30 de setembro de 2010

O Mito do Vampiro (Fatos e Afins)

"...Aquilo que transcende a racionalidade se torna um atraente caminho em busca do inalcançável, capaz de libertar o espírito do peso dos dogmas pré estabelecidos.''
 
O mito do homem imortal existe desde os primeiros registros históricos da humanidade. Alguns dos livros mais antigos da humanidade, como a Bíblia e as Mil e Uma Noites, que misturam registros verídicos com ficção, citam personagens que viveram uma existência incalculável.

Atravessaram séculos divulgando uma obra de caráter místico e acabaram se tornando lendas de sabedoria. Muitos deles com o pretexto de evocarem a Deus realizavam rituais de sangue com seres humanos. Mais é possível que a evocação tivesse apenas caráter egoísta de prolongamento da própria vida através de acordo com entidades malignas. Esses homens tomado as vezes por profetas, magos poetas e sacerdotes, devem ter sido os primeiros vampiros a traçarem trilhas de sangue no planeta. Com o conhecimento acumulado por séculos de existência, se escondiam facilmente atrás de uma notória sabedoria que lhes permitiam continuar a praticar seus crimes sem levantar suspeitas. Foram eles que disseminaram o culto da eternidade através de alianças místicas realizados com o sangue de criminosos e inocentes.


Quase todas as culturas da Terra tem alguma lenda sobre seres meio humanos que prolongaram a vida carnal se alimentando de sangue. O que existe na verdade é uma confraria secular desses seres que se espalham pelos quatro cantos do mundo, contaminando outros escolhidos com uma sede maldita, para que um dia pudessem chegar o ter o poder total sobe os destinos humanos. Por isso as lendas sobre vampiros nos são contadas das mais diversas maneiras. No Egito antigo o sangue era derramado o bebido pelos sacerdotes de Set. A Bíblia também relata sacrifícios de sangue, atribuindo-os as vezes a vontades divina. Entre os Incas, essa também era uma pratica comum nas noites de solstício de inverno. Mais os registros históricos mais recentes, falam de vampiros que existiram entre criminosos e hereges que, mesmo depois de enforcados voltaram de suas tumbas para beberem o sangue dos incautos que se aventuravam pelos caminhos obscuros da vida.
 
A imagem de vampiros habitando velhos cemitérios abandonados nos foi legada na idade média, quando esses seres temiam ser encontrados pela Santa Inquisição e queimados na fogueira. A espécie não foi extinta porque é provável que muitos deles se escondessem atrás da própria Igreja, assumindo o lugar de padres, bispos e até Papa. A afirmação pode parecer absurda tomando-se em conta que os vampiros temem os símbolos sagrados. A verdade é que apenas os vampiros do ramo fariseu e aqueles que foram contaminados por acaso temem a força dos objetos consagrados a Deus. O ramo conhecido como os dos homens que não devem morrer é bastante esclarecido e possui um poder tão grande que os deixa livre de qualquer influencia místicas desses símbolos. No entanto vale disser que uma grande parte desse ramo é constituída por vampiros que tem feito mais bem do que mal a humanidade. Isso porque os Homens que Não Devem Morrer se originaram de rituais esotéricos que captam a bipolaridade das energias da natureza e com elas são capazes de se preservarem corporalmente e seguirem seus caminhos, livre de influências malignas encontradas nos demônios.

Como é possível notar, existem Vampiros de diferentes espécies. Alguns trilham apenas caminhos sanguinários e não deixam nada de Positivo para a humanidade, enquanto outros se utilizam da longa vida para ensinar novas alternativas para a humanidade. O importante é saber que todos são feitos das trevas, as trevas não passam de Luz condensada, ou seja, é tudo uma ilusão do poder de destruição e criação.
 
O Vampiro Original

Existem lendas de vampiros desde 125ac, quando ocoreu uma das principais estórias conhecidas de vampiros. Foi uma estória grega. Lendas sobre vampiros se originaram no oriente e viajaram para o ocidente através das rotas de seda para o Mediterrâneo. De lá, elas se espalharam por terras eslavas e pelas montanhas Capath. Os eslavos têm as lendas mais ricas sobre vampiros. Elas foram originariamente mais associadas com os iranianos e depois migraram para onde estão agora, por volta do oitavo século. Quase na mesma época em que chegaram, começou o processo de cristianização, e as lendas de vampiros sobreviveram como mitos.

Mais tarde, os ciganos migraram para o oeste pelo norte da Índia (onde também existem um certo número de lendas sobre vampiros), e seus mitos se confundiram com os mitos dos eslavos que já havia lá. Os ciganos chegaram na Transilvânia pouco tempo depois de Vlad Dracula nascer em 1431. O vampiro aqui era um fantasma de uma pessoa morta, que na maioria dos casos fora uma bruxa, um mago, ou um suicida.

Vampiros eram criaturas temidas, porque matavam pessoas ao mesmo tempo em que se pareciam com elas. A única diferença era que eles não possuíam sombra, nem se refletiam em espelhos. Além disso podiam mudar sua forma para a de um morcego, o que fazia deles difíceis de se pegar. Durante a luz do dia dormiam em seus caixões, para à noite beber sangue humano, já que os raios eram letais para eles. O método mais comum era, pela meia noite, voar por uma janela na forma de um morcego e morder a vítima no pescoço de forma que seu sangue fosse totalmente sugado. Os vampiros não podiam entrar numa casa se não fossem convidados. Mas uma vez que eram poderiam retornar quando quisessem. Os vampiros eslavos não eram perigosos somente porque matavam pessoas, (muitos seres humanos também faziam isso) mas também porque suas vítimas, depois de morrerem, também se transformavam em vampiros. O lado mais forte do vampiro era que eles eram quase imortais. Apenas alguns ritos podiam matar um vampiro como: Transpassar seu coração com uma estaca, decaptá-lo ou queimar seu sangue. Esse tipo de vampiro também é o tipo mais conhecido, especialmente o Conde Drácula, de Bram Stoker.

Casos Verídicos


Idries Shah descreveu, no livro Oriental Magic, a formação de uma lenda na Índia:

"Coletei curioso material sobre uma lenda de vampiro em formação, o que parece desusadamente interessante.
Circulam na Índia muitas lendas sobre uma certa vampira inglesa que dizem comer carne crua e beber sangue humano sempre que possível. É verdadeira essa história ? será apenas mais uma das histórias sangrentas difundidas por agitadores antibritânico (como o horror dos bebês belgas da primeira guerra mundial) ? A verdade está no meio termo. Constitui um dos exemplos mais clássicos de formação de uma lenda que jamais encontrei.
Uma viuva inglesa, cujo marido foi morto em 1916, vivia em Bombaim e passava a estação quente nas montanhas. Diz-se ter sido ela de aparência perfeitamente normal. A única coisa que parecia marcar sua atitude de vida era a convicção de que era irresistível ao sexo oposto. E mesmo isso não é inusitado.
 
Um marajá que estava passando o ano na mesma estação de montanha tinha o hábito de dar festas magníficas. Uma noite, depois desse divertimento, essa mulher (sra. W.) e uma amiga (sra. S.) estavam voltando para casa de riquixá. O riquixá que ia na frente delas havia capotado nas pedras, ao virar uma esquina muito depressa. Várias pessoas ficaram feridas. As duas mulheres pararam seu riquixá e foram ver se podiam ajudar em algo. Note-se que nenhuma das duas havia sido acidentada ou ferida de alguma forma.
 
Ao voltarem ao seu hotel, a sra. S. notou que a boca de sua amiga estava coberta de sangue. Depois circulou a história de que a sra. W. tinha sugado o sangue de uma das vítimas do acidente: ela era uma vampira. Ela morreu alguns meses depois e assim a lenda continuou, cresceu e provavelmente continuará a crescer.
Entretanto casualmente encontrei a sra. S. e perguntei o que sabia de toda a história. Aqui está sua versão:
Perguntei à sra. W., naquela mesma noite, por que havia sangue em seu rosto. Ela primeiro me disse que era de uma das vítimas e que tinha espirrado em seu rosto no acidente.
Três dias depois, porém, quando circulava o rumor de que era vampira - contado por algum dos sobreviventes do acidente e não por mim - ela me procurou para "confessar" que ia voltar à Inglaterra para tratamento.
Perguntei-lhe se ela era vampira e ela disse que não. A verdade é que, quando criança, ela tinha sofrido de uma doença e tinha de comer sanduíches de carne crua. Ela se acostumou tanto com isso que nunca comia carne cozida. Seu médico via isso como um estado psicológico mais ou menos inofensivo. E assim continuou ela com a dieta. Ao ir para a Índia, ela descobriu que era difícil conseguir carne crua, apesar de sentir muita vontade e, finalmente, ela conseguiu arranjar fornecedor. Mas ela se "controlava", tanto quanto possível. Na noite do acidente, ela me contou que não comia carne crua há semanas e que, ao se curvar sobre um ferido, aquilo foi demais para ela e então encostou seu rosto no dele como para beija-lo. Um indiano que estava presente, conhecendo talvez o seu gosto por carne sangrenta, deu início aos rumores."
Baseado neste relato, Idries chegou à seguinte conclusão: "O vampirismo humano, portanto - se é que jamais existiu - pode ser atribuído a uma psicose ou a um apetite determinado por um condicionamento à carne crua. Que a humanidade comia carne crua é sabido. Sobrevivência mais ou menos recente dessa prática encontra-se no famoso antropófago escocês Sawney Beane e sua família".
 
Mas o vampirismo de modo algum se refere a apenas isto, existem muitos outros casos, muitas outras explicações e muitos enigmas sem solução...
Vários escritos, por exemplo, ligam a idéia da cova com o fato comum de se cometer um engano e enterrar um vivo por morto, fato este que ocorre constantemente. Nos séculos 16 e 17 muita gente morria de doenças desconhecidas e algumas eram enterradas ainda vivas. Ao se reabrir a cova, o corpo estava em posição mudada e em melhor conservação do que deveria. Na época da primeira guerra mundial, em São Paulo, durante a chamada "gripe espanhola", juntava-se muita gente apenas desmaiada aos cadáveres e deixavam-nos no cemitério. Como eram muitos os mortos, não se dava conta dos enterros e, passado o estado cataléptico, o doente erguia-se para voltar para casa.
 
No século XVIII, na Hungria, epidemias incontroláveis à época de doenças como a varíola, foram freqüentemente ligadas à ação dos vampiros. A caça aos vampiros era implacável, montavam-se tribunais especiais e interrogavam dezenas de suspeitos. Não se enterravam cadáveres sem antes ficarem expostos com o fim de verificar se eles se decompunham normalmente. Tumbas eram abertas e se o corpo não estava putrefato enfiavam-lhe uma estaca no coração, decepavam-lhe a cabeça ou usavam qualquer outro método para por fim ao morto. Conta-se que os soberanos húngaros chegaram a determinar a formação de comissões para estudar o fenômeno que estava sendo considerado como uma praga que punha em risco o poder do estado e das autoridades constituídas. Chegou-se mesmo a determinar a perfuração dos corações, decapitações e incinerações de todos os cadáveres de cemitérios onde houvessem um ou mais vampiros pos supunha-se que o vampirismo poderia atingir os mortos que ali jaziam. Diz-se que neste tempo fogueiras ardiam por muito tempo incinerando os diversos mortos suspeitos de vampirismo e que todos os animais que se encontrassem nas proximidades eram também queimados durante esses grandes rituais de incineração pois acreditava-se que os vampiros poderiam encarnar em um deles e escapar da destruição definitiva.
No capítulo XX do livro V, o escritor grego Pausânias relata um fato que lhe fora contado e testemunhado por Aristarco, seu antiquário. Dizia que "Quando os Eleatas mandaram reparar o templo de Juno, cuja abóbada ameaçava ruir, foi descoberto entre a abóbada e o telhado o cadáver de um homem armado para a guerra e aparentemente morto por causa dos ferimentos. Era sem dúvida um dos eleatas que sustentaram o cerco contra os Lacedemónios em Áltis. Este homem atravessado de golpes foi arrastado para lá e ali morreu. Como quer que fosse, depois de decorridos tantos anos, o seu corpo tinha-se conservado perfeitamente (...)".
Quatro moças começaram a sofrer repentinamente de pesadelos terríveis numa aldeia da Ucrânia. Elas acordavam trêmulas e afirmavam que alguma coisa que não era-lhes possível definir as atacava e tentava estrangular a todo custo. Todos os pesadelos apresentavam-se idênticos e simultâneos. Todas as quatro jovens passaram a apresentar duas pequenas perfurações azuladas no pescoço. Os aldeões então, foram ao cemitério e abriram o túmulo de um suspeito de feitiçaria e relações com o diabo que fora morto a três semanas. O cadáver apresentava-se perfeitamente intacto e sem exalar qualquer odor. Seus olhos estavam abertos e havia uma grande quantidade de sangue por todo o caixão. Dadas as condições em que o cadáver se encontrava, resolveu-se proceder do modo que mandava a tradição: Um dos coveiros cravou-lhe uma estaca de madeira no coração, o corpo foi queimado numa fogueira e, por fim, enterrou-se as cinzas numa vala profunda.
Os castelões, ou melhor dizendo, os homens que cuidam dos velhos castelos ingleses, diziam que o ódio é um dos alimentos dos demônios da noite e, por extensão, dos vampiros. Ainda acrescentam que pessoas odiadas em vida podem retornar após a morte para "acertar as contas".
Um caso muito interessante teve lugar na velha Londres, a capital dos fantasmas. Trata-se da mote do ferroviário Mattews atirando-se debaixo de um trem em 1958. As investigações feitas para descobrir a causa de um ato tão desesperado, revelaram que sua noiva, morta pela Leucemia - dizia ele - aparecia-lhe todas as noites clamando por sangue loucamente. Que sem ele não poderia voltar...
Na metade do século XIX, havia na França um famoso médico chamado Trousseau que, apesar da fama, não conseguiu curar um paciente de nome Lesahor que sofria de um persistente mal hepático. Por precaução, a mulher do Sr. Lesahor, que também era paciente de Trousseau, não foi informada sobre a morte do marido o que alias ela nem percebeu sobretudo porque o morto continuava a freqüentar seu quarto todas as noites. O Dr. Trousseau tomou conhecimento desse espantoso fato por causa de um comentário da viuva: "O Sr. Lesahor tem melhorado muito da saúde, ultimamente. Está mais gordo e até corado!" Intrigado, Trousseau resolveu esperar no dia seguinte o tal visitante noturno no quarto da Sra. Lesahor para ver do que se tratava. Então eis que seu antigo paciente surgiu bem vivo e desembaraçado. Trousseau quis examina-lo mais de perto mas Lesahor evitou-o habilmente e saiu apressadamente da casa. No dia seguinte e com autorização oficial, Trousseau decidiu fazer uma inspeção no túmulo do Sr. Lessaor e encontrou o morto em seu devido lugar com um aspecto "excepcionalmente bem conservado". A viuva veio a falecer de anemia poucos dias depois. O Dr. Trousseau enviou um relatório do caso ao Colégio de Medicina mas acusaram-no de "procurar publicidade" e por isso desistiu de continuar com o caso.
Um caso interessante foi o do padre Charbel Manklouf. Ele fora monge baladita libanês do mosteiro de São Marmn de Annaya, nascido em 1828 e morto aos 70 anos de idade em 1898. Seu corpo foi sepultado no cemitério do convento. Um ano depois foi necessário resgatar o caixão que ficou meio descoberto devido à chuvas torrenciais que transformaram o cemitério num deforme lamaçal, para transferi-lo para outro lugar menos exposto. Preocupados com o estrago que o mau tempo poderia ter causado no fétero, decidiu-se pôr o corpo em um caixão novo e, para surpresa de todos, encontraram o padre não só absolutamente incorrupto como também com os membros frescos e flexíveis como os de um corpo de alguém que dorme.

Então os frades puseram-no num caixão novo e resolveram deixa-lo descoberto exposto à piedade dos devotos. Assim, pode-se constatar que este cadáver transpirava. Devido à falta de cuidado, o rosto do padre sofreu assaltos dos fanáticos que desejavam possuir relíquias ao longo dos vinte e oito anos que o corpo permaneceu visível e acessível aos devotos e curiosos., Em 1927, decidiram coloca-lo junto aos mortos devido a estas agressões. O corpo do padre Cherbal foi colocado em um ataúde de cedro forrado de chumbo e posto num nicho aberto em uma das paredes da cripta da igreja de Annaya sendo que seu sepulcro foi lacrado com a data de 24 de junho de 1927.
Em 1950, ou seja, vinte e três anos depois um frade descobriu assombrado que uma estranha umidade estava começando a ser vertida daquela parede, pôs seus dedos e quando retirou-os estavam vermelhos, molhados de sangue. Então tornaram a exumar o corpo e este se encontrava igual que em 1927. No ato do desenterramento estavam presente uma comissão eclesiástica e uma delegação científica. Esta delegação esteve estudando o caso durante dois anos e emitiu o seguinte relatório oficial em 1952: "A delegação médica e científica não pôde deixar de constatar a evidência dos fatos, seu caracter excepcional e a ausência de qualquer intervenção humana. Nunca se procedeu, nem no passado, nem agora, a embalsamar o corpo do monge".

No dia 7 de agosto de 1956 quis-se, com grande segredo, executar uma última averiguação e tornou-se a abrir o caixão que estava com as paredes externas salpicadas de sangue. A corpo encontrava-se igual a como estava em 1927 e flutuava no líquido que havia estado segregando. Apenas suas poupas haviam apodrecido mas constatou-se que "as carnes cediam elasticamente sob a pressão dos dedos como as de um ser vivo e as articulações continuavam flexíveis". Tendo em viste todas estas constatações é pois certo que se voltássemos hoje para novamente inumar o corpo encontrá-lo-íamos igual a sempre. Seria interessantet mandar um pouco do tal líquido para análise a fim de averiguar se trata-se mesmo de sangue normal ou se as novas técnicas médicas constatariam alguma irregularidade.
"Nove dias depois de ter-se produzido o falecimento da bem-aventurada madre Maria Villani, decidiram abrir o peito do cadáver, mas o cirurgião encarregado da operação teve que retirar imediatamente sua mão de dentro da cavidade que havia praticado ao perceber que um intenso e extraordinário calor exalava dela."

Um acontecimento com repercussões judiciais do vampirismo clássico ocorreu em 1912, quando um certo granjeiro húngaro foi a um cemitério, desenterrou um cadáver, enfiou alhos e pedras em sua boca, e cravou-lhe uma estaca de madeira em seu peito, acreditando ter assim cumprido os requisitos de um antigo método transmitido por incontáveis gerações de pais e filhos. Oficialmente, não se registrou mais acontecimentos desta natureza mas devido ao caráter secreto da cerimônia parece difícil comprovar que eles não tenham mais ocorrido realmente.
Em 1892, em Exeter, Inglaterra, ocorreu um caso estranho: A família Brown parecia estar sendo vitimada por uma espécie de maldição, e várias mortes a atingiram. Após a morte da mãe e de suas duas irmãs, Edwin, que era um dos filhos, começou a apresentar sinais de fraqueza e nenhum remédio foi capaz de ajuda-lo. Então concluiu-se o pior, que uma das mulheres mortas devia estar vampirizando-o. Decidiu-se exumar os corpos e para isto retiraram os três caixões da cova no cemitério local. Dois caixões continham apenas esqueletos normais mas o terceiro, da irmã Mercy apavorou os presentes ao ser aberto. Mercy tinha o mesmo aspecto de quando fora enterrada e ainda havia sangue em seu coração. Não houveram dúvidas. Reduziram a pó o coração de Mercy com um preparado químico especial. Contudo, nem mesmo isto impediu a morte de Edwim.
Dois resumos de Twelve Years' Study of the Easten Question in Bulgaria (publicado em Londres em 1877) por Saint-Clair e Broth: "Exporemos agora as superstições búlgaras em seu estado mais puro, exposição digna de todo crédito já que um de nossos próprios serventes é filho de um destacado vampiro. Na atualidade está cumprindo penitência por ser Quaresma, privando-se de fumar e beber vinhos e licores, e ao mesmo tempo evitar a tendência e a herança da condição paterna." A segunda narrativa diz que "Quando um homem que tem sangue de vampiro nas veias - porque essa condição não é só epidêmica e endêmica, mas sim também hereditária - ou tem predisposição a converter-se em vampiro, morre, nove dias depois de seu enterro retorna ao mundo dos vivos adotando natureza etérea. A presença do vampiro, neste primeiro estágio, pode-se perceber no escuro por uma série de faíscas semelhantes às emitidas pelo pedernal ao bater no aço, e à plena luz, por uma sombra que se projeta na parede variando sua densidade de acordo com os anos de atividade desenvolvida pelo vampiro. Neste período de iniciação o vampiro é relativamente inofensivo, sendo só capaz de fazer brincadeiras semelhantes às do irlandês Phooka, às dos alemães Kobold e Gnome ou às do britânico Puck. Emite uivos com uma terrível voz ou se diverte chamando os habitantes da casa com carinhosos termos, sacudindo-os depois até enche-los de contusões."

Em 1863 declarou-se uma voraz epidemia de vampirismo nas longínquas aldeias da Bulgária. À noite, os aldeães acendiam velas e reuniam-se nas praças públicas, unidos ante seu espectral adversário. Queixavam-se de serem acossados pelos "oborus" que, segundo Dudley Wring em Vampires and Vampirism (1914), "... iluminavam as ruas com seus resplendores. Alguns dos mais decididos plasmavam suas sombras nas paredes das salas onde os camponeses estavam reunidos em assembléia, compartilhando seu medo, enquanto que eles uivavam, gritavam e juravam do outro lado das portas, entravam nas casas abandonadas, salpicavam com sangue o chão e reviravam e sujavam tudo, inclusive as imagens dos santos com estrume de vaca, até que uma anciã, suspeita de desenvolver atividades relacionadas com a bruxaria, foi descoberta e com ela o espírito causador de tantas perturbações, depois do qual, a aldeia recuperou a paz e a liberdade".
Esta notícia foi retirada de um artigo do jornal francês Figaro, edição de Outubro de 1874: "Deveremos acreditar em vampiros ? Possivelmente muitos de nós discutimos a este respeito ao tomarmos conhecimento da morte do conde romeno Borolojovak, falecido em Paris há pouco mais de uma semana. Exilara-se em França para fugir à sua Romênia natal, porque a vizinhança pensava que todos os membros da sua família se transformavam em "vampiros" após a morte. Pouco tempo antes de abandonar a vida terrena, fez o seu hospedeiro parisiense jurar que lhe arrancava o coração imediatamente após a sua morte. Era, pensava ele, o único meio de esconjurar a maldição e pôr termo à sua estranha enfermidade. Era deste modo que se procedia outrora, na Europa Central, para destruir os "mortos-vivos" e os impedir de praticar o mal para além do túmulo[...]"
Nota encontrada no Dictionnaire de Théologie Catholique, do abade Migne (Paris, 1852), na rubrica "vampiros", tomo 49, página 785: Ö que há de mais notável na história dos vampiros é que eles partilharam com os filósofos, esses outros demônio, a honra de espantarem e perturbarem o século XVIII. Foram eles que assustaram a Lorena, a Prússia, a Silésia, a Polônia, a Morávia, a Áustria, a Rússia, a Boêmia e todo o norte da Europa, enquanto os demolidores da Inglaterra e da França derrubavam as crenças, dando a impressão de que não atacavam senão os enganos populares ..."
"Num relatório que o coronel March Botta Adorna entregou no tribunal marcial de Belgrado, a 26 de Janeiro de 1732, foi pedida uma recompensa para o dito cirurgião do regimento (Johann Flüchnger) e para os seus adjuntos, pois eles mereciam "uma boa recompensa, por causa dos incômodos que tiveram e pelo extraordinário inquérito que conduziram" (até aqui é Ludwing von Thalloczy quem narra).
O inquérito acima mencionado foi precedido por um outro exame médico, que publicamos fielmente, segundo os documentos. O relatório não está assinado (Hungria, 29 de Fevereiro de 1732):
"Relatório sobre a comuna rural de Metwett, na Morávia, que se queixava de um morto acerca do qual, na qualidade de médico legista em Parakin, procedi a exames e a um inquérito minucioso na própria vila, andando de casa em casa, no dia 12 de Dezembro de 1731. Como não encontrei nenhum sinal de doença infecciosa ou de estados contagiosos, tais como febre, terçã ou quartã, pleurisia ou afecção pulmonar, que resultam de indisposições contraídas antes do jejum, desenvolvi o meu inquérito e perguntei porque se queixam assim. Soube que treze pessoas tinham morrido no espaço de seis semanas e quando perguntei de que é que se queixavam antes de morrer, declararam todos a mesma coisa. Haviam tido sintomas semelhantes aos da pleurisia e da afecção pulmonar e igualmente grandes febres e dores semelhantes às provocadas pelo reumatismo, mas supunham que esses estados eram devido à existência de Vampiros. Ajudados pelos seus próprios governantes e em presença do chefe de Kragolas. o cabo Von Stallada, tentei fazer que a idéia lhes saísse do espírito, explicando-lhes que não podiam conservar tal suposição. Entretanto, responderam que preferiam ir para outro lado antes que fossem assassinados daquela maneira. Como de costume, duas ou três famílias reuniram-se de noite; uns velavam, outros dormiam, julgando que as mortes não cessariam enquanto uma autoridade competente não ordenasse a execução desses Vampiros. Em seguida, disseram-me que houve na localidade duas mulheres que em vida se tinham transformado em Vampiros e que, após a morte, elas próprias tinham vindo atacar outras pessoas. Também me informaram que essas mulheres tinham sido enterradas há sete semanas, e as pessoas estavam, em sua opinião, perfeitamente convictas acerca deste assunto, particularmente no respeitante à mais velha. Por isso, mandei abrir a sepultura de dez pessoas, para poder fazer um relatório aprofundado sobre estes fatos, e em primeiro lugar a da mulher mais velha chamada Miliza, a qual segundo pensavam, estava na origem de tudo.
Vampiro de 50 anos, morta há sete semanas. Tinha vindo da Turquia (viera de Montenegro que estava então ocupada pelos turcos) há seis anos e fixara-se em Metwett. Durante todo esse tempo os vizinhos viveram sem saber se ela acreditava no Diabo. De constituição magra e seca. Contava aos vizinhos que, noutros tempos, tinha comido carne de duas vítimas de Vampiros, e era por isso que quando morresse tornar-se-ia por sua vez Vampiro. Foi baseado nestas conversas que o povo fez o seu julgamento. Com efeito, vi o cadáver desta mulher. Como tinha sido de constituição magra e seca e morrera velha, era de crer que ao fim de sete semanas de enterrada, estivesse em semi decomposição.
Contudo achamos que estava mais gorda e pareceu-nos ensopada em sangue: um sangue fresco corria-lhe das narinas e da boca. Tudo isto me pareceu extravagante. Não se podia deixar de dar razão às pessoas.
Pelo contrário, após serem abertos alguns dos túmulos que encerravam adolescentes que eram em vida gordos e tinham morrido após uma doença breve e menos grave que a da velha, notei que os cadáveres apresentavam uma decomposição normal.
A outra mulher acusada de ser Vampiro, de nome Stanno, tinha morrido de parto. A criança tinha vindo ao mundo mas ela morrera logo após, com vinte anos. Chegou a confessar aos vizinhos que, quando esteve na Turquia, onde os Vampiros reinavam igualmente em grande número, a fim de se proteger deles, se tinha untado com o sangue de um Vampiro executado. Por isso, quando morresse, tornar-se-ia por sua vez Vampiro. Dizia-se que era do mesmo tipo físico da primeira. A criança, que pouco mais tempo tivera de vida, foi enterrada fora do cemitério, visto que nem sequer havia sido batizada; a sua sepultura ficava atrás de uma sebe, perto do sítio onde a mãe tinha morado. Vi igualmente o cadáver dessa criança. Os outros, que eram da mesma constituição, tinham morrido uns após os outros com pequenos intervalos e, segundo a crença das pessoas, tinham-se igualmente se transformado em Vampiros.
Eram, ainda segundo a mesma gente, Milloi, um rapaz de quatorze anos, falecido há cinco semanas e Joachim, um rapaz de quinze anos que também morrera a cinco semanas. Tinham morrido com um dia de intervalo, na seqüência de indisposições na altura do jejum, aquando de uma festa numa aldeia: Heyduckhen. Eram da mesma constituição que os outros.
Pudemos igualmente observar:
  • Ruschiza, uma mulher de quarenta anos, falecida há quinze dias, era parcialmente suspeita.
  • Peter, uma criança com quinze dias que morrera há cinco semanas, era, por seu lado, muito suspeito.
Enfim, porque aqueles eram novos e tinham, igualmente, sido sepultados há muito pouco tempo (morreram de doença grave) e estavam decompostos como devia ser, os habitantes de Metwett perguntaram a si próprios porque estes e não os outros... Pois eram adolescentes e mais fortes, mais corpulentos e mais frescos que os outros. E já estavam plenamente decompostos. Esta argumentação não parece má, evidentemente!
Aconteceu o mesmo com os casos seguintes:
  • Milosowa, da aldeia de Heyduckhen, com trinta anos, falecida há três semanas.
  • Radi, um rapaz de vinte e quatro anos, sepultado há três semanas.
  • Wutschza, uma criança de nove anos, falecida há um mês.
A fim de afastar esta calamidade, pediam respeitosamente que a execução destes suspeitos fosse efetuada, por ordem de uma autoridade competente, o que eu acho necessário, a fim de satisfazer estes indivíduos, e sendo esta vila relativamente importante."
"Pologojowits (Pedro) - Vampiro que espalhou o terror no ultimo século na aldeia de Kisolova, na Hungria, onde fora enterrado há dez semanas. Apareceu de noite a alguns habitantes da dita aldeia, durante o sono, e apertou-lhes de tal modo a garganta que morreram dentro de vinte e quatro horas. Fez deste modo pessoas, tanto velhos como novos, no espaço de oito dias.
A própria viuva de Plogojowits declarou que o marido tinha vindo pedir-lhe os sapatos, o que a assustou de tal modo que deixou a aldeia de Kissilva. Estas circunstâncias levaram os habitantes da aldeia a tirar da terra o corpo de Plogojowits e queima-lo, a fim de se livrarem de suas infestações. Descobriram que o corpo não exalava qualquer mau odor, que estava inteiro e como vivo, à exceção do nariz, que parecia enrugado; que os cabelos e a barba tinham crescido, e que em substituição das unhas antigas, que tinham caído, haviam crescido outras; que sob a primeira camada de pele, que parecia morta e esbranquiçada, existia uma outra, sã e de cor natural. Notaram também sangue fresco na boca, que Vampiro tinha certamente sugado das pessoas que matara. Mandou-se procurar uma estaca aguçada, que se espetou no peito, de onde saiu uma grande quantidade de sangue fresco e vermelho, (e também jorrou sangue) tanto pelo nariz quanto pela boca (como se o tivesse vomitado). Em seguida, os aldeões puseram o corpo sobre uma fogueira, e reduziram-no a cinzas, e ele nunca mais sugou."
Supõem-se que este seja o mesmo vampiro do seguinte trecho de Glaneur Hollandais, em Lettres Juives, do Marquês Boyer d' Argens, nova edição de 1738, carta número 137: "Acabou de ocorrer nos quartéis da Hungria uma cena de vampirismo que foi devidamente atestada por dois oficiais de Belgraro, que se deslocaram ao local, e por um oficial das tropas do imperador, em Gradish, o qual foi testemunha ocular dos processos.
Nos princípios de setembro, morreu na vila de Kisilova, a três léguas de Grandish, um velho com a idade de sessenta e dois anos. Três dias depois de ter sido enterrado apareceu ao filho, pedindo-lhe de comer. Este serviu-o, ele comeu e desapareceu. No dia seguinte o filho contou aos vizinhos o que acontecera. Nessa noite o pai não apareceu, mas na noite seguinte voltou e pediu comida. Não se sabe se o filho lha deu ou não, mas o fato é que este foi encontrado morto na cama. No mesmo dia cinco ou seis pessoas adoeceram subitamente naquela vila, e uma após a outra acabaram por morrer poucos dias depois.

O magistrado da localidade foi informado do que tinha acontecido e remeteu uma relação ao tribunal de Belgrado, que enviou à vila de Kisilova dois dos seus oficiais e um carrasco a fim de examinar o fato. O oficial imperial que enviara a relação deslocou-se também de Grandish, para ser testemunha de um fato do qual tinha ouvido falar muitas vezes.
Foram abertos todos os túmulos dos que tinham morrido há menos de seis semanas. Quando se chegou ao do velho, este foi encontrado de olhos abertos, com uma cor vermelha, respirando naturalmente, e contudo imóvel como um morto. Donde se concluiu que era mesmo um Vampiro. O carrasco espetou então uma estaca no coração. Fez-se uma fogueira e o cadáver foi reduzido a cinzas.
Graças a Deus, nós não somos mais do que crédulos! Reconhecemos que todas as luzes da física que podemos aproximar deste caso não descobrem nada acerca das causas. Contudo, não podemos negar-nos a acreditar num fato juridicamente comprovado; e por pessoas de probidade..."

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