viúva de Stoker processou o diretor do filme e ordenou que todas as cópias fossem queimadas, só que após o falecimento dela, várias outras surgiram e com isso fora salvo o primeiro filme de vampiros da história do mundo. Essa versão de Murnau gerou várias cópias também, dentre elas Nosferatu: Phantom der Nacht, do alemão Werner Herzog, Shadow of Vampire, de E.Elias Merhige, onde o ator John Malkovich interpreta Murnau e Willem Dafoe interpreta um Max Schreck baseado no mito. Falavam que Schreck, durante todo o período de gravação de Nosferatu, nunca tirou o figurino, sempre mantendo a maquiagem e os dentes postiços. O filme também ganhou uma interpretação em palco, através da Cia. de Teatro Urgente, de Vitória-ES, que manteve o nome Nosferatu, mas a transformou num trabalho de expressão corporal, interpretado pelo bailarino Marcelo Ferreira. A versão de Dracula, feitas para os palcos dos teatros ingleses pelo próprio Stoker, fez enorme sucesso, principalmente com o ator austro-hungáro Bela Lugosi o interpretando. Por isso que o diretor Tod Browning o convidou, em 1931, para fazer o filme Dracula. Com o roteiro baseado na peça, o filme nos mostrava um Conde Dracula vestido com pompa e elegância e sem os enormes dentes afiados, que só viriam a surgir em 1958, quando Christopher Lee interpretou o vilanesco Conde no filme Horror of Dracula, pela Hammer Films Productions. A história de Dracula no cinema é longa e vem com filmes maravilhosos a filmes deploráveis, que contêm o nome do personagem, mas um que consagrou foi pelas mãos do diretor Francis Ford Coppola. O filme Dracula de Bram Stoker, de 1992, trazia uma versão o mais aproximada possível do livro de Stoker e também se baseava nos livros de Radu Florescu e Raymond T. McNally, "Em Busca de Drácula e Outros Vampiros" e "Dracula: Mito ou Realidade". A história era a seguinte, o Conde Vlad III, O Empalador, é casado com uma jovem, chamada Elizabeth. Um dia ele parte para a guerra, na intenção de combater os magiares, povo turco e bárbaro, e quando volta descobre que sua esposa cometera suídicio, assim não podendo ter um enterro católico. Vlad não concorda com isso e condena a Igreja, mas ele termina condenado a vida eterna. Passado longos anos, o jovem Jonathan Harker vai a Transilvania para vender um imóvel a um misterioso Conde Dracula e lá descobre que ele é um vampiro que deseja ir a Inglaterra. Jonathan é impedido de fugir do castelo de Dracula e este vai para o país inglês, onde conhece Mina Murray e por ela se apaixona. Ela também se apaixona por ele, mas desconhece que ele é o responsável pela enfermidade surpreendente que assola sua amiga, Lucy Westenra. N ointuito de ajudar a jovem enferma, um médico, amigo da família da srta. Westenra, chama o renomado médico-professor Abraham Van Helsing. Ele descobre que ela fora vampirizada e que corre enorme perigo... Resumindo um pouco a história, ela se torna uma vampira, descobrem o responsável, após a volta de Mina e Jonathan da Romênia, onde se casaram, mas Mina também é vampirizada e como solução eles têm de ir a caça do conde, que retorna ao seu país e é morto pelos homens apaixonados por Lucy - Lord Arthur Holmwood, Quincy Jones e o Dr. Jack Seward -, Jonathan Harker e o Prof. Van Helsing. Bem, o filme é fantástico e glorifica o mito de Dracula. Mas como eu disse, é um mito. Vlad III, o Empalador, para muitos foi um terrível vilão assassino, que matou vários na ponta de uma lança, mas no seu país ele é um herói, que defendeu a soberania do seu povo como pôde, mas a história de Vlad e sua família envolve o misticismo, pois diziam que a Ordem do Dragão tinha um envolvimento muito assíduo ao ocultismo. Bem, mais na atualidade uma nobre senhora de Nova Orleans decidiu modificar ainda mais o mítico mundo vampírico, então em 1976, Anne Rice decidiu escreveu Interview With The Vampire. O livro conta a história de Louis De Pointe du Lac, um abastado senhor de terras que após perder esposa e filha, decidi que sua vida não presta, só que mal sabe ele que está sendo estudado pelo vampiro Lestat de Lioncourt, que o quer como cria. Após transformá-lo em vampiro, Lestat e Louis vivem várias aventuras e em uma delas criam a vampira-criança Claudia. Claudia e Louis decidem viver sozinhos, e ela decide dar cabo do seu criador, então os dois partem para a Europa, onde vivem outro momentos inusitados, até chegarem a França e serem convidados ao Theatré du Vampires, onde conhecem Armand e uma horda de vampiros. Eles decidem dar cabo de Claudia, pois não podem aceitar uma vampira-criança... O resto da história vocês terão de ler. Estava criado assim um novo universo de vampiros e um novo mito, onde envolvia-se até os primeiros povos do mundo. Anne Rice ainda viria a escrever The Vampire Lestat e The Queen of the Damned, ampliando ainda mais sua nova mitologia vampírica. Lógico, estes três não foram os únicos, The Vampire Chronicles possuem um total de dez livros e mais dois que fazem parte dos The New Tales of the Vampires. O sucesso dos livros de Anne Rice a fizeram receber um convite para escrever o roteiro do filme, dirigido por Neil Jordan e com os atores Tom Cruise (Lestat), Brad Pitt (Louis) e Antonio Banderas (Armand) e a atriz - ainda jovem - Kirsten Dunst (Claudia), Interview With The Vampire. Um dos filmes mais fiéis, conta com certa exatidão de tudo que o livro possui. Era para ser único, se não tivessem cometido o erro de fazerem Queen of the Damned, com direção de Michael Rymer. O filme trazia uma mistura dos dois livros seguintes de Anne Rice, Tha Vampire Lestat e The Queen of the Damned. Um verdadeiro desastre devido a descaracterização dos personagens do livro, o filme é esquecível. Só não foi pior do que as tentativas posteriores de ressucitar a franquia Dracula. Dracula 2000, com direção de Patrick Lussier, nos trazia um Dracula, que não era exatamente o Conde do livro, mas (risos!) Judas Escariotes. Filmes dos mais diversos existem e mantêm mitos ainda existentes. Alho, rosas, hóstia, artefatos religiosos, sol, espelho, tudo isso ainda é utilizado contra um vampiro. Até atualizaram as coisas, mostrando que vampiros não aparecem em fotos, mas até onde isso é verdade ou mentira? O vampyrismo real existe! Ele vive entra nós e acreditem, andam durante o dia, bebem e comem como qualquer outro, só que são raros os que se alimentam de sangue, como cita o mito. Sua maioria se alimenta de algo chamado prâna (energia psíquica, vital, que mantém o corpo físico funcionando), no intuito de se fortalecer e gerar algo além da imaginação e do conceito de humanidade. Para chegar a esse assunto mais a fundo, deveremos colocar vários outros fatores aqui. Lógico, comecei falando da mitologia e falarei dela durante um longo tempo, pois para ter uma compreensão mais enriquecedora de tudo, nada melhor do que saber o que não é real, para podermos separar. Mais a frente falarei mais profundamente do filmes, livros, jogos e outras coisas, que no levaram ao esclarecimento, até chegarmos no momento de falar sobre o vampyrismo real. O vampyro que menciono não tem - ou tem - muito haver com o Vampyro de John Polidori, mas isso só será descoberto mais para frente.

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