Mas, os gênios já eram populares na literatura do oriente médio do período pré-islâmico como no clássico Alf Lailah Oua Lailah, conhecido no ocidente como As Mil e Uma Noites. Nesta narrativa já se estava convencionado que os gênios possuem todas as necessidades físicas dos humanos, podendo até mesmo serem mortos, mas mesmo assim eram dotados de poderes especiais e seriam livres de quaisquer restrições físicas.
A palavra árabe djin deriva do verbo "Djanna" que significa, "ser coberto ou escondido", e com o verbo na voz ativa, significa: "cobrir ou esconder". Algumas pessoas dizem que Djin, portanto, significa as qualidades ou capacidades ocultas do homem. Outras pessoas alegam que significa seres da selva, ocultos nos montes. Segundo a crença islâmica os gênios vivem na Terra em um mundo paralelo ao da humanidade do qual podem ir e voltar a vontade sendo invisíveis aos olhos humanos sempre que desejam.
Apesar de seus poderes sobre-humanos os gênios das histórias populares podiam ser presos em anéis, lámpadas ou garrafas especiais, por um feiticeiro habilidoso. Neste caso feiticeiro poderia obrigar o gênio a realizar tarefas sobrenaturais ao seu comando mantendo sempre acessa a esperança de um dia o libertar. Quando convencidos podiam por exemplo ajudar os sábios e adivinhos a prever o futuro. Para tanto, subiam até a ante-sala do céu, de onde espionavam a conversa dos anjos a respeito do que estava por acontecer.
Mas segundo as lendas o poder maior de um gênio é o de sussurar nos ouvidos internos das pessoas pensamentos que por fim influenciam seu comportamento. Um djin poderia portanto aproximar casais ou unir famílias separadas, mas poderia também influenciar negativamente o aspecto emocional de alguém, levando após dias de sussurros a depressão, ou mesmo a suicídios e crimes impensados.
Uma tradição de Mohammad narrada por Jabir bin 'Abdullah diz que os Gênios podem ainda roubar coisas de uma casa ou mesmo suir com crianças e parentes. O profeta alertou para "cubrir os utensilios da cozinha, cubrir os potes de água, fechar as portas e manter as crianças por perto quando escuresse, pois a noite existem Djins que investem seu tempo em raptar e roubar as coisas."
De acordo com o Alcorão, os djinns já viviam na terra milhares anos antes do homem ser criado. Eles foram feitos por Deus, segundo conta o Alcorão vindos do fogo (55 ª Surata Versículo 14), assim como os humanos teriam sido feitos do barro e os anjos feitos de luz. Contudo alguns estudiosos alegam que a expressão alcoronica correta é que os gênios foram feitos de um "fogo sem fumaça", uma referência comum ao vento escaldante do deserto da Arabia.
No Alcorão, os gênios são também freqüentemente mencionados na sura 72, que de fato possui o título Al-Jinn, ou "Os Gênios" que é inteiramente dedicada a eles. Outra sura (Al- Naas) menciona os gênios no último versículo. Os muçulmanos acreditam baseados nestes textos que os gênios possuem lívre arbítrio, e que, ortanto o Alcorão fora revelado para ambos os grupos. Assim, existiriam gênios muçulmanos, mas também existem gênios cristãos, hindus ou mesmo djins céticos e ateus. Na literatura islâmica Shaytan ou Satanás é o nome dado a qualuqer gênios descrente que se rebele contra Deus.
No versículo 50 da 18ª Surata, é nos dito:
"E (lembra-te) de quando dissemos aos anjos: Prostrai-vos ante Adão! Prostraram-se todos, menos Iblis, que era um dos Djins, e que se rebelou contra a ordem do seu Senhor. Tomá-los-íeis, pois, juntamente com a sua prole, por protetores, em vez de Mim, apesar de serem vossos inimigos? Que péssima troca a dos iníquos!"
Segundo esta passagem, Iblis foi o nome de um proeminente djin. Nesta passagem e em passagens semelhantes, é nos dito que ao terminara criação do ser humano, Deus ordenou aos anjos e todas as criaturas da terra a se prostrassem perante Adão, coisa que todos fizeram, menos Iblis. Isso implica numa prounda e direta desobediência a Deus e em consequênte queda, tal qual a história de Lúcifer.
No século XX, a crença nos gênios foi popularizada no ocidente por figuras como "Jeannie é um Gênio" e por desenhos de releituras infantis das lendas de Aladin e Sinbad. Entretando, os djins ainda são uma parte integrante da civilização árabe e da comovisão islâmica e continuam sendo vistos com a mesma seriedade e interesse de séculos atrás. Um ocidental costuma responsabilizar o diabo, os espíritos ou os extreterrestres por coisas que não pode explicar. Nas terras da Arábia os gênios ainda estão no comando.
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