Vampiros são monstros que não existem na vida real, certo? Errado. Por mais que Drácula seja fruto da imaginação de Bram Stoker, lembremo-nos de que duas das fontes utilizadas na criação do personagem eram pessoas de carne e osso. Uma, Vlad Tepes II, da Valáquia; outra, a Condessa Bathory. Se Tepes não era bem um vampiro, apesar de beber o sangue de seus inimigos, a condessa não só tomava sangue, como se banhava nele à vontade, acreditando ser o precioso líquido a fonte da juventude. No mundo moderno, pessoas com essa estranha compulsão não deixaram de existir -pelo contrário, a cada ano surge alguém em algum lugar acusado de atacar pessoas furtivamente para sugar seu sangue. Alergistas americanos da Universidade de Idaho já afirmaram que a ânsia por sangue é fruto de uma dependência alérgica de alimentos ricos em proteínas. Ou seria simplesmente uma maldição? Incrível relata aqui os mais estranhos casos de vampiros reais nos últimos tempos. O leitor que julgue por SI mesmo...
Os hippies vampiros – Em 1972, na Colômbia, crianças foram raptadas e tiveram seu sangue chupado por hippies, segundo denunciaram moradores da cidade de Honda. Cinco crianças teriam sido vítimas dos adeptos do blood power, e mais uma revelou ter sido seqüestrada no distrito vizinho de Espinal. Mas conseguiu escapar ilesa.
Caça aos mortos-vivos em Calcutá – Cadáveres de mendigos surgiram misteriosamente nos becos dessa cidade indiana em maio de 1973. Tinham marcas de mordidas no pescoço, aparentemente produzidas por aparelhos mecânicos (a polícia não esclareceu de que tipo). De qualquer modo, assim que soube da onda vampiresca, a população ficou em pânico e saiu às ruas armada de tacapes e estacas de madeira. Cinco maltrapilhos com aparência suspeita acabaram linchados pela multidão enfurecida, e outros 20 saíram feridos. Depois dessa reação, é bem provável que os vampiros tenham abandonado Calcutá.
Hora do espanto em Guarulhos – Este município paulista também virou point dos discípulos de Drácula naquele maio fatídico de 73. João Carlos da Costa apareceu morto com as tradicionais marcas de dentes no pescoço, certa noite, no bairro de Bonsucesso. E Maria Nogueira, outra vítima em potencial, conseguiu no entanto salvar seu pescoço, após ser atacada de repente ao caminhar por uma rua escura. O atacante novamente sumiu como todo bom vampiro: sem deixar vestígios.
Vampiros do sol nascente – Se isso parece uma Contradição, não se assuste. E que os principais suspeitos de vampirismo neste caso – ocorreu em Cascavel, PR, em abril de 1974 – eram japoneses. Segundo depoimentos da época, eles usavam uma kombi para seqüestrar crianças e extraíam- lhes sangue com uma seringa. As vítimas eram então abando- nadas, desmaiadas. A história assustou tanto os moradores – embora a polícia negasse tudo – que algumas escolas fecharam durante alguns dias, para evitar expor seus alunos.
Sede de sangue através dos tempos – Nem só em nosso século existem vampiros, vale destacar neste breve parêntesis. Eles, na verdade, são bem anteriores a Vlad Tepes (que viveu no século XV). Há 2.000 anos, os jovens gregos eram aconselhados a tomar cuidado com vampiros eróticos que os seduziam com o intuito de devorá-los. Na Idade Média, o cristianismo deixou arraigadas crenças de que, se uma pessoa morria excomungada, suicidava-se ou fazia um pacto com o diabo, ela era obrigada a viver dentro de sua tumba, saindo à noite para sugar o sangue dos parentes.
Em 1892, em Exeter, Inglaterra, ocorreu uma história incrível. A família Brown foi vítima de uma espécie de maldição, e várias mortes a atingiram. Quando um dos filhos, Edwin, começou a dar sinais de fraqueza, após a morte de sua mãe e de suas duas irmãs, e nenhum remédio o ajudava, concluiu-se o pior: ele deveria estar sendo vampirizado por uma das mulheres mortas. Decidiu-se exumar os corpos, e três caixões foram tirados da cova no cemitério local. Dois deles continham apenas esqueletos; mas o terceiro, da irmã Mercy, ao ser aberto, apavorou os presentes. Mercy estava exatamente com o aspecto de quando fora enterrada e ainda havia sangue em seu coração. Não houve dúvidas: o coração foi reduzido a pó (uma maneira original de eliminar vampiros) com um preparado químico especial. Mas Edwin morreu assim mesmo.
Antes disso, no século XVIII, os vampiros já atormentavam outras terras européias. Na Hungria, epidemias incontroláveis, à época, de doenças como a varíola, eram freqüentemente ligadas à ação de sugadores de sangue. E a caça aos vampiros era implacável. Tribunais especiais eram montados, e dezenas de suspeitos interrogados. Cadáveres não eram enterrados sem antes ficar expostos com o fim de verificar se eles se decompunham mesmo. Tumbas eram abertas – e, se o corpo não estava devidamente putrefato, estaca nele. E a cabeça era decepada.
Nem mesmo o século XX, quando começou, ficou livre das presas sedentas. Em 1924, Fritz Harman foi acusado de vampirismo em Hanover. Já em 1931, enforcava-se Peter Kurten, conhecido como o Vampiro de Dusseldorf, Alemanha. Ele assassinou pelo menos nove mulheres e crianças para sugar seu sangue. Dezoito anos depois, o inglês John Haigh teve o mesmo fim de Kurten. Ele cortava a jugular de mulheres, sugava o sangue e dissolvia os corpos em ácido sulfúrico.
Depoimento de um vampiro – “Eu estava deitado no sofá outra noite, lendo um livro, e de repente veio aquela ânsia terrível de sangue. Eu sentia que tinha que sair e achar alguém para morder. Mas consegui me controlar”. Palavras do inglês Carl Johnson, um vampiro moderno confesso. Em 1974, ele vivia pertinho do cemitério de Exeter. E de dar medo. No mesmo ano, uma americana que se identificou apenas como Lilith contou que na adolescência costumava vagar pelas ruas de sua cidade em noites de lua cheia, com sede de pescoços. U ma vez adulta, o vício sossegou. Mas ela afirmou que tinha medo de que numa noite de lua cheia acordasse seca novamente, ao lado do marido, na cama. Não sabe o que aconteceria.
A vampira de Jacarta – Bem, os maridos de Tala, 25 anos, descobriram o que acontece quando se está casado com uma superdiscípula do Conde Drácula. E exatamente no que a mulher deles se transformava após o casamento. Não admira que esta moradora de Jacarta, na Indonésia, tenha enviuvado de cinco homens, todos atacados por forte anemia, que os deixou feito bonecos de cera. Os próprios pais da moça testemunharam contra ela –presa por suspeita de feitiçaria e vampirismo –, dizendo que seus genros enfraqueciam a olhos vistos. De manhã, após uma noite com Tala, saíam sempre exaustos. O corpo do quinto marido, examinado por um curandeiro local, não tinha uma gota de sangue venoso. Para o curandeiro, Tala tinha o espírito dominado por Negasjatingaron, um vampiro-mor das redondezas, a respeito de quem há lendas conhecidas no lugar.
Os irmãos sanguinários – Jan Marchwicki instigou seu irmão Zdzislaw... e este matou uma mulher em Katowice, Polônia, em julho de 1975. Depois, bebeu o sangue dela e gostou. Sacrificou e sugou outras treze, não sem antes forçá-las a fazer sexo. Zdzislaw ficou conhecido como o Vampiro da Silésia e, junto com o irmão e guru, foi enforcado. Felizmente não voltou do túmulo.
Seringa 11, a missão – Este caso aconteceu em Porto Alegre em 1978. Um menino foi atacado por um homem negro e barbudo que, segundo seu depoimento, picou suas mãos com uma seringa e recolheu o sangue numa garrafa, durante 30 minutos. Depois, deixou-o fugir e sumiu do mapa.
Vampiros felinos – Em fevereiro de 1984, outra onda de mortes ligadas a bebedores de sangue se abateu sobre Banda Aceh, na Indonésia. 23 mulheres de 18 a 20 anos tiveram seu sangue sugado. O detalhe mais curioso da história é que os jornais noticiaram que os vampiros não se transformaram em morcegos, e sim em gatos, especialmente pretos, ao contrário do que reza a lenda. O resultado era de se esperar. A população saiu às ruas e realizou uma verdadeira matança de gatos. E não adiantou, pois o vampiro continuou atacando. A solução foi trancar as mulheres em casa até o monstro se saciar, ou desistir.
Nosferatus adolescentes – Em certas regiões dos Estados Unidos, não se pode mais acampar tranqüilamente. Don Gall, que resolveu acampar com quatro rapazes em St. Cloud, Minnesota, em 1988, ao que parece foi autoritário demais com eles e se deu mal. Dias depois, o corpo de Gall apareceu boiando no rio Mississipi, e os rapazes foram presos. Confessaram ser vidrados em vampiros e pelo menos dois deles não resistiram ao chamado secular de Drácula, embriagando-se do sangue da vítima.
Bebida sublime – E o que dizer de um vampiro que prefere sangue de carneiro a sangue humano? E ocaso do espanhol Rafael Pintos, de Pontevedras, que acredita ser o sangue humano um verdadeiro depósito de doenças para os vampiros. Beber sangue, para ele, é uma experiência sublime e, quando morrer, acredita, vai ser capaz de atravessar paredes, como outros colegas. Rafael, ao contrário de outros vampiros de carne e osso, é honesto – pediu humildemente permissão à prefeitura de Pontevedras para beber o sangue de animais abatidos no matadouro da cidade e vagar à noite pelo cemitério local. O pedido foi indeferido. O vampiro é sempre um incompreendido, afinal.
Agora, reflita, caro leitor: com um pessoal desses, quem é que precisa de Drácula? Antes ele, que fica – se existe – escondido em seu castelo da Transilvânia (bem longe daqui, portanto), a seus pupilos atuais, que podem estar literalmente em qualquer lugar. Melhor comprar alho, crucifixos e estacas, e guardar. Nunca se sabe.
Vampiros em pacote turístico
Réstia de alho, estaca de madeira e crucifixo. Estes são os ingredientes do kit oferecido pelo Hotel Crown, de Scarborough, Inglaterra, que em 1986 inaugurou um pacote turístico inusitado: um fim de semana à caça do Conde Drácula. Os hóspedes chegam, são instalados em quartos apropriadamente lúgubres – úmidos, com companhias como aranhas e morcegos, e mal iluminados. Depois, munidos de suas armas, saem em buscas de pistas sobre o Conde (na verdade, o secretário da Sociedade Drácula da Grã-Bretanha) e, se forem perspicazes, descobrem sua cripta secreta. O melhor de tudo é que ninguém vira morto-vivo.
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