21 de novembro de 2012

Sobre Drenagem: Jesus Cristo também Bebia Sangue

Diário de um Vampiro Canalha, parte 1


Aconteceu certa coisa cerca de dois mil anos atras, com a qual aprendi algo que mudaria para sempre toda minha existência. Talvez eu não entende-se na época, o 'para que' da pratica, ou o como usar. Bem, entre Pilatos e Madalena, lá estava eu lendo uma das famosas bíblias do vampiro pela internet, não tinha mais que 13 anos, e uma vontade insana de aprender aquilo. Eu divagava sobre como seria dominar o vampirismo.
Acho que nem mesmo acreditava que um dia pudesse estar em algum suposto ranking de fenômeno ocultista. Bem, dane-se.

Eu me lembro claramente quando drenei a primeira vez, eu tava deitado ao lado da minha mãe, e resolvi atacá-la por ali mesmo. Cruel atacar a própria mãe? Mas que lugar melhor para começar? Eu não sabia bem como fazer, e achei também que não faria mal, até porque, não sabia fazer. Eu me lembro bem deitado ao lado dela, encostei nas suas costas, e comecei a respirar. Era algo quente que vinha do corpo dela, para o meu, passava pelas minhas pernas e braços, e eu queria mais, e ia inspirando mais fundo, aquela sensação de euforia ia nascendo enquanto fungava até que ela acordou - e me perguntou porque tava respirando daquele jeito. Eu dei uma desculpa qualquer, e logo fui dormir.


Até hoje penso se um psiquiatra não iria bem, cada vez que retiro força vital, mesmo depois de tanto tempo, me questiono se é real. Me lembro claramente, de eu secando plantas em casa, de tanto drena-las ou fazendo pessoas dormir no ônibus. Sempre usei a respiração profunda pra drenar, ela acalma a mente, e dá uma percepção nítida de como a energia percorre o meu corpo. Acho até interessante a visualização, porém, meio intangível de mais. Gosto de coisas palpáveis. É um pecado meu, perdoe-me.

A drenagem ia me levando a comunhão, assunto do qual virará próximo capitulo dessa novela, e ao mesmo tempo me dando a condição de vampiro. Aos poucos, fui percebendo o quanto eu drenava, sem perceber, tudo ao meu redor. Desde quando abraçado com algumas amigas minhas que subitamente desfaleciam em sono, mesmo sem eu sequer pensar, ter a intenção de drenar. Realmente, o nosso corpo vira uma esponja energética, que vai sugando tudo ao redor.

Mas Jesus Cristo não era tão feliz assim, e se habituou a retirar força vital dia e noite. Eu não podia imaginar que aquela pratica iria me mudar tanto.

Um dos aspectos mais interessantes, é sobre a fome física; a força vital retirada, literalmente se torna comida. Quando conversei com o Rev.Obito sobre, lembro dele dizendo 'coisa se torna mais real do que você pode imaginar', e achei interessante. Tirando os bons dias que passo sem comer, ou com uma refeição minima, uma ou outra vez ao dia, creio que deus não poderia ter feito uma benção quanto essa. A comida física é quase que literalmente substituída pela vitalidade, que a partir de agora, a chamarei pelo que ela é, Sangue.

O vampiro que se preze, não deveria retirar força da aura da pessoa. Ele se concentra no sangue da pessoa, e quanto retira, ele percebe claramente a diferença disso. O sangue, a essência vital, nos da uma vitalidade interessante, peculiar até, uma euforia grande, comparado quando você apenas foca na energia da pessoa. A energia de alguém vem com toda sujeira dela. O sangue vem puro, pouco importa se é de bêbado ou de um expert em academia. Ele vem puro. Ele vem com euforia, ele vem com êxtase.

O êxtase é uma sensação de intenso poder, acompanhado quando você retira muita força vital. É uma alegria intensa, imensa, que transborda de você. Teu corpo todo formiga, você sente uma espécie de orgasmo em cada poro, e um gosto muito forte de sangue na boca, também é apreciado. E como toda droga, exija que você retire cada vez mais sangue dos humanos para que sinta isso. Foi exatamente o vicio por essa sensação, que me fez moderar na quantidade de vitalidade que retiro. Controle é tudo na vida. Auto-controle é mais que tudo.

Se eu fosse um bom rapaz, te juro que não iria querer tirar vitalidade através do sexo, apesar de, numa das vezes, eu ter que ligar rindo pra Katlyn já que, tinha desmaiado meu parceiro enquanto transávamos. O sexo abre o corpo de outrem duma forma tão brusca que te faz conseguir um desmaio em pouco tempo, coisa que, um nocaute desses, levaria um pouco mais de tempo se feito a distancia. Foi uma experiencia ímpar, que me levou a ter mais cuidado quando o assunto era a drenagem em momentos intensos. Eu sempre gostei de me alimentar da emoção das pessoas, pessoas profundamente alegres, ou libidinosas, dá uma sensação gostosa ao virarem alimento.

É incrível.

Tudo que fazemos constantemente, se torna um habito. O mesmo acontece com a drenagem. Ela se torna um habito, ou em palavras mais maquiavélicas, um vicio - Eu uma vez me disse que parei de vampirizar por que 'era como beber água do mar'. Você bebe, bebe e nunca fica satisfeito. Realmente tenho que afirmar.

A drenagem de energia vital, além de me render alterações no sistema digestivo, sonhos lúcidos e projeções, e uma nova perspectiva do próprio vampirismo. Acredite, a drenagem é uma pratica essência apenas no inicio do caminho, mais adiante, ela é descartada. Sim, vampirismo não é drenagem de energia vital. Pode parecer um contra senso, porém, conforme eu for abrindo mais desse pequeno livro dos meus pecados, vocês vão entender. Hoje em dia, ela virou uma espécie de ferramenta. Eu sugo sangue, apenas quando preciso fazer magia. O vampirismo observa a magia como uma tecnologia mental, e a força vital como uma 'matéria mental'. Tudo pra existir necessita de força vital. Isso vai dá tela do monitor, até a existência de seu irmão. Tudo é uma estufa de força vital.

É o grande Mar de Sangue, segundo as lendas da família. O Sangue é melhor refinado, vamos dizer, no corpo humano. Cada vez que um vampiro drena, ele se fortalece ás custas de outrem, porém, o proposito do vampirismo, não é prejudicar em si. Seria como tirar leite de uma vaca, você apenas extrai o suficiente para te satisfazer e sem prejudicar o animal. É exatamente assim que age, o vampiro com o rebanho humano. É um contraste natural da própria realidade, aonde o mais fraco serve ao mais forte em troca de algum salario. Claro que, nesse caso, não existe salario.

Ela podia ser usada para prejudicar pontos físicos numa pessoa. Você poderia, por exemplo, retirar energia vital do coração de uma pessoa, afim de desfalecer esse órgão. Assim com quaisquer outros órgãos, ou o corpo por inteiro. Levando em conta que, o sucesso disso, depende muito do quanto você se aplica e sua persistência sobre o teu objetivo. É interessante drenar as pessoas quando estão dormindo, já que, no dia posterior, elas relatam ter sonhado contigo. Hoje em dia, nem me preocupo mais com isso, porém quando eu era um pequeno messias, aos meus 14 e 15 anos isso foi uma espécie de adicção.

Até que eu aprendi a projeção astral.

A consciência no astral, depende totalmente do teu nível energético. Quanto mais energia, mais lucida será sua experiencia de projeção. O incrível mundo da projeção astral veio junto com minha virgindade roubada, que foi, um dos motivos de começar a fazer sexo astral. Mas isso é outro ponto do diário, vamos focar na drenagem. No astral não respiramos, quando eu ia até uma pessoa em projeção, na época era um cara que eu queria ficar, que eu atormentei ao máximo esse santo rapaz, eu deitava encima do corpo dele, e segurava no pescoço - daí então fazia força pra respirar, já que no astral, não existe sistema respiratório. A energia fluía como uma especia de fumaça vermelha e verde, depende do dia (até hoje não sei porque) e me rendia um mundo mais vivo, logo após isso. Eu continuei a pratica até ele cair em depressão meio profunda, foi quando percebi, tarde demais, óbvio, que eu estava fazendo mal á ele. Logo, larguei ele de mão, e fui fazer mal a outras pessoas.

Mais adiante, eu parei de comer gente, e comecei a comer espíritos. Eu comecei com uma Soror minha, que me disse que tinha esse hábito. Eu comecei a me alimentar de espíritos, seja de qualquer um, seja eu vendo ou não. Eu simplesmente focava no espirito, na sensação, e começava o sugar, até que desaparece-se por completo. Se eu já me sentia um viciado, quando comecei a fazer isso, me sentir mais adicto ainda. Achei fantástico, juro. Mais adiante, eu drenava espíritos goéticos que geralmente não realizavam o que queria, da forma que eu queria. Mas depois obtive outra visão dessa galera e os deixei em paz.

Hoje em dia, com uma pratica bem mais regulada de alimentação, eu relembro dessas brincadeiras e dou risada. Ás vezes acho que fui fundo demais antes da hora, outras acho que demorei demais tambem. É uma sorte, eu ser um Buda em potencial e sempre ponderar sobre minhas atitudes, ainda que sinta um orgulho meio sujo até das mais insanas, o caminho do meio me ensinou a regularizar o meu café, almoço e janta. A variar sempre o cardápio, e principalmente usar a drenagem para conseguir um fim.

 A vampirização deve ser usada pra conseguir algo, não exatamente ela mesmo ser um fim, mas sim, um meio de atingir um objetivo. Você concentra energia no seu corpo e mentalizando algo, canaliza para que isso aconteça. A pratica de drenagem, nem de longe caracteriza alguém como vampiro. É algo comum, tosco até. Ela é a básico da coisa, e fica bem longe de ser, a característica principal de algum tolo que se intitula vampiro.

Um pensamento que me veio á cabeça agora, enquanto escrevo, é que nunca matei ou vi alguma morte através de drenagem. Longe de incentivar alguém a cometer homicídio, porém, acho que descobri minha próxima meta.

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