13 de dezembro de 2012

A Declaração de Asmodeus


Atenção a mim, pois eu sou Asmodeus, que treina a mente em reconhecimento e comparação e sou o Demônio da ciência e do julgamento. Quando Satan inicialmente tocou a mente do homem, ele convocou um concílio no Inferno e disse.
O momento é solene, pois eu escolhi passar ao homem nosso conhecimento. Muitas habilidades ensinaremos a ele, cada uma em sua forma, mas três delas ele deve estar bem escolado pois os caminhos do seu futuro reside na síntese destas. Por isso chamo primeiro Asmodeus para guiar o homem em sua percepção da verdade e do erro, pois diante dele existem grande testes, e ele não deve enfrentar as consequências de suas opções levianamente.

E assim eu vim a Terra e testemunhei o homem preso na irracionalidade do barbarismo e nos extremos das emoções primitivas. Ajudei-o então a organizar e direcionar seu pensamento pois a arte de Uriel trouxe a ele fome, e frio e frio, dor e medo e o verme que corroí com o desamparo. Eu o vi atirando seu corpo esmagado nos altares de Deus e renunciando o Presente de Lúcifer, pois foi incapacitado de o compreender com esta maldição sobre ele. E eu o impeli com a urgência de que a primeira fagulha da futura grandiosidade do homem não deveria ser apagada pelo abraço mortal da religião.

Eu dei ao homem a disposição da memória para que ele descobrisse por si mesmo padrões de comportamento. Um presente de valor pois agora o homem podia conceber  o que antes não podia criou para si linguagens e trouxe a existência as primeiras nações da Terra. Mas destas estruturas veio a rudeza e a tirania e eu vi que as habilidades que eu ensinasse seriam espadas de dois gumes, tendo o poder de ser a favor e contra o próprio homem. E fui tomado por confusão e dúvida e solicitei novamente o conselho de Satan.

Justo eu que sou o Demônio do julgamento não pude desfrutar de minha própria arte? Eu disse, o homem pode não saber dos sistemas de ordenação e referência sem deles abusar? Mas Satan respondeu. Poderia Asmodeus amenizar para o homem o desafio que tem diante de si sem assim diminuir a força da Vontade que ele deve obter para subjugar Uriel? Eu não faria isso pois nós faríamos isso para nosso próprio prazer e o homem se tornaria um brinquedo do Inferno como se fosse do Céu. Realmente nós devemos dar as ferramentas ao homem para que ele as conheça, mas ele mesmo deve decidir a direção do uso delas.

Mas isso eu lhes digo - que não apenas em matérias científicas devemos tutorar o homem. Pois se ele tivesse o mecanismo como única marca do seu progresso nunca poderia desafiar Deus em si. No trabalhar da mente do homem devemos transmitir a sensibilidade estética e o afã artístico, e ele não verá suas conquistas sem considerar o refinamento de seus prazeres temporais.

Assim aconselhado eu retornei a Terra, e dei ao homem amostras das maravilhas que foram confiadas a ele. Eu aproveitei os patéticos trabalhos dos alquimistas e lhes sussurrei as chaves que um dia dariam curso a grandes avanços. Eu instiguei exploradores até os confins da Terra e arremessei uma maça em Newton quando sua obtusidade me envergonhou. A Democrito eu falei e pude ver a radiação que sai da matéria ser usada para construir e destruir o mundo dos homens. E o homem não negligenciou sua própria estrutura pois em minutos de vida ele encontrou suas próprias pistas e indícios de sua criação original. E eu Asmodeus levei matemáticos e astrônomos as maravilhas do firmamento e acompanhei o pensamento dos acadêmicos por muitas tardes. E mesmo que o homem ainda não atingisse maestria sobre seu ambiente eu falei de governo para Khem e Hellas para as dinastias de Ch'in e Ashanti e Tebochtitlan, e em grandes capitais e habitações semelhantes eu falei da irmandade entre os homens e sua correlação com as forças da Terra e aquelas do Universo além da Terra.

E eu trouxe vida e aventura e conquistas ao homem, mas cada dom era também uma ferramenta de destruição e morte, e mais frequentemente do que o contrário o homem se encheu de terror e guerras, pois Uriel também não cessou seu trabalho e jogava homem contra homem. E eu soube que Asmodeus sozinho não poderia completar o homem, mas forças além da minha deveriam abordar a definição de sua infinitude.

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