31 de outubro de 2011

Samhain

31 de outubro no hemisfério Norte & 1º de maio no hemisfério Sul





Samhain (pronuncia-se Sou-ein), festejado em 31 de outubro no hemisfério Norte e em 1º de maio no hemisfério Sul, é o Ano-Novo dos Bruxos. Esse dia sagrado é conhecido por inúmeros nomes. Para muitos, talvez, o mais conhecido seja Halloween. Para nós, Bruxos, é a festa na qual honramos nossos ancestrais e aqueles que já tenham partido para o País de Verão.

Essa é a noite em que o véu que separa o mundo material do mundo espiritual encontra-se mais fino e o contato com nossos ancestrais torna-se mais fácil. É também o momento tradicional para celebrar a última das colheitas e se preparar para o Verão.

O poder de magia pode ser sentido no ar, nessa noite. O Outro Mundo se coaduna com o nosso conforme a luz do Sol baixa e o crepúsculo chega. Os espíritos daqueles que já partiram para o outro plano são mais acessíveis durante a noite de Samhain.

Samhain ocorre no pico do Outono. É o tempo do ano em que o frio cresce e a morte vaga pela Terra. O Sol está enfraquecendo cada vez mais rapidamente, a sombra cresce e as folhas das árvores estão caindo, numa preparação ao Inverno que chegará. Essa é a última colheita, o tempo em que os antigos povos da Europa sacrificavam seus gados e preservavam sua carne para o Inverno, pois esses animais não podiam sobreviver em grande escala nesse período do ano devido ao frio vindouro. Só uma pequena parte, os mais viris e fortes, era mantida para o ano seguinte.

Samhain é a noite em que o Velho Rei morre e a Deusa Anciã lamenta sua ausência nas próximas seis semanas. O Sol está em seu ponto mais baixo no horizonte, de acordo com as medições feitas através das antigas pedras da Britânia e da Irlanda, razão pela qual os Celtas escolheram esse Sabbat, em vez de Yule, para representar o Ano-Novo. Para os Antigos Celtas, esse dia sagrado dividida o ano em duas estações, Inverno e Verão. Samhain era o dia no qual começavam o Ano-Novo celta e o Inverno, por isso era um tempo ideal para términos e começos.

É o dia ideal para honrar os mortos, pois nele os véus que separam os mundos estão mais finos. Aqueles que morreram no ano passado e aqueles que estão reencarnando passam através dos véus e portais nesse dia. Os Portões das Sidhe estão abertos e nem humanos nem fadas precisam de senhas para entrar e sair.

Em Samhain, o Deus finalmente morre, mas sua alma vive na criança não-nascida, a centelha de vida no ventre da Deusa. Isto simboliza a morte das plantas e a hibernação dos animais, o Deus torna-se então o Senhor da Morte e das Sombras.

Samhain é um festival do fogo e é a entrada para a parte sombria e fria da Roda do Ano. É em Samhain que as fogueiras são acesas para que os espíritos do outro mundo possam encontrar os caminhos para partirem ao Outro Mundo (País de Verão).

Samhain é o tempo de lembrarmos com amor aqueles que partiram para o outro lado, por isso é chamado de a Festa Ancestral. Toda a família, ou grupo, se reúne para reverenciar os que já partiram. É muito comum nesse Sabbat se realizar uma ceia em silêncio, conectando-se com aqueles que já cruzaram os portais dos mundos. É tradicional também deixar um lugar à mesa para os ancestrais e lhes servir pratos como se eles estivessem presentes à ceia.

Para aqueles que não têm família para festejar e celebrar seus ancestrais, alimentos geralmente são deixados do lado de fora de casa, na porta de entrada, em homenagem aos familiares e amigos desencarnados.

É também tradicional deixar uma vela acesa na janela da casa para ajudar a guiar os espíritos ao longo de sua caminhada ao nosso mundo para que possam encontrar o caminho de volta.

De acordo com os antigos celtas, havia apenas duas divisões do ano que iam de Beltane a Samhain (Verão) e de Samhain a Beltane (Inverno).

Samhain é um dos quatro grandes Sabbats e muitas vezes é considerado o Grande Sabbat.

Por ser o maior de todos e o mais importante também, todos os Pagãos consideram Samhain como a noite mais mágica do ano. Muitas práticas adivinhatórias foram associadas a Samhain, as mais comuns eram aquelas que prenunciavam casamentos e fortunas para o próximo ano que estava se iniciando.

Uma das tradições mais comuns praticadas pelos povos antigos era a de colocar várias maçãs em um grande barril de água. Várias mulheres se reuniam em volta do barril, e a primeira que conseguisse pegar uma das maçãs seria a primeira a casar no próximo ano.

Na Escócia, colocavam-se pedras entre as cinzas da lareira, deixando-as "descansar" durante a noite. Se alguma pedra fosse descoberta durante a noite, representaria a morte iminente durante o próximo ano de um dos moradores da residência.

Sem sombra de dúvida a prática mais famosa do Samhain é o Jack O'Lantern (máscaras de abóboras), que sobrevive até hoje nas modernas celebrações do Halloween. Vários historiadores atribuem suas origens aos escoceses, enquanto outros lhe conferem origem irlandesa. As máscaras eram utilizadas por pessoas que precisavam sair durante a noite de Samhain. As sombras provocadas pela face esculpida n abóbora tinham a virtude de afastar os maus espíritos e todos os seres do outro mundo que vinham para perturbar. Máscaras de abóboras também eram colocadas nos batentes das janelas e em frente à porta de entrada para proteger toda a casa.

O costume norte-americano de vestir-se com trajes típicos e sair pelas casas dizendo Trick or treating, nas noites de Halloween, é de origem céltica. Nos tempos antigos, o costume não era relegado às crianças, mas sim aos adultos. Em tempos ancestrais, os vagantes iam cantando cânticos da época de casa em casa e eram presenteados com agrados pelo seus habitantes. O Treat (presente) também era requerido pelos espíritos ancestrais nessa noite através de oferendas.

O Deus neste período é identificado com os animais que eram sacrificados para continuidade da vida.

Samhain é um tempo para a reflexão, no qual olhamos para o ano mágico que passou e estabelecemos as metas para nossa vida no ano que entra.

Correspondência de Samhain

Cores: preto e laranja

Nomes Alternativos: Festa de Todos os Santos, All Hallows, Mischief Night, Hallowmas, Noite de Saman, Samaine, Halloween, All Hallows Eve.

Deuses: Deuses Anciãos, a Deusa na sua face da Anciã, o Deus como o Senhor das Sombras.

Ervas: nós-moscada, sálvia, menta, mirra, patchuli, artemísia, alecrim, musgo, calêndula, louro, mandrágora.

Pedras: obsidiana, floco de neve, ônix, cornalina, turmalina negra, âmbar, granada, hematita.

Atividades:

Tomar resoluções para serem colocadas em prática no próximo ano que se inicia.
Queima de pedidos.
Confeccionar um Jack O'Lantern.
Fazer oferendas de maçãs e pães no jardim dos ancestrais.
Adivinhação através do Tarô, das Runas, da bola de cristal, da vidência em espelho negro e caldeirões com água.
Fazer máscaras que expressem a sua sombra.
Confeccionar vassouras.
Confeccionar um Bastão Mágico.
Confeccionar uma Witch's Cord (Corda de Bruxa) para proteção durante o decorrer do ano.
Acender uma vela laranja à meia-noite para atrair sorte no ano que se inicia.
Erigir um Altar com a foto de seus ancestrais amados e colocar oferendas sobre ele, demonstrando seu agradecimento e reconhecimento pelos feitos deles na Terra.
Comidas e Bebidas Sagradas: maçã, romã, nozes, cidra, vinho quente, abóbora, chá de ervas, batata.

Queima de Pedidos

A Queima de pedidos é um dos rituais tradicionais de Samhain. Nele banimos tudo o que tivemos de negativo e pedimos o que queremos atrair de positivo para o ano mágico que se inicia.

Para isso você vai precisar de:

Dois pedaços de papel em branco;
Um lápis;
Álcool de cereais;
Folhas de louro;

Seu Caldeirão.

Num dos papéis escreva tudo aquilo que você quer afastar de sua vida: obstáculos, doenças, pessoas indesejadas, dificuldades, etc.

No outro escreva tudo aquilo que você quer atrair para a sua vida: saúde, prosperidade, amor, sucesso, etc.

Seja bem específico em seus pedidos e não se esqueça de no final assinar e colocar a seguinte frase: Que tudo isso seja correto e para o bem de todos.

Coloque um pouco de álcool no seu Caldeirão, acenda-o e jogue o primeiro papel, aquele que contém as coisas que você quer afastar, no fogo. Enquanto o papel queima, mentalize o mal sendo afastado. Peça à Deusa e ao Deus que todas as forças negativas sejam anuladas e que o mal seja banido.

Espere o fogo acabar, então coloque um pouco mais de álcool no Caldeirão, tomando o devido cuidado, pois o álcool quando colocado em um recipiente quente evapora e pode entrar em combustão espontaneamente. Jogue então o segundo papel, aquele que contém as coisas que você quer atrair para a sua vida, no fogo. Coloque as folhas de louro nas chamas, sempre mentalizando as boas coisas que você quer atrair para a sua vida.
Quando o fogo acabar, concentre-se na fumaça, provocada pelas folhas, subindo os céus, e peça que seus pedidos se elevem ao mundo dos Deuses.

Confeccionando um Jack O'Lantern

A confecção do Jack O'Lantern é uma atividade tradicional desse Sabbat. Eles enfeitam toda a nossa casa no decorrer do dia, além de servirem de ornamentação indispensável para a cerimônia de Sabbat.
Coloque um Jack do lado de fora de sua casa na noite de Samhain para afastar o s maus espíritos e visitas indesejadas de outros planos.
Para confeccionar um Jack você vai precisar de:

· Uma abóbora ou moranga;
· Uma faca;
· Uma vela branca;
· Um óleo essencial de patchuli.

Faça uma tampa na parte superior da abóbora, retire suas sementes e com a faca entalhe uma face na abóbora da forma que você achar melhor. Unja a vela branca com a essência de patchuli e coloque-a dentro da abóbora. Acenda a vela dizendo:

Com esta vela, por esta luz e pela brisa que vem do além
Eu dou as boas-vindas aos espíritos nesta noite de Samhain.

Trançando uma Corda de Bruxa

Trançar uma Corda de Bruxa (Witch's Cord) é um ato tradicional na noite do Samhain. Elas simbolizam o cordão que liga todos nós ao Outro Mundo, além de serem uma representação simbólica do cordão umbilical que traz todos à vida terrestre.

A Corda de Bruxa é confeccionada utilizando cores apropriadas que simbolizem aquilo que você quer atrair para sua vida no ano mágico que se inicia. Por isso escolher a cor correta para confeccionar sua Corda de Bruxa é essencial:

Branco: Para harmonia.
Vermelho: Para afastar os inimigos, vencer os obstáculos, atrair garra e coragem.
Laranja: Para sucesso e prosperidade.
Rosa: Para atrair amor.
Preto: Para proteção e afastar o azar.
Verde: Para abundância.
Amarelo: Para atrair saúde e ter sorte no comércio.

Caso sua necessidade seja maior do que apenas uma cor pode lhe oferecer, você poderá escolher até três cores diferentes que representem os seus desejos para o próximo ano.
Pegue três barbantes na cor ou cores escolhidas e corte-os na medida de sua altura. Então comece a trançar os barbantes, sempre mentalizando aquilo que você quer atrair para a sua vida, pedindo que a Deusa e que o Deus lhe auxiliem e abençoem a corda que você está trançando.

Quando tiver terminado, costure ou cole alguns símbolos no decorrer da corda que representem o seu objetivo. Por exemplo: corações para amor; moedas para prosperidade, etc.

Coloque a sua Corda sobre o seu Altar durante a celebração do Sabbat e consagre-a durante a cerimônia.

Pendure a sua Corda de Bruxa em um lugar de sua casa e, sempre que visualizá-la, lembre-se dos objetivos que o motivaram a confeccioná-la. Assim sua vontade será ativada.

O Ritual de Samhain

Material necessário:
· Caldeirão;
· Uma vela preta;
· Uma vela laranja;
· Uma maçã;
· Um pão feito por você;
· Uma romã;
· Dois pedaços de papel em branco;
· Lápis;
· Alecrim;
· Uma colher de pau;
· Álcool de cereais;
· O Cálice com vinho.

Procedimento: Coloque o Caldeirão sobre o Altar e disponha a vela laranja do lado direito e a vela preta do lado esquerdo. Coloque a maçã perto da vela laranja e a romã perto da vela preta. Trace o Círculo Mágico e então diga:

Neste dia sagrado, no qual o véu que separa os mundos se encontra mais fino, somos visitados por nossos ancestrais.
Que a Deusa Anciã e o Senhor das Sombras possam abençoar todos os amados que viverem partilhar deste Rito de Sabbat.

Acenda as velas, dizendo:

Sagrados Ancestrais, venham a mim.
Nesta noite eu canto a magia e realizo este ritual em homenagem àqueles que partiram ao País de Verão.
Que este Rito seja agradável aos olhos daqueles que já se foram.
Abençoados sejam todos eles.

Eleve o Caldeirão, dizendo:

Este é o ventre da Mãe, o Caldeirão dos fins e recomeços.

Coloque-o novamente no lugar e pegue um pedaço de papel. Nele escreva tudo o que você quer afastar de sua vida. Acenda-o na vela preta e deixe-o queimar dentro do Caldeirão.
Pegue o outro pedaço de papel e escreva tudo o que você quer atrair para a sua vida. Acenda-o na vela laranja e deixe-o queimar dentro do Caldeirão.
Coloque o alecrim no Caldeirão, junto com as cinzas, e comece a mexer a mistura no sentido horário, dizendo:

Que o velho morra e que o novo possa entrar.
Pelo poder da Vida e da Morte,
Saúdo os espíritos desta noite de Samhaim.

Coloque um pouco de álcool no Caldeirão e então ponha fogo, dizendo:

Através desta luz e o elo mar além,
Saúdo todos os espíritos nesta noite de Samhaim.

Olhe para as chamas do fogo e mentalize todos os seus desejos.
Com o seu Athame, abra a romã, com algumas sementes, enquanto pensam todas as coisas negativas que quer afastar de sua vida. Coloque algumas sementes no fogo.
Parta a maçã ao meio, coma uma das partes e jogue um pequeno pedaço nas chamas do Caldeirão. Mentalize agora tudo o que você quer atrair de positivo.
Com a sua colher de pau, mexa o conteúdo de seu Caldeirão e então diga:
Que o negativo se torne positivo,
Que o mal se transforme em bem,
Que a doença se torne saúde,
E o ódio em amor.

Beba um gole do vinho e despeje um pouco dentro do Caldeirão, fazendo uma libação, enquanto diz:

Faço esta libação em homenagem à Deusa e ao Deus.
Homenageio também a todos os meus Ancestrais.
Que assim seja e que assim se faça!
Toque o pão com o Bastão e diga:
Eu te consagro em nome dos Antigos.
Que você me traga saúde, sucesso, prosperidade e amor.
Coma um pedaço do pão.
Cante, dance e festeje em homenagem à Deusa e aos seus antepassados.
Agradeça aos Ancestrais e destrace o Círculo.

Coloque o resto do pão no seu jardim ou aos pés de uma árvore como oferenda aos seus ancestrais.

22 de outubro de 2011

O Renascimento do Horror Gótico

No final dos anos 1950 e durante toda a década seguinte, o cinema de horror foi atraído para diversas direções, entre elas a evolução do novo cinema gótico, representado principalmente pela britânica Hammer Films e a americana A.I.P. (destacando-se o ciclo de filmes de Roger Corman adaptados da obra de Edgar Allan Poe).
Pequena companhia, a Hammer conheceu o sucesso comercial com algumas produções de ficção científica bem acima da média do que se fazia no período. Graças ao sucesso de Terror que Mata (The Quatermass Xperiment/1955) a Hammer direcionou a sua produção para os filmes de terror, revitalizando nas telas os velhos monstros da Universal, iniciando com A Maldição de Frankenstein (The Curse of Frankenstein - 1957) e O Vampiro da Noite (Dracula - 1958). A diferença, porém, é que o horror antes sugerido ficou mais explícito, com a abundância do vermelho technicolor do sangue.
É interessante perceber em como, em tão pouco tempo, o gênero se modificou – resultado claro de uma nova forma de abordagem por parte de novos diretores, assim como de segmentos da indústria e as novas tendências do público. O fato é que após sua estréia triunfal no final dos anos 50, inaugurando o filão do horror britânico nas telas, a Hammer atravessou as décadas seguintes em processo de morte lenta.
A Hammer fez escola à partir de sua revisão dos monstros da Universal. Sua Maldição de Frankenstein possui todos os elementos já conhecidos da história. O problema é que até hoje, nenhum filme sobre a criatura conseguiu se aproximar da obra de James Whale, com sua fotografia em branco e preto, cenografia de influência expressionista e um monstro que passou a fazer parte do imaginário coletivo. A Maldição de Frankenstein, sucesso de público na Inglaterra e EUA, após ser distribuído pela Warner, já mostrava as sementes do que se tornaria uma estética: mais dinamismo, violência explícita, mulheres insinuantes e erotismo, além de sets reproduzindo com material barato as aldeias e vilas da Europa Central do século XIX, com castelos, carruagens e tavernas. A diferença mais marcante no Frankenstein da Hammer foi a inversão de enfoque, priorizando o cientista e deixando a criatura em segundo plano.
O Vampiro da Noite, feito em seguida, é superior ao Drácula de Tod Browning. E Christopher Lee, seu intérprete, mais aterrador e sensual do que poderia sugerir a inexpressiva figura de Bela Lugosi, com seus gestos teatrais. O Vampiro da Noite foi a consolidação financeira e de público da Hammer. Diferente do filme de Browning, o enfoque é carregado de sexualidade. O Drácula de Lee encarna a própria maldade e perversão, ostentando lascivo grandes presas pontudas. Suas vítimas femininas, vestidas em corpetes decotados que deixavam os seios quase a mostra, morrem ofegantes, com erótico entusiasmo durante a mordida fatal, numa personificação de eros e thanatos: o orgasmo na hora da morte, tema que se tornaria recorrente nos filmes de horror.
Por outro lado, nos Estados Unidos, a A.I.P. (American International Pictures) iniciava os dias do drama de horror gótico, orquestrado pelo, mais tarde conhecido, "rei dos filmes B" Roger Corman. Produtora especializada no filão exploitation, acompanhava as tendências do mercado, produzindo filmes baratos que exploravam os assuntos em voga, em geral destinados ao público jovem, como delinquência juvenil e conflitos de gangues. Portanto não é de estranhar o seu direcionamento para o horror, já na década de 50 com os citados filmes B de monstros e insetos. Isso somado à concorrência de outros produtores de filmes exploitation que cada vez mais disputavam fatias de seu mercado e a óbvia influência do sucesso dos filmes da Hammer.
Graças a Corman, os monstros deram lugar a indivíduos neuróticos e torturados, vagando melancólicos e amargurados por mansões lúgubres que guardavam aterrorizantes segredos. O horror deixa de ser palpável e previsível, tornando-se uma força ancestral de dimensões cósmicas. Rejeitando em parte o maniqueísmo presente na maioria dos filmes de horror, inclusive nos da concorrente britânica, ou seja, a eterna luta entre o bem e o mal, em que o primeiro invariavelmente vence, Corman buscou em Freud uma base psicológica para seus personagens. O bem e o mal não eram mais tão distintos assim, apesar dos filmes sempre caminharem para a redenção ou purgação. Não foi por acaso, portanto, que a base desse ciclo de oito filmes que dirigiu entre 1960 e 1964 e caracterizou o gótico americano nas telas foi adaptado da obra do escritor Edgar Allan Poe – e posteriormente H.P. Lovecraft, seu principal intérprete Vincent Price e as cores predominantes (em oposição aos vibrantes vermelhos da Hammer) os azuis e verdes Pathecolor, ressaltando o ambiente mórbido e decadente daquelas produções. O sexo se insinua, ganhando novos significados. Não mais o enlace fatal, em que a vítima sucumbe em um ritual de prazer ao seu algoz, mas ao sexo além da morte, do culto à necrofilia e da paixão eterna que corrói e volta como um espectro assustador.
Sendo assim não poderia ter sido mais coerente a escolha de Poe, com sua concepção de um horror que nos rodeia e também está dentro nós mesmos, carregado de perversão, morbidez e degenerescência. Concepção que está presente em Solar Maldito (House of Usher, 1960), o primeiro filme do ciclo, em que um irmão, sua irmã gêmea e o antigo casarão que habitam compartilham uma única alma e encontram uma dissolução comum na mesma hora.
A A.I.P. também foi responsável pela distribuição do filme que podemos considerar, mais do que um ponto alto do terror gótico dos anos 60, um marco do cinema de horror. Black Sunday (La Maschera del Demônio - 1960) o melhor trabalho do diretor italiano Mario Bava e um dos mais atmosféricos e assustadores filmes já feitos.
Black Sunday possui todos os elementos que, a grosso modo, caracterizam um filme como gótico: o castelo lúgubre com suas alas abandonadas ou em ruínas, corredores úmidos, catacumbas, lendas tenebrosas e maldições ancestrais. Além de vilões perversos, da jovem inocente vítima maior dos horrores e o herói – na verdade o representante do bem que vai lutar contra as forças do mal desencadeadas.
Extraído de http://cinemapoeira.blogspot.com

A Música Medieval

Poucas vezes o Homem teve a sua existência tão marcada pela espiritualidade quanto na Idade Média, e poucas vezes foi tão feliz ao tentar imprimir na arte os sinais do invisível. Para os historiadores, não é tarefa fácil tentar determinar o período de início e fim da Idade Média, mas as propostas mais aceitas situam essa era da História entre a queda da Civilização Romana no século V, e o século XV, do Renascimento Humanista. Se aceitarmos essa hipótese, poderíamos dizer que a música medieval, em tese, acompanha essa cronologia e que foi produzida por praticamente mil anos.

o Canto Gregoriano

A unificação da música litúrgica concebida por São Gregório tornou-se conhecida como Canto Gregoriano. Embora sucessivas pesquisas tenham alterado pouco à pouco a interpretação dos neumas (meios de notação musical e avaliação rítmica usados do século IX ao XII), há áreas em que as diferenças entre os investigadores se mantêm até os nossos dias.

O processo de unificação, e sobretudo, de implantação, foi progressivo e lento, dando lugar a diversas exceções em que foram reconhecidas liturgias não gregorianas. É o caso do Canto Visigótico, que passou a ser conhecido por Canto Moçárabe; termo anacrônico, anterior à invasão da península espanhola pelos árabes que se conservou até 1071, quando foi abolido por Gregório VII. Nos fins do século XI, esta modalidade só era praticada em poucas Igrejas, mas foi recuperado pelo Cardeal Cisneros, que fundou a capela moçárabe da Catedral de Toledo (Espanha) e editou o Missale e o Breviarium, cantos moçárabes em 1500 e 1502, respectivamente.

Ao regulamentar o canto litúrgico cristão, mantém-se o princípio da homofonia, ao qual se acrescenta a ausência de acompanhamento instru-mental. É destas características que vem o nome de Canto Chão, (do latim, Cantus Planus) utilizado pela primeira vez como sinônimo de canto gregoriano por Jerônimo de Moravia, por volta de 1250. Porém, o termo não é muito adequado para denominar o canto religioso dos séculos XVII e XVIII.

O sistema musical do Canto Gregoriano baseia-se no sistema chamado Modal, embora tenha sofrido adaptações sob a forma estabelecida pelos gregos. A primeira diferença é a do sentido, descendente para os gregos e ascendentes no gregoriano. Nas duas formas, coincidem no número, oito, em sua origem. Nestes casos, os ímpares se conhecem como autênticos e os pares como Plagales, por derivarem dos primeiros. Juntaram-se, no século XVI, os modos maiores e menores da música posterior, bem como os respectivos plagales. Assim se chegou aos doze modos, chamados: dórico, hipodórico, frígio, hipofrígio, lídio, hipolídio, mixolídio, hipomixolídio, jónico, hipojónico, eólico e hipoeólico. O fato de ter utilizado, para os oito primeiros, as denominações gregas foi a causa de que se generalizara a idéia da sua correspondência com os modos gregos.

Mantinha-se a homofonia e o ritmo era baseado na pronúncia silábica. Introduziram-se as mudanças com as quais a nota podia corresponder a uma sílaba ou a um conjunto de sílabas, surgindo a vocalização. Foram-se acumulando este e outros "desvios" com o decorrer dos séculos até ao Motu Proprio do Papa Pio X, no princípio deste século que implicou uma revisão e reconsideração de todo o corpo gregoriano, libertando-o de todas as "impurezas" acumuladas pelo tempo.

Por volta do século IX surgiu a Pauta Musical. O monge italiano Guido d'Arezzo (995 - 1050), sugeriu o uso de uma pauta de quatro linhas. O sistema é usado até hoje no canto gregoriano. A utilização do sistema silábico de dar às notas deve-se também ao monge Guido d'Arezzo e encontra-se num hino ao padroeiro dos músicos, São João Batista:

Ut queant laxit Ut queant laxit

Ressonare fibris

Mira gestorum Mira gestorum

Famuli tuorum

Solvi polluti Solvi polluti

Labii reatum

Sancte loannes

Para adequar a sílaba com a pronúncia, o Ut foi substituído pelo Do.

Halloween

Origem e tradição


Na Irlanda do século V (a.C), o dia 31 de outubro fazia parte de um conjunto de quatro datas comemorativas do calendário celta que marcava a transição das estações, o período de plantação e colheita, e o ciclo vital da Terra. A primeira data era celebrada no dia 2 de Fevereiro (conhecido como O Dia da Marmota), em honra a deusa da cura Brigith. No mês de maio celebrava-se o Beltane, considerado o dia que iniciava a temporada de semear. Nesta data realizavam-se rituais de fertilidade e prosperidade para incentivar o crescimento da lavoura. A terceira data ocorria em agosto: a festa da colheita em reverência ao deus sol Lugh. Finalmente, no dia 31 de outubro celebrava-se um feriado denominado Samhaim, que marcava o final do ano celta em honra ao deus pagão Samhan (Senhor dos Mortos), também o fim do verão e início do inverno.

A expressão Halloween tem origem na contração errônea da expressão inglesa All Hallows Eve (que significa Dia de Todos os Santos). Esta data foi instituída pelo Papa Bonifácio IV, e era celebrada no dia 13 de maio. Porém, em 835 o Papa Gregório III alterou o Dia de Todos os Santos para o primeiro dia de novembro. Sua intenção era unir as crenças cristãs e pagãs, aproximando as datas comemorativas. Outro objetivo do Papa era apaziguar os conflitos entre esses povos no noroeste europeu. Assim, os cristãos celebravam o dia dos santos falecidos no dia posterior ao rito pagão do Senhor dos Mortos. Desta forma, a expressão Halloween tornou-se sinônimo da celebração pagã de 31 de outubro.
O Samhaim é cercado de mitos e crenças que influenciavam a cultura dos povos europeus desde o período pré-cristão. Nesta data, os Druidas (sacerdotes celtas) reuniam-se e realizavam rituais dançando em torno de uma fogueira e oferecendo o sacrifício de animais. O caldeirão também era utilizado simbolizando o útero, e a abundância da Deusa Mãe.
Neste dia, acreditava-se que todas as relações de tempo e espaço ficavam suspensas, pois o 31 de outubro não pertencia ao ano velho, tampouco ao novo ano que se iniciava. Desta forma, os espíritos desencarnados podiam retornar ao mundo dos vivos e se apossarem dos corpos. Para evitar esta aproximação, era comum apagar todas as tochas e fogueiras das aldeias, de modo que o ambiente ficasse escuro, frio e hostil. Os habitantes vestiam-se com trajes fantasmagóricos e vagavam pelas ruelas em desfiles barulhentos, a fim de amedrontar e espantar os espíritos que procuravam corpos a serem possuídos.
Outro costume da tradição celta, constituía em oferecer alimentos aos espíritos malignos para que estes não interferissem negativamente em suas vidas. Com o passar do tempo esta prática foi modificada, e os alimentos eram dados aos mendigos. Em troca, eles oravam pelas almas dos entes mortos dos aldeões. Na Irlanda, eram organizadas procissões para angariar oferendas dos agricultores. Aqueles que se recusassem, teriam suas colheitas amaldiçoadas pelos espíritos; uma chantagem que originou o Trick or Treat (travessuras ou doces). Quando este costume foi levado pelos imigrantes irlandeses para a Nova Inglaterra (Estados Unidos), as principais travessuras baseavam-se em escrever nos muros das casas e retirar a tranca dos portões.
A partir do século IX, os cristãos europeus adotaram uma prática semelhante denominada Souling. Naquela época, acreditava-se que as almas dos mortos permaneciam um período no limbo, e só alcançariam o reino divino através de muitas orações. Assim, no dia 2 de novembro os cristãos perambulavam pelas vilas oferecendo orações pelas almas dos mortos. Em troca, os familiares davam tortas de pão com groselha chamadas Soul Cakes. Além dos cristãos, os romanos também absorveram influências da religiosidade celta. Mas à medida que a idéia das possessões foi perdendo espaço, o conceito que envolvia a crença foi transformado em uma tradição folclórica.
Atualmente, o Halloween é um evento essencialmente comercial inserido em vários países. Mesmo tendo origem na Europa, sua popularização deve-se principalmente a influência da cultura norte-americana em todo mundo. Em termos mercantis, é uma das datas mais lucrativas, onde existe um crescimento considerável nas vendas de fantasias, máscaras e outros artigos relacionados.


Abóboras, gatos e fogueiras


A mais famosa referência do Halloween é a abóbora oca, com orifícios cavados e aparência demoníaca, denominada Jack-o-Lantern. Sua origem está presente no folclore irlandês. Segundo a lenda, um homem chamado Jack, notório beberrão e trapaceiro, esculpiu uma cruz no tronco de uma árvore, prendendo o diabo em cima dela. Assim, Jack firmou um trato com o Diabo: se ele nunca o atormentasse, Jack apagaria a cruz do tronco e o deixaria descer da árvore.
Depois que Jack morreu, sua entrada no Céu foi recusada devido ao seu pacto com o Diabo. No inferno, também não foi aceito devido suas trapaças. Porém, o Diabo concedeu a Jack uma única vela para iluminar seus caminhos. Sua chama teria que ser preservada eternamente, então Jack a colocou dentro de um nabo oco, e esculpiu alguns furos para dar passagem à luz emitida pela chama.
Portanto, originalmente as Lanternas de Jack eram feitas com nabos. Mas quando os imigrantes irlandeses aportaram nos Estados Unidos em 1840, encontraram as abóboras que são muito mais adequadas. Desta forma, a abóbora tornou-se o principal símbolo contemporâneo do Halloween.
Os outros símbolos também tiveram origem na tradição celta, principalmente nas crenças dos sacerdotes druidas. Por exemplo, o período da lua cheia era considerado favorável para a realização de determinados rituais.
Para os druidas o gato era um animal místico. Acreditava-se que as feiticeiras maléficas poderiam transferir a alma para seus corpos. Assim, muitos felinos eram sacrificados quando havia a suspeita de serem "feiticeiras camufladas". Os seres humanos que praticavam perversidades eram transformados em gatos como meio de punição, segundo esta crença.
O morcego também adquiriu a reputação de possuir forças ocultas, por sua habilidade de perseguir suas presas no escuro. O mamífero também mantinha as características dos pássaros (no ocultismo, símbolo da alma) e dos demônios (por ser noturno). Na Idade Média, acreditava-se que demônios transformavam-se em morcegos.
Máscaras e fantasias eram utilizadas para afugentar entidades malfeitoras. Além de alterar a personalidade do usuário, possuíam a propriedade de conectá-lo aos mundos espirituais. As cores mais comuns no Halloween são o laranja e preto. Elas estavam associadas à missas em favor dos mortos celebradas em novembro. As velas de cera de abelha tinham cor alaranjada, e os esquifes eram cobertos com tecidos pretos.
Nas celebrações do Samhain, os druidas construíam grandes fogueiras denominadas Bonfire (ou Bonefire, Fogo de Ossos), e queimavam vivos prisioneiros de guerra, criminosos e animais. Eles acreditavam prever o futuro através do fogo observando a posição dos corpos em chama.

1 de outubro de 2011

A Historia do Círculo Strigoi

Olá crianças da noite, estou aqui para pedir desculpas pelo atraso nas postagens e também quero dizer que vim com toda potencia, através de alguns textos que encontraram com as atualizações postadas poderão ver vários tipos de assuntos, porém nem um fora do contexto cujo o blog abrange, desde já agradeço a todos que me seguem e aos que estão entrando agora neste fantástico mundo, espero que gostem meus caros, já de inicio estou abordando o famoso Círculo Strigoi, cujo quem iniciou tudo isto aqui no Brasil foi o adorável amigo Lord A, esta primeira postagem estou dedicando a ele, mais também dedico a vocês crianças da noite, os outros Posts estarão centralizados ainda na sub-cultura Gótica e Ocultista.

Por: Lord Alucard

http://www.vampyrismo.org/officinavampyrica/historia.html

Iniciamos publicamente nossoas atividades em março do ano de 2006, com o trabalho pioneiro, audacioso e autônomo do nosso Patriarca-Fundador Lord A:. e em outubro do mesmo ano firmamos nossa existência sob a alcunha pública de Officina Vampyrica e o nome velado de "Circulo Strigoi" - existe um terceiro nome que não é revelado publicamente e permanece acessível apenas aos membros internos. Naquele mesmo final de ano estabelecemos os primeiros cursos-livres e os primeiros encontros do treinamento para aspirantes ao nosso circulo interno, no antigo espaço esotérico Sabedoria Mística, lá nas proximidades do bairro de Santana em São Paulo.Foi um período muito especial e com histórias inesquecíveis, ainda recordadas em nossos encontros dos integrantes sêniors.

Durante os primeiros meses do ano de 2007 realizamos nossos ritos sazonais e encontros nos arredores de São Paulo em espaço velado contactado por uma de nossas integrantes.

Na segunda metade do ano, iniciamos uma turma semanal na Universidade Holística Casa de Bruxa em Santo André.E também realizamos nossas primeiras incursões e participações em conferências relativas ao Neopaganismo e também ao meio holístico - estivemos em várias edições da C.W.E.D organizada por Claudiney Prieto e tradição Nemorensis e também nos Encontros de Bruxas e Magos de Paranapiacaba de Tânia Gori e Casa de Bruxa - sempre conduzindo atividades com temas atraentes e de cunho fronteiriço com outras linhagens tais como a bruxaria, druidismo, xamanismo e sagrado feminino.

No ano de 2008 firmamos presença em solo acolhedor, que nos recebeu e desde então o batizamos sob a alcunha de "Templo de Afrodísia" e firmamos nossos encontros quinzenais e mensais nesta "terra-mater" e nutriz(sua localização na cidade de São Paulo permanece velada, apenas aos participantes dos encontros).No transcorrer deste mesmo ano mantivemos nossa representatividade em diversos espaços culturais e holísticos com palestras e novas turmas para formação em nosso circulo, entre eles estivemos na Cirandda da Lua (espaço de desenvolvimento humano), Templo de Bruxas, Viver Alternativo, Espaço Faces da Lua (Caieras) e muitos outros.Além disso, realizarmos nossos primeiros rituais coletivos em espaço aberto (em chácaras reservadas e alugadas) e estabelecemos muitas parcerias duradouras.

Já no ano de 2009 além da formação das novas turmas, palestras sobre temas específicos, realizamos diversas conferências online, encontros abertos a comunidade versando sobre temas introdutórios e de interesse vampyrico e vampyrico.Foi uma ano de grande reconhecimento que contou com uma palestra no auditório da Livraria Cultura ao lado do jornalista Sérgio Pereira Couto (autor de Sociedades Secretas);Nas proximidades do Strighezzo dos Ídos, revolucionamos uma vez mais e iniciamos o ciclo Introdução ao Vampyrismo que oferecia a possibilidade de conhecer, vivenciar e ser apresentado ao repertório da Cosmovisão Vampyrica em uma órbita mais branda.

Em 2010 escolhemos tornar público nosso nome velado de Circulo Strigoi, pois os objetivos iniciais de Officina Vampyrica em formar um núcleo interno com integrantes sêniors, uma roda do ano própria e sintonizada com o ecossistema local e um repertório e ferramentaria de práticas já haviam sido elaborados com bastante êxito.Chegamos em um ponto de desenvolvimento que deixamos o que pessoas externas ao meio considerariam somente um conjunto de "cursos" frequentado por "Vamps" e Simpatizantes que os apreciavam e nos tornamos algo mais amplo (ainda coerente e conecto com nossoas propostas e identidade):Somos um Circulo de Vampyras, Vampyros e Simpatizantes com sua própria trilha, fundamentada e estabelecida baseada na prática constante e coerente com o ecossistema e as especificidades da cultura latina.

Ainda em junho de 2010 nosso líder e fundador Círculo Strigoi, Lord A:., completou cinco anos de envolvimento formal, aprendizado, parceria e irmandade com a primeira dinastia Vampyrica mundial a House Sahjaza e foi nomeado como Elder de Temple Sahjaza e ainda Elder da linhagem Sahjaza-Brazil, titulos que vêm a serem reconhecido pela Matriarca e o Alto Conselho da House/Temple Sahjaza e conferem como sua descêndencia e continuidade Brasileira.Deste modo, cada integrante do Círculo Strigoi, que mantenha uma conduta valorosa, digna e ilibada, no começo de sua quarta roda do ano pode solicitar sua ordália para aprovação como descendente desta linhagem transregional e saborear de todos os seus benefícios.

Iniciamos o ano de 2011 estreando nosso novo site oficial, após um hiato de uma roda-do-ano de representação formal de nossos conteúdos, hospedados no www.vampyrismo.org. E na eminência de celebraremos nosso quinto Strighezzo de Bast;Durante este ano ainda haverá a nomeação da Primeira Elder/Calmae e sucessora reconhecida de nossa liderança do Círculo Strigoi, ela que desde o ano de 2007 demonstrou valor inabalável, honrosa e venerável conduta para com nossa comunidade, seus integrantes e para o Hallo Antares.Ela é reconhecida pelo nome noturno e o título de Madame Russalka Artibeus e se ocupa do sacerdócio e guarda do Totem dos Felinos de nosso Hallo.Para o mês de maio, preparamos a entrada dos nossos neófitos para o periodo de escuderia do Círculo Strigoi.Sendo assim, que venha 2011...

Desde nosso estabelecimento, o Officina Vampyrica/Circulo Strigoi se posiciona como uma potência autônoma, independente, pioneira e soberana reconhecida pelas próprias conquistas, tempo de existência initerrupto, influência cultural e trabalho sério em território nacional e em países latinos da América do Sul, Portugal e Espanha.Tal escudo e estandarte se deve ao nosso "Sangue" abençoado pelas Deusas e Deuses, nossa inspiração, expressão e atitude que inspiram, reforçam e nos mantêm unidos a todos nossos integrantes - nosso verdadeiro tesouro oculto - na longa cavalgada noturna, até o final de nossas-noites-sobre-a-terra.Que esperamos que demore bastante...

No exterior contamos com o reconhecimento de importantes meios-sociais da Subcultura Vampyrica - e da primeira sociedade vamp norte-americana da história, fundada nos anos de 1970, atualmente conhecida como House Sahjaza, que assim iniciou o que hoje denominamos como a vertente da Cosmovisão Vampyrica no hemisfério norte. Nós aqui no Circulo Strigoi temos o valor, a gratidão e o forte pulsar no coração de sabermos que assim iniciamos a todo este ciclo vampyrico no hemisfério sul.Este é o começo e nossa contribuição para a incessante espiral da "Vida", da qual somos apenas máscaras, semeamos esta frondosa árvore, mas não viveremos para descansar a sua sombra...Que aqueles que vierem durante nossa existência ou depois, possam sentirem e aprenderem com as trilhas que desbravamos e amplia-las até o fim-de-suas-noites.

Os Templários

"Non nobis, Domine, non nobis, sed Nomini Tuo ad Gloriam"
("Não para nós, Senhor, não para nós, mas para Glória de Teu Nome")
(Salmo de David e Lema dos Templários)

As Cruzadas

No ano 1071 os turcos mulçumanos tomaram Jerusalém. Na Europa, a Igreja Católica organizou expedições militares em direção à Terra Santa, com o objetivo oficial de reconquistar os territórios sagrados de sua religião. Essas expedições foram denominadas Cruzadas, pelo fato de que seus peregrinos usavam uma cruz nas vestimentas e bandeiras.
Com a decadência do sistema feudal europeu, tornar-se um cruzado e partir para o Oriente em busca de terras e riquezas era uma alternativa considerável. Assim, a maior parte dos soldados cruzados era composta por camponeses e mendigos. Isso sugere que havia motivos comerciais e políticos camuflados sob o objetivo religioso. Além disso, os mulçumanos não se opunham a peregrinação cristã até Jerusalém. Havia apenas pequenos conflitos entre estes grupos distintos. Os cristãos solicitaram ao Papa Urbano II que os ajudasse nessas batalhas. O Papa percebeu neste pedido um pretexto para ampliar os domínios e a riqueza da Igreja. Assim, organizou e enviou o primeiro contingente cruzado.
A primeira Cruzada partiu em novembro de 1097 e contou com um apoio intenso da população. Em 1212 promoveu-se até mesmo a Cruzada das Crianças. Num momento de declínio do exército cristão em terras orientais, milhares de meninos foram levados na convicção de que a providência Divina daria a eles o que grandes e poderosos esquadrões não foram capazes de obter. A maioria dos garotos morreu doente ou em naufrágios durante a viagem. Os poucos que chegaram ao destino foram mortos ou escravizados pelos mulçumanos. Ao todo, foram organizadas oito Cruzadas até 1270, quando os cristãos viram-se obrigados a deixarem a Palestina e outros territórios conquistados.
Os combates entre cristãos e mulçumanos são considerados por alguns pesquisadores como a primeira Guerra Mundial, pois atingiu a Europa, Ásia e África. Nesse período, várias Ordens foram fundadas para garantir a peregrinação cristã e a posse das terras: Joaninos, Pobres Cavaleiros de Cristo, Teutônica, Porta-Espada entre outras.


A Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo

No ano 1118, Jerusalém já era um território cristão. Assim, nove monges veteranos da primeira Cruzada, entre eles Hugh de Payen e Gogofredo de Saint Omer, dirigiram-se ao rei de Jerusalém Balduíno I e anunciaram a intenção de fundar uma ordem de monges guerreiros. Dentro de suas possibilidades, se encarregariam da segurança dos peregrinos que transitavam entre a Europa e os territórios cristãos do Oriente. Os membros fizeram votos de pobreza pessoal, obediência e castidade.
Os denominados Pobres Cavaleiros de Cristo se instalaram numa parte do palácio que foi cedida por Balduíno, um local que outrora foi o Templo de Salomão. Por isso ficaram conhecidos como Cavaleiros do Templo, ou Cavaleiros Templários. Apenas em 1127 no Concílio de Troyes, o Papa Honório II outorgou a condição de Ordem, concedendo um hábito branco com uma cruz vermelha no peito. O símbolo era um cavalo montado por dois soldados, numa alusão a pobreza.
A Ordem desenvolveu uma estrutura básica e se organizou numa hierarquia composta de sacerdotes até soldados. A esta altura, constituída não apenas por religiosos mas principalmente por burgueses, os Templários se sustentavam através de uma imensa fortuna que provinha de doações dos reinados.
Durante um período de quase dois séculos, a Ordem foi a maior organização Militar-Religiosa do mundo. Suas atividades já não estavam restritas aos objetivos iniciais. Os soldados templários recebiam treinamento bélico; combatiam ao lado dos cruzados na Terra Santa; conquistavam terras; administravam povoados; extraíam minérios; construíam castelos, catedrais, moinhos, alojamentos e oficinas; fiscalizavam o cumprimento das leis e intervinham na política européia. Além de aprimorarem o conhecimento em medicina, astronomia e matemática. Houve até mesmo a criação de um sistema semelhante ao dos bancos monetários atuais. Ao iniciar a viagem para a Terra Santa, o peregrino trocava seu dinheiro por uma carta de crédito nominal que lhe era restituída em qualquer posto templário. Assim, seus bens estavam seguros da ação de saqueadores. O poder dos Templários tornou-se maior que a Monarquia e a Igreja.
As seguidas derrotas das Cruzadas no século XIII, comprometeram a atividade principal dos Templários, e a existência de uma Ordem Militar com tais objetivos já não era necessária. Neste mesmo período, o Rei Felipe IV - O Belo - comandava a França. Diferente da maioria dos monarcas que eram subalternos à Igreja, Felipe se engajava em campanhas aliadas ao Clérigo, em troca de benefícios políticos.
Felipe IV devia terras e imensas somas em dinheiro aos Templários. Assim, propôs ao arcebispo Beltrão de Got uma troca de favores. O monarca usaria sua influência para que o religioso se tornasse Papa. Por sua vez, Beltrão de Got se comprometeria a exterminar a Ordem dos Templários assim que alcançasse o papado. Apenas um Papa possuía poder político para fazê-lo. No ano de 1305, Beltrão de Got sobe ao Trono de São Pedro como o Papa Clemente V.
Neste momento tinha início as acusações contra os cavaleiros e a implacável perseguição em toda a Europa. O processo inquisitório contra os Templários se estendeu por vários anos sob torturas e acusações diversas, como heresia, idolatria, homossexualismo e conspiração com infiéis. Os condenados eram levados à fogueira da Inquisição. Na França, o último Grão-Mestre da Ordem, Jacques de Molay, e outros 5 mil cavaleiros foram encarcerados pelos soldados do Rei Felipe. Na Grã-bretanha, a Ordem foi dissolvida pelo Rei Eduardo II. Na Alemanha e Suíça, os Cavaleiros foram declarados inocentes mas a Ordem também foi suprimida.
Finalmente, em 18 de março de 1314, Jacques de Molay foi levado à fogueira da Santa Inquisição às margens do Rio Sena, em Paris. Há uma lenda, que agonizante em meio às chamas, o líder dos Templários amaldiçoou o Papa Clemente V e o Rei Felipe, dizendo que se os Templários tivessem sido injustamente condenados, o Papa morreria em no máximo 40 dias e o Rei dentro de um ano. O Papa morreu 33 dias após a execução de Molay e o Rei em pouco mais de 6 meses.
Em toda a Europa, a Ordem dos Templários foi oficialmente extinta. Seus bens, o imenso contingente do exército e sua estrutura foram diluídos em outras Ordens menos expressivas. Atualmente, a Ordem Rosa Cruz e a Maçonaria se consideram ascendentes diretas dos Cavaleiros Templários.


Mistérios Templários

Durante uma jornada que se estendeu por quase dois séculos e se consagrou com um alto nível de poder e popularidade, foi gerada uma série de lendas que se confundem com fatos em torno dos Templários. Realmente, é provável que tenham desenvolvido uma filosofia influenciada pela sabedoria oriental. Mas não chegava a ser uma heresia. Soma-se a isso às acusações apresentadas no período da queda da Ordem e encontra-se uma imensidão de hipóteses interessantes: desde adoração ao demônio até a influência arquitetônica.
Até mesmo os objetivos originais da Ordem dos Templários são alvos das possibilidades. Segundo especulações, sua fundação teria sido articulada por Bernardo de Claraval (São Bernardo) para buscar a Arca da Aliança e as Tábuas das Leis Divinas no Templo de Salomão. A partir do momento que foram encontradas, os Templários se desenvolveram em todos os aspectos. O Santo Graal seria apenas uma metáfora para se referir a esses tesouros. 

O mito da heresia surgiu através das acusações que dissolveram a Ordem em toda a Europa. Sob tortura, os cavaleiros declaravam que cuspiam e andavam sobre a cruz, trocavam beijos obscenos no umbigo e nas nádegas (nesta época, beijo na boca entre homens era aceitável), negavam a divindade de Cristo e ainda idolatravam uma imagem demoníaca denominada Baphomet. Porém, após as sessões de tortura e a irrevogável condenação, os Cavaleiros negavam as confissões assinadas. Havia poucas evidências de que os Templários se desviaram dos conceitos básicos da Igreja Católica daquela época.
Na Grã-bretanha, Robert Bruce buscava a independência da Escócia e articulava uma batalha contra o exército do Rei Eduardo II. As tropas de Eduardo possuíam armas e um contingente muito superior ao inimigo. Mesmo assim os rebeldes escoceses combateram o exército real. Acredita-se que um grupo de cavaleiros Templários, altamente treinado, teria se refugiado na Escócia e lutado ao lado de Bruce.
Provavelmente, em 1250 os Templários já haviam estado na América. Devido ao seu grande crescimento econômico através de matéria-prima e minérios como ouro e prata, escassos na Europa, supõe-se que parte de sua riqueza já havia sido extraída do continente americano. O fato de ser uma Ordem Secreta, onde os segredos só eram transmitidos entre seus membros à medida que eram promovidos, explica a ausência de registros históricos dessas navegações. Há mapas incluindo o Brasil desde 1389.
Após a extinção da Ordem, os Templários portugueses passaram a se chamar Ordem de Cristo e mudaram sua bandeira. As naus que aportaram no Brasil traziam a bandeira desta nova Ordem. Pedro Álvares Cabral seria não apenas um navegador, mas um dos altos comandantes da Ordem de Cristo, que fez uso dos mapas e cartas de navegação templárias para "descobrir" o Brasil.

A arquitetura gótica surgiu repentinamente durante o desenvolvimento da Ordem dos Templários. Não pode ser considerada uma continuidade da arquitetura romana, pois os conceitos entre ambas são totalmente opostos. A arquitetura romana baseia-se numa força de cima para baixo que estabiliza toda a construção. Enquanto a gótica está baseada no princípio contrário, numa força que pressiona de baixo para cima. Esses conceitos arquitetônicos e geométricos são muito avançados para o pensamento medieval. Portanto, acredita-se que a arquitetura gótica tenha surgido através de um conhecimento secreto adquirido pelos Templários, e as várias Catedrais tenham sido edificadas para guardar suas riquezas.

Wicca

Também conhecida por Religião da Deusa e Antiga Religião, a Wicca é uma filosofia de origem pré-cristã baseada no princípio de criação feminino, nos ciclos da natureza, como as fases lunares e as quatro estações, revivendo o culto à Grande Deusa e aos Deuses Antigos. Também inclui várias modalidades de magia e rituais que buscam a harmonização pessoal. 

Para seus adeptos, a Wicca é considerada uma religião. Devido a popularidade que atingiu nos últimos anos, várias hipóteses são criadas; desde sua origem até a forma como é praticada atualmente. Portanto, as definições são amplamente maleáveis e a Wicca torna-se um tema relativamente incerto.
O termo Wicca possui provavelmente duas origens. A primeira está ligada a palavra saxônica Witch, que significa dobrar, moldar ou girar. A segunda origem é relativa a raiz germânica da palavra Wit, que significa saber ou sabedoria. Portanto, deduze-se que Wicca pode significar moldar a sabedoria. É neste conceito que reside sua essência: moldar (adaptar e utilizar) o conhecimento universal em próprio benefício, sem prejudicar a ninguém. Porém, a palavra ainda carrega uma conotação negativa e errônea, sendo associada ao satanismo, magia destrutiva e cultos ou seitas opositoras ao cristianismo de um modo geral.

A Wicca e os Celtas

O conceito de Magia Wicca que se conhece atualmente, surgiu com os Celtas no período neolítico; nas regiões da Irlanda, Inglaterra e País de Gales, atingindo posteriormente a Itália e a França. Os Celtas surgiram por volta de 2 mil anos antes de Cristo e provavelmente tiveram origem entre os povos indo-europeus da Ásia. Apesar do povo celta ter se espalhado por terras tão distantes, seus costumes não se fragmentaram. Pois o idioma, a arte e a religião sedimentavam a base cultural.
A raiz filosófica-espiritual dos celtas era baseada no Druidismo, uma religião politeísta que reverenciava duas divindades principais: a Deusa Mãe (chamada de Ceridwen), que representa a criação e a fecundação onde todo o universo se originou; e seu filho, o Deus Cornífero (chamado de Cernunos), o pólo masculino que representa a fertilização. A única forma de alcançar as divindades era mantendo uma estreita relação com a natureza. Até mesmo o calendário era orientado através da natureza. Os celtas realizavam festivais ritualísticos celebrando suas divindades, praticavam a agricultura e a cura através das ervas.
Na organização social Celta, os Druidas eram os sacerdotes, guardiões das tradições, cultura e teologia. A classe sacerdotal era dividida entre homens e mulheres. Mas a cultura era essencialmente matriarcal. A iniciação nos mistérios druídicos durava em média 20 anos e os ensinamentos eram transmitidos oralmente, pois temiam que a palavra escrita pudesse se tornar veículo de Magia incontrolável. Ao se espalhar pela Europa, os celtas levaram suas crenças nativas que se combinaram ao conjunto de crendices local, dando origem ao conceito primitivo da Wicca.

Pagãos & Cristãos

Paganismo é o termo usado para definir as religiões oriundas do período pré-cristão. Assim, as práticas pagãs se desenvolveram durante séculos. Até que em 330 d.C, o cristianismo passou a ser imposto aos povos de todo o mundo. As práticas pagãs foram consideradas heréticas e toda a religiosidade pré-cristã, bem como seus adeptos, tornaram-se alvos da intolerância católica.
A Igreja deturpou a real significação da crença pagã e a propagou como um culto demoníaco. Por exemplo, a imagem do demônio comum entre os cristãos, é um homem com chifres e patas de bode; muito semelhante à imagem do Deus Cornífero. Este é um forte indício de que a Igreja católica transformou a imagem de divindades anteriores ao cristianismo em símbolos maléficos. Assim, o sentido original assumiu um caráter negativista e destrutivo. Infelizmente, esta conotação se fortaleceu ao longo do tempo, e tudo que estivesse relacionado à bruxaria e Wicca, era visto como uma forma de anticristianismo. Este conceito errôneo foi se diluindo recentemente, à medida que estudos sérios e imparciais sobre as culturas pré-cristãs foram sendo divulgados.
Nesse período, certa de 5 milhões de mulheres foram queimadas, acusadas de bruxaria. Com isso a Igreja conseguiu conter o crescente poder que a imagem feminina estava adquirindo ao longo dos séculos, diante da chamada Deusa. Por conseqüência disso, foi gerada essa nossa sociedade masculinizada em quase todos os segmentos. Isso só veio a se alterar nos últimos anos, mesmo assim muito lentamente.

Wicca no Século XX

Um dos primeiros registros da utilização da palavra Wicca no século XX, ocorreu em 1921 quando foi publicado o livro The Witch Cult in Western Europe, da antropóloga Margaret Murray. Nesta obra, a autora relata os cultos pagãos do período pré-cristão que ainda eram cultivados em diversas partes da Europa. Em 1948, Robert Grave publicou The White Goddess. Após três anos, quando a última lei contra as práticas pagãs foi revogada, Gerald Gardner publicou o famoso Witchcraft Today. A consolidação da literatura wiccaniana ocorreu em 1979, com a publicação de Spiral Dance (com o título em português A Dança Cósmica das Feiticeiras) da autora Starhawk. Esta obra se tornou o livro sobre Wicca mais lido em todo o mundo. A partir daí, houve uma explosão de livros e artigos relacionados à práticas e crenças pagãs. Assim, a Wicca ganhou notoriedade na sociedade moderna ocidental, e ficou evidente que a bruxaria havia sido a crença religiosa predominante entre os antigos europeus; havia resistido a supressão e sobrevivido aos tempos modernos.
Atualmente, acredita-se que exista em torno de 12 milhões de neopagãos espalhados por todo o mundo. Sendo 250 mil nos Estados Unidos. Uma parte da população da Islândia é adepta do Asatru; uma variação da Wicca. Vários grupos se organizam e compõem um forte elo de divulgação por diversas partes do planeta. Assim, em todo mundo renasce a crença na Deusa e na Antiga Religião.

http://www.spectrumgothic.com.br/ocultismo/crencas/wicca.htm

Edgar Allan Poe e o Cinema Gótico

Os chamados schauerfilme ("filmes horripilantes") tiveram origem na Alemanha e foram rodados entre a humilhação do país diante da derrota da Primeira Guerra Mundial e a ascensão do poder nazista na década de 30. A abordagem do schauerfilme, emprestada do teatro e da literatura, foi a mesma do expressionismo, na qual o clima e o psicológico eram mais importantes do que o realismo. O maior retrato expressionista é o conhecido O Gabinete do Dr. Caligari, lançado em 1919. Trata-se da "visão do mundo de um louco" e conta a história de um sinistro hipnotizador (Caligari), que exibe em sua cidade um sonâmbulo (Cesare), anunciado como capaz de prever o futuro. O homem "prevê" a morte de um dos espectadores, um estudante. Caligari força a realização da profecia, conduzindo o sonâmbulo para assassinar o estudante. Carl Mayer, co-autor do filme, diz: "Caligari representa os líderes insanos que enviam as massas submissas (retratadas pelo sonâmbulo) para matar e morrer na guerra".
Porém, antes mesmo deste clássico, o escritor Edgar Allan Poe já influenciava o cinema americano com seus poemas um tanto quanto darks. A primeira tentativa de se fazer um cinema denominado gótico é de D. W. Griffith (The Avenging Conscience, 1914). O filme utilizava o argumento de The Tell – Tale Heart, um conto clássico de Poe, que fala sobre a culpa de um anti-herói envolvido num grande esquema de assassinato.
Edgar Allan Poe nasceu em 19 de janeiro de 1809. Filho de dois atores itinerantes, viveu trágicos momentos, pois seu pai, David Poe, o abandonou ainda cedo, e sua mãe, Elizabeth, morreu em sua presença antes dele completar seus 3 anos de idade. Talvez por isso ele encarasse a vida como uma performance, qualquer pequena crise era motivo para grandes melodramas. Poe levou a literatura gótica ao universo psicológico. O sinistro de seus contos girava muito mais em torno de desequilíbrios mentais do que em forças sobrenaturais. Contos de horror com sátiras inteligentes, um clima estranho e uma sensação de não saber ao certo se "é pra rir ou pra chorar". E o escritor Poe levou seu universo gótico às telas de cinema também.
Os assassinos da Rua Morgue, de 1932, conta a história de um cientista sádico, interpretado por Bella Lugosi, ator austríaco também conhecido pela caracterização do famoso personagem Drácula. Mas o filme deve mais a O Gabinete do Dr. Caligari do que ao conto de Poe. Dois anos depois, em 1934, outra tentativa de adaptação de uma obra de Poe, O gato preto, menos semelhante que Os assassinos da rua Morge porém um clássico cult dirigido por Edgar G. Ulmer.
É em 1960, com a união dos atores Vicent Price e Roger Corman, que as obras de Edgar Allan Poe se tornam filmes ícones do cinema gótico. Price e Corman refilmam A queda da casa de Usher, produzido na França, em 1928, pelo polonês Jean Epstein. Lorde Roderick Usher vive preocupado com a saúde da esposa, ela morre e é enterrada, mas ele acredita que ela apenas permanece adormecida e, a partir daí, fatos estranhos acontecem em volta da casa.
A parceria dos dois deu tão certo que Roger Corman resolve produzir o terror de Allan Poe em 7 filmes conhecidos como "Ciclo Poe". Em 1960 filmam O Solar Maldito; em 1961, A Mansão do Terror – adaptação de O Poço e o Pêndulo; em 1962, Muralhas do Terror – inspirado em 3 contos de Poe (Morela, O Gato Preto e O Caso do Sr. Valdemar); em 1963, O Castelo Assombrado; em 1964, Orgia da Morte, dito seu melhor filme. E também em 64 é rodado O Túmulo do Sinistro, baseado no conto Ligéia. Mesmo dirigindo quase sem dinheiro e subestimado por grande parte da crítica da época, Corman persistiu. Especialista em filmagens de baixo custo, reaproveitava cenários de um filme para o outro e os produzia em uma semana. O diretor dirigiu 43 filmes nos primeiros 10 anos de carreira e produziu mais de 3 centenas desde 1955. E, mesmo custando uma ninharia, faziam tanto sucesso nos drive-ins dos anos 50, que produziam o milagre da multiplicação. Ele continua trabalhando até hoje (já cheio da grana...)
Mas as influências de Edgar Allan Poe não morreram nos anos 60.
"Quando era jovem, eu tinha duas janelas no meu quarto, janelas ótimas, que davam para o gramado e, por alguma razão, meus pais cobriram as janelas com tijolos e me deram uma janelinha que não passava de uma fenda na parede, e eu precisava subir na escrivaninha para ver o que havia lá fora (...) Naquela época, não perguntei por que eles fizeram aquilo. Então, comparei essa experiência com um conto de Poe em que uma pessoa era emparedada, enterrada viva, para poder falar a respeito dessa época."
O nome do garotinho que disse tal frase é Timothy William Burton, mais conhecido como Tim Burton. O famoso diretor de Edward Mãos de Tesoura começou sua carreira com um curta-metragem de animação em stop motion chamado Vincent. O curta, de 6 minutos, é uma autobiografia de Burton e, de forma muito interessante, repete citações dos filmes de horror estrelados por Price (que narra a animação), assim como passagens de contos e poemas originais de Allan Poe. O filme combina também um visual de O Gabinete de Dr. Caligari com versos anárquicos de Dr. Seuss em O Gatola da Cartola.
E Poe continua a influenciar o cinema de horror e a cultura gótica. Um exemplo é a animação não muito conhecida, Lenore. A personagem já existia no mundo dos quadrinhos há um bom tempo, mas, com o advento da internet, tornou-se interessante transformá-la em um ser animado. O nome de seu criador é Roman Dirge, e a menininha que esbanja um grande humor negro é personagem famosa de um conto de Poe, O Corvo. A linda menininha de cabelos loiros que adora brincar com bonecas e animaizinhos parece ser uma garota comum, com uma "pequena" diferença: ela é uma morta-viva.
Assim, podemos perceber como Poe influenciou várias gerações não só de importantes autores literários, mas também de tantos diretores e produtores de cinema de horror e gótico.

Extraído de www.negativoonline.com

Lendas do Fantástico Medieval

O sobrenatural é um dos componentes mais interessantes do imaginário medieval. Inspira-se tanto nas referências pagãs da antiguidade, mitologia celta e na bíblia como nas citações de Plínio e nos relatos de viagens exóticas, como as de Marco Pólo.
Presente em grande parte das antigas narrativas, cria uma introdução muito atraente para os aspectos míticos e irreais das histórias de amor e enquadra-se perfeitamente na mentalidade do homem medieval, onde tudo é simbólico.
O imaginário medieval herdou do greco-romano todo o tipo de monstros híbridos, meio homem e meio animal, como os centauros, sereias ou esfinges; ainda grifos, dragões e unicórnios. A partir do século XI estes seres tornaram-se meros elementos decorativos. Após este período são encontradas citações de gigantes em romances arturianos e, em seguida, sobrevivendo apenas na crença de uma existência longínqua e fantasiosa.
Um aspecto interessante é a forma que o pensamento cristão medieval se adaptava à suposta existência de seres ambíguos: se estes seres possuíam alma como os humanos e se seria possível sua salvação no reino divino.

A Rainha dos Mares

Na história antiga, especificamente na obra A Odisséia, de Homero, a sereia é uma mulher da cabeça aos pés. Apenas no período medieval, provavelmente sob influência do folclore celta, que a sereia ganha o status de ser híbrido: meio peixe e meio humano.
Em uma das lendas, vivia, por volta do ano 90 d.C, na Irlanda, uma jovem de nome Liban. Um dia, ao banhar-se no Lago Neagh, descuidou-se e, por pouco, escapou da morte por afogamento. Assim, após esta experiência, a jovem pediu a Deus que transformasse suas pernas em cauda de salmão. Seu cão também foi transformado em lontra pra fazer-lhe companhia. E assim manteve-se por trezentos anos.
Um dia, porém, a jovem decidiu voltar a ser humana e pediu a um mensageiro que levasse seu pedido a Deus. Seu desejo foi ouvido e Liban voltou a ser mulher. Porém, as "portas do paraíso foram abertas" (com uma possível interpretação da morte de Liban) e a jovem passou a ser venerada como Murgelt: A Sereia dos Mares.
Uma outra versão, um pouco mais complexa, aborda a mesma lenda e seus paradoxos sob a perspectiva cristã. Originada no século VI e registrada por escrito apenas no século XVII, a lenda conta que a jovem, também de nome Liban, era uma princesa sobrevivente de uma enchente ocorrida quando um poço sagrado transbordou. Liban, juntamente com seu cão companheiro, refugiou-se em uma gruta, e pediu à Deusa Dana que a transforma-se em um salmão, para que pudesse ser livre como os peixes.
O pedido da princesa foi parcialmente atendido, pois sua transfiguração não foi completa: permaneceu humana da cintura pra cima e suas pernas foram substituídas por uma cauda de peixe. Enquanto seu cão foi transformado em um leão marinho.
Assim Liban viveu por trezentos anos até que foi encontrada por um padre que navegava em direção à Roma. O clérigo convenceu a princesa a segui-lo até terra firme e lá Liban foi convertida ao cristianismo. Assim viveu por mais trezentos anos. Após sua morte passou a ser reverenciada como santa sob o nome de Murgelt (ou Murgen). Por ter nascido humana, sua alma foi para o Paraíso.

São Jorge, Preste João e os Dragões

O dragão, o corpo da serpente, com uma longa cauda enrolada sobre si mesma e, mais freqüentemente, asas, é o símbolo da luta entre as forças do bem e do mal narrado na Bíblia. Situações como essa são muito comuns nas narrativas de mártires como São Jorge que derrota o dragão e salva a filha do Rei da Fenícia. Assim como São Miguel e São Germain que perseguem serpentes aladas.
Mas onde vivem os dragões? Onde se encontram essas criaturas míticas que são tão repugnantes e ao mesmo tempo fascinantes?
O lendário rei cristão Preste João (Padre João) teria afirmado, através de cartas de autoria duvidosa, que dragões, grifos, unicórnios e centauros; além da Árvore da Vida, o Elixir da Juventude e outras fantasias habitavam seu reino. Mas o próprio Preste João parece não ter sido mais do que uma lenda: o arquétipo do generoso rei que governava um país repleto de mistérios e maravilhas.
A origem da existência fabulosa de Preste João pode ter nascido da imagem do líder nestoriano Johannes Presbyter, que no século XII construiu um poderoso reino na Tartária, região atual da Ásia Central. No entanto, já no século XV, D. João II, rei de Portugal, munido de informações que indicavam que o reino de Preste João situava-se ao noroeste da África, precisamente na Etiópia, enviou os exploradores Afonso de Paiva e Pero de Covilhã ao local. Afonso faleceu durante a expedição, mas Pero chegou ao destino.
A Etiópia não era o reino fantástico de Preste João. Não era habitado por seres míticos nem encontrava-se poções de vida eterna e riqueza abundante. Mas Pero de Covilhã, atendendo ao convite do príncipe Naod, que assumiu o reino após a morte de Alexandre, decidiu permanecer por lá.
Uma nova expedição lusitana foi enviada à Etiópia vinte anos mais tarde com o objetivo de repatriar os portugueses que se estabeleceram na África. Pero de Covilhã recusou-se retornar à Portugal e passou o resto de seus dias na Etiópia. O clérigo Francisco Álvares, integrante desta segunda expedição, escreveu a obra intitulada Verdadeira informação das terras do Preste João nas Índias e associou os reis etíopes à imagem fantástica de Preste João e seu reino à Etiópia. Foi assim que a lenda de Preste João foi anexada à biografia de um governante real.

A lenda do Judeu Errante

Provavelmente trazida do Oriente após as Cruzadas, a lenda do Judeu Errante tem seus primeiros registros históricos em 1228 e perdura-se como uma narrativa medieval que se estende até os dias de hoje como uma parábola cristã.
A lenda conta, em uma de suas versões, que Cristo, enquanto caminhava levando a cruz em seu martírio, teria feito uma breve pausa para repouso e pediu a um sapateiro de nome Ahsverus que lhe desse um pouco de água. O sapateiro recusou-se e zombou de Cristo dizendo: "Se és filho de Deus, faça brotar água do chão". Cristo, por sua vez, disse-lhe: "Eu caminho pelo meu martírio. Mas tu caminharás até que eu volte". Assim, Ahsverus envelheceu mas nunca morreu e passou a peregrinar pelo mundo esperando a volta de Cristo e o Juízo Final para que enfim possa descansar.
Em outras versões, Cristo exaurido teria caído em frente à porta do sapateiro (que recebe outros nomes além de Ahsverus) e o artesão espicaçou-o com os pés zombando de seu sofrimento. Em seguida, Cristo lançou-lhe praga semelhante à versão anterior. Porém, desta vez, além de peregrinar pela Terra desde então, o sapateiro também leva em sua testa uma chaga em forma de cruz que sangra constantemente e uma faixa vermelha amarrada a cabeça para proteger-lhe o ferimento.

O Purgatório de São Patrício 

Nascido no século IV na Grã-Bretanha, São Patrício é padroeiro da Irlanda e personagem de um dos contos mais populares na Europa Medieval.
Narra a lenda que, orientado por Cristo, São Patrício encontrou um "buraco" (que pode ser interpretado como uma gruta ou um poço) que dava acesso direto ao purgatório. Como agradecimento, erigiu ali uma igreja e um mosteiro.
Assim, todos aqueles que desejassem, poderiam adentrar a gruta (ou poço) e, se conseguir retornar, teriam todos os seus pecados perdoados. Muitos ousavam penetrar a gruta mas não retornavam. Até que um cavaleiro inglês de nome Owen, que trazia muitos pecados em sua alma, entrou na gruta e algum tempo depois retornou. Sir Owen disse que vários demônios tentaram afligi-lo mas sempre invocou o nome de Cristo e os demônios se afastavam. Owen viu o paraíso e as almas torturadas dos pecadores; viu demônios e outras criaturas bestiais, mas retornou vitorioso.

A Fada Melusina

A fada Melusina é uma referência freqüente no repertório das lendas medievais. Assim, também recebe várias interpretações de acordo com a lenda em que surge, região e período. De uma forma mais ampla, Merlusina é uma fada que tem cauda de peixe (semelhante às sereias) e asas de morcego expelindo fumaça pela boca.
As versões mais significativas de suas lendas datam do século XIV. Tudo tem início quando o Rei Elynas, durante uma caçada, encontra na floresta uma bela dama de nome Presina. Elynas apaixona-se por ela e ambos se casam. Porém, Presina impõe a condição de que, quando tivessem filhos, Elynas não podia acompanhar o nascimento nem a visse banhando seus filhos. Presina deu a luz a trigêmeas.
Certa vez, Elynas, movido pela curiosidade, observou Presina banhando as crianças. O trato foi quebrado e a dama fugiu com suas filhas para a terra encantada de Avalon.
Muitos anos depois, Melusina, a mais velha das trigêmeas questionou sua mãe o fato de terem se refugiado em Avalon e nunca mais terem visto o próprio pai. Presina contou-lhe sobre o trato que fora desfeito. Melusina e suas irmãs foram de encontro a Elynas com o objetivo de vingar-se. Elynas foi capturado e trancafiado em uma torre junto de suas riquezas. Enraivecida pelo desrespeito ao próprio pai, Presina lança um feitiço sobre as próprias filhas e condena Melusina a transformar-se em serpente da cintura pra baixo todos os sábados.
Assim, finalmente, Melusina conhece Raymond de Poytou numa floresta da França. Ambos casam-se sob a condição de que Raymond nunca poderia observar Melusina banhando-se aos sábados. Raymond também quebrou a promessa e descobriu o segredo de sua esposa. No entanto, ambos mantiveram-se casados. Apenas quando, enfurecido, Raymond ofendeu a esposa chamando-a de serpente perante a corte, Melusina transformou-se em um dragão, deu ao marido dois anéis mágicos e partiu para sempre.
Em outras versões, Melusina foge quando é flagrada pelo marido durante o banho. Ainda, Melusina é filha de um demônio com um ser humano e a ela também é atribuída a imagem da "sereia" que rouba o filho de Lancelot, nas lendas arturianas.

O sentido moral das lendas

Lendas e parábolas ajudam a construir a personalidade de um povo, de um período histórico e de uma cultura. Também ajuda a compreender cada um destes elementos. As inevitáveis transfigurações destas lendas durante o tempo, por um lado, enriquecem o imaginário e acrescentam variações e significados importantes; por outro, podem deturpar o seu sentido original.
De qualquer forma, é a solidificação do sentido moral de cada conto e de cada personagem que, adequadamente interpretados, ajudam a compreender a sociedade e a cultura contemporânea e fazem lembrar que, em algum tempo, tudo o que hoje é realidade, poderá se tornar uma lenda.

Referência principal: http://www.histoire-pour-tous.fr