por: Stephen Sennitt
Tradução Livre: Luiz Marques (Pazuzu)
"Pazuzu, Senhor das Febres e Pragas, Anjo Negro dos Quatro Ventos com genitais apodrecendo dos quais uivam dos dentes afiados sobre as cidades atacadas..."
"Pazuzu, Senhor das Febres e Pragas, Anjo Negro dos Quatro Ventos com genitais apodrecendo dos quais uivam dos dentes afiados sobre as cidades atacadas..."
William S. Burroughs, Cities of the Red Night
(Cidades da Noite Vermelha)
(Cidades da Noite Vermelha)
O mais poderoso demônio do vento das cidades perdidas da Assíria e Babilônia pode ser considerado como a mais malevolente força elemental no mundo da mitologia. Como Pazuzu, esse demônio do Oriente Médio alcançou atenção popular na sensacional novela de William Peter Blatty, The Exorcist (O Exorcista). O filme inspirado nesta novela trouxe o assunto de possessão demoníaca para um contexto popular, mas isso foi deixado mal entendido, para [uma] seqüela atmosférica, The Exorcist II: The Heretic (O Exorcista II: O Herético), dirigido por John Boorman, para representar as forças maléficas de Pazuzu num autentico contexto mitológico como um varredor do deserto, causador da desolação e praga. Isso foi imaginado efetivamente no filme como um enxame de lacustas, noticiando um apocalipse de fome.
Nesse livro erudito, The Domain of Devils (O Domínio dos Diabos), Eric Marple descreve o demônio do vento como a mais terrível de todas entidades demoníacas, tendo poder para espalhar doenças repugnantes com sua ígnea e seca respiração. O demônio tem "para uma cabeça muitos crânios descarnados de cão". Representando morte, doença, e como sem carne, morte cerebral, o varredor do deserto, fome. Significativamente, Willian Woods explica na sua "História do Diabo: "... Na Mesopotâmia o demônio chifrudo, Pazuzu, montou no vento ... espalhando malária..." deste modo acentuando [o poder] destrutivo do demônio mostrado então como "senhor de todas as febres e pragas." Outras versões referem-se a Pazuzu como o dragão devorador, Typhon, "anjo dos ventos fatais", equiparado com a doença Typhoide.
Outra representação do demônio do vento pode ser traçada no velho testamento, onde o diabo é descrito como um criatura negra hirsuta, um invasor do deserto das terras perdidas.
A idéia de um demônio do vento como criatura do deserto talvez derive da concepção egípcia de Set, o destruidor, o mais antigos dos deuses, o qual foi representado como um estranho cão-como-animal, distinto do varredor "denizen" do deserto, o chacal. Kenneth Grant chamou essa manifestação de Set, [de] Shugal "a simbólica raposa do deserto de Set", a metade mal da Besta 666" o número de Shugal [é] 333. A metade má da besta é Choronzon (333), outra criatura pestilenta representando o caos em toda sua latencia ou aspectos manifestados. É dito ter Choronzon conduzido Aleister Crowley a insanidade pela invocação [feita por Crowley] da entidade no deserto do Norte da Africa.5 Representando a malícia do caos e da destruição, Choronzon é provavelmente um dos mais complexos símbolos do ocultismo ocidental.
Interessantíssimo, na explicação sobre Pazuzu na concepção da Besta, nós encontramos seu número 107. Kenneth Grant explica que este número é o número do anjo de Leão, OVAL, o mensageiro da Besta.6 Oval literalmente significa "ovo", e por essa razão refere-se ao Aeon do "filho", ou Aeon de Set, no qual está ainda em forma embrionária. Em muitas das teologias antigas do mundo, esse Aeon final é a era da destruição, quando o Mensageiro da Besta, Pazuzu, entregará sua palavra: o uivo do pestilento vento do deserto. Os antigos terão reconhecimento dessa palavra [n]o terrível "grande dragão" : ATEM, de quem o número é 440, isso é também o número do "aniquilador", "cessar", "desaparecer", e, significativamente, "completo", ao qual deve se referir ao término do ciclo, como ATEM, é também a deusa da periodicidade, idêntica a terrível deusa hindu, Kali a destruidora. Interessante também notar que 107+333=440. Essa formula pode representar o sopro ultimato do vento da devastação da boca do "grande dragão", ATEM, a Besta do Apocalipse.
No relato dessas concepções para o antigo demônio do vento sudeste do Oriente Médio, nós podemos entender porque esse símbolo foi considerado com tal temor e terror. Como o mais cruelmente destrutivo demônio do panteão das criaturas nefastas, o demônio do vento representa a destruição da vida humana.
Notas:
1.Maple, p.18
2.Cavendish, Richard, The Powers of Evil (Routledge, Kegan & Paul 1975)
3.Grant, Kenneth, Nightside of Eden (Muller 1977)
4.Symonds, John, The Great Beast, p.126-145 (Mayflower 1973)
5.Grant, Kenneth, Outside the Circles of Time p.133, (Muller)
6.Ibid p.247
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