12 de abril de 2010

O poder da música

INTRODUÇÃO: O poder da música

É muito comum encontrar pais que não se importam que seus filhos passem horas ouvindo Rock a todo volume, porque consideram que “não há mal nenhum nisso”. Eles, quando eram moços, se acostumaram (ou viciaram) a ouvir talvez músicas românticas ou canções sensuais de jazz. Tocavam-nas quando seus filhos eram pequenos. Agora, os jovens cresceram e inconscientemente tiraram as consequências dos princípios musicais e educativos que receberam: ouvem apenas Rock.
Do romantismo sentimental ao Rock frenético, passando pela etapa intermediária do jazz sensual, há uma lógica coerente que a alma percorre, ainda que inconscientemente.
O próprio Rock registra, com maior velocidade porém, estas mesmas etapas em seu caminho. Tendo começado com músicas e letras sentimentais, logo chegou ao frenesi e ao abismo do mal. Não é por acaso que a canção considerada o “hino oficial” do Rock – “Starway to Heaven” – passa também, por essas fases: sentimental, sensual, frenética. (Outras razões houve para designar-se essa canção como o “hino” do Rock. Nós as examinaremos mais adiante).
É também comum encontrar jovens que, informados do que significam as letras das canções que ouvem, afirmam que não entendem suas letras, que se interessam apenas pelo ritmo ou, bem raro, pela “melodia”.
Não se apercebem de que a música tem profundos efeitos na alma humana. É evidente que ao ouvir ou ler esta afirmação eles a põem em dúvida. Entretanto, reconhecem que o Rock os entusiasma e os deixa euforicamente excitados. Têm que reconhecer também que há músicas próprias a filmes de terror, que inclinam a alma para o medo do desconhecido. Que há outras que são compatíveis com cenas amorosas e sentimentais. Não poderão negar que certas músicas produzem melancolia e tristeza, outras despertam alegria, outras ainda entusiasmo.
A música, portanto, é criadora de estados de alma, os quais fazem nascer idéias correlatas em nossas mentes. Quem permite que uma música crie em sua alma um estado de melancolia e tristeza naturalmente terá tendências à tristeza e à melancolia, por isso mesmo, idéias melancólicas, tristes e pessimistas.
Fica então patente que uma canção, por si só, sem levar em conta a sua letra, cria estados de ânimo e suscita idéias.
Tinham pois muita razão os filósofos gregos ao darem à música um importante papel na educação e formação dos jovens. Aristóteles prevenia que “pelo ritmo e pela melodia nasce uma grande variedade de sentimentos” e que “a música pode ajudar na formação do caráter” e que “se pode distinguir os gêneros musicais por sua repercussão sobre o caráter. Tal gênero, por exemplo, leva à melancolia, tais outros sugerem o desânimo ou domínio de si mesmo, o entusiasmo ou alguma outra disposição já mencionada.
(Citação de Aristóteles – apud W. Matt – Le Rock’n Roll, instrument de Revolution et de subversion culturelle – Ed St. Raphael Sherbrooke, Quebec, 1981 pag. 6)
Platão é ainda mais claro. No diálogo República, ele adverte que a música forma ou deforma os, caracteres de modo tanto mais profundo e perigoso quanto mais inadvertido. A maior parte das pessoas não percebe que a música tem o poder de mudar o coração dos homens, e que assim, pouco a pouco, molda a sua mentalidade. Mudando as mentalidades, a música termina por transformar os costumes, o que determina a mudança das leis e das próprias instituições. Por isto dizia Platão que é possível conquistar ou revolucionar uma cidade pela mudança de sua música.
“Toda inovação musical é prenhe de perigos para a cidade inteira”… “não se pode alterar os modos musicais sem alterar, ao mesmo tempo, as leis fundamentais do Estado”. (Platão, República, Livro III)
Para Platão, a educação musical é a mais poderosa, porque permite introduzir na alma da criança, desde a mais tenra infância, o amor à beleza e à virtude. A pessoa bem educada musicalmente mais facilmente perceberia a beleza e a harmonia. E como não há amor sem ódio, ela também odiaria o feio e o mal. E pergunta Platão: “Não saberá (tal pessoa) louvar o que é bom, receber o bem com deleite e, acolhendo-o na alma, nutrir-se dele e fazer-se um homem de bem, ao mesmo tempo que detesta e repele o feio desde criança, mesmo antes de poder raciocinar? E assim quando chegar a razão, a pessoa educada por essa forma a reconhecerá e acolherá como uma velha amiga”. (Platão, República, Livro III)
Bem educados musicalmente, continua Platão, os jovens crescerão numa terra salubre, sem perder um só dos eflúvios de beleza que cheguem aos seus olhos e ouvidos, procedentes de todas as partes, como se uma aura vivificadora os trouxesse de regiões mais puras, induzindo nossos cidadãos, desde a infância a imitar a idéia do belo, a amá-la e a sintonizar com ela. (Platão, idem, ibidem.) Por isso, conclui Platão, não se deveria permitir que os artistas exibam “as formas do vício, da intemperança, da vileza ou da indecência, na escultura, na edificação e nas outras artes criadoras… ” Não admitiremos que nossos guardiães cresçam rodeados de imagens de depravação moral, alimentando-se, por assim dizer, de uma erva má que houvesse nascido aqui e ali, em pequenas quantidades, mas dia após dia, de modo a introduzirem, sem se aperceber disso, uma enorme fonte de corrupção em suas almas”. (Platão, idem, ibidem)
Platão insiste no poder insinuante da música de agir sem ser percebida, a ponto de conseguir destruir ou revolucionar uma sociedade, “pois é aí que a ilegalidade se insinua mais facilmente, sem ser percebida…sob forma de recreação, à primeira vista inofensiva”.
“Nem, a princípio, causa dano algum, mas esse espírito de licença depois de encontrar um abrigo, vai-se introduzindo imperceptivelmente nos usos e costumes; e daí passa, já fortalecido, para os contratos entre os cidadãos, e após os contratos, invade as leis e constituições, com maior impudência, até que, ó Sócrates, transforma toda, a vida privada e pública”. (Platão, República, Livro III)
É tão verdadeira essa análise do grande filósofo grego, que ela se aplica perfeitamente ao que aconteceu com os costumes de nossa sociedade. Até parece tratar-se de um autor atual descrevendo o que ocorre em nosso tempo.
Portanto, a música pode ter um salutar efeito formador ou pode ser destruidora.
Evidentemente, como é mais fácil destruir do que construir, os efeitos da música daninha são mais rápidos e eficazes que os da boa música. A corrupção estética e moral, embora degrau por degrau, vai mais rapidamente até os mais profundos abismos, do que a virtude em sua ascenção até os píncaros do heroísmo e da santidade.
Nesse trabalho de deformação e corrupção feito também através da música, no século XX, devemos salientar o papel do liberalismo que considera tudo pelo lado positivo e que, por isso, julga que nada deve ser proibido. O liberalismo é a “tolerância institucionalizada não só em certos casas ditas de “tolerância” como na própria sociedade. O liberalismo é o sistema da “tolerância”. Por isso, os pais liberais permitem que os filhos tudo ouçam, sem qualquer restrição. Ora, à força de tudo ouvir, acaba-se por tudo aceitar, à força de tudo aceitar, acaba-se por tudo aprovar”. (in Walter Matt, op. cit., pag. 22-23, nota 17 do tradutor, parodiando palavras de Santo Agostinho).
A aceitação do mal, a convivência com ele, leva o liberalismo, no fim, a aprovar todo vício, todo crime, todo absurdo, toda monstruosidade. Foi assim que a arte moderna ajudou a deformar o século XX. É assim que o Rock dominou a juventude mundial de nossos dias. Se há 50 anos tivessem dito que os netos dos fãs de Frank Sinatra iam ser entusiastas do “Black Sabbath” ou do grupo “Possessed”, ninguém acreditaria. Mas, como a decaída se deu, degrau por degrau, até o abismo, todo o liberalismo aprovou.
Porque:
“Vice is a monster of so frightfull mein
As to be hated needs but to be seen
Yet seen too oft, familiar with his face
We first endure, then pity, teh embrace”
(Alexander Pope)
(“O vício é um monstro de aspecto tão horrível
que basta vê-lo para detestá-lo
Mas olhá-lo por demais acostuma-nos com seu rosto
Tolera do inicialmente, em seguida nos dá pena
por fim se o abraça”.)
Esse foi o caminho da juventude face ao vício e à música no século XX..

PARTE I: Música: Símbolos – Idéias e Moralidade

Para confirmar o que dissemos – que a música transmite idéias – queremos citar um especialista bem conhecido, o maestro Koelreutter, que em comentário feito sobre a “Chacone” de Bach, na Rádio Cultura Fm de São Paulo, em agosto de 1993, declarou: “A música transmite manifestações espirituais. A música é uma linguagem e, como linguagem ela é um meio de transmissão. Ela transmite alguma coisa: uma mensagem, uma informação, e assim por diante. Eu diria então que a música é uma linguagem que entre outras coisas, é capaz de transmitir manifestações espirituais.”
Toda arte utiliza símbolos para exprimir idéias. A música é uma arte e exprime idéias através de símbolos sonoros.
Ora, todo símbolo, embora objetivo, é ambíguo. A serpente é símbolo do demônio, mas foi também símbolo de Cristo quando Moisés ergueu sua imagem de serpente de bronze num madeiro para curar os judeus picados por cobras no deserto. Ela é símbolo de astúcia maligna e de prudência santa. (“Sede mansos como as pombas e prudentes como as serpentes”). A pomba é símbolo de mansidão e também de estultície, diz a Escritura. ( Sof III,1)
Se as coisas criadas contém símbolos ambíguos, a própria palavra, embora deva ser objetiva, também pode ser deturpada em seu significado. Por isso, embora a literatura seja a arte mais objetiva, quantas interpretações diversas são dadas aos mais claros textos! Os símbolos sonoros ou musicais são os mais ambíguos e menos claros de todos. A música é, pois, a mais subjetiva das artes. Daí o romantismo subjetivista considerar que a música era arte mais romantizável.
Por outro lado, a música pode ser considerada, ao mesmo tempo, a arte mais elevada e a mais baixa. A mais elevada, porque ela consegue criar estados de alma que a própria palavra tem dificuldade de expressar. A música é a arte que mais se acerca do inefável, isto é, de Deus.
Entretanto, apesar de atingir os cumes do inefável, a música é também a arte mais baixa, no sentido em que ela atinge mesmo os que não têm cultura (os selvagens), mesmo os que ainda não têm o uso da razão (os bebês são acalentados e se acalmam com canções de ninar), mesmo os que perderam o uso da razão (consta que os loucos se acalmam ao ouvir música clássica). Consta ainda que até mesmo os animais são influenciados pela música. É ela a única arte que pode atingi-los, porque o ritmo e os sons melodiosos (proporcionados) repercutem favoravelmente no sistema nervoso deles. [Lemos algures que foram feitas experiências com vacas em estábulos. Quando se tocava Vivaldi elas davam mais leite. Quando se tocava Rock "escondiam o leite". Tivemos notícia também que o Rock deixava furiosos os tubarões vivendo em grandes aquários e que a música clássica os acalmava. O mesmo teria sido verificado com os loucos. E um sacerdote nos contou que ao tocarem Rock para selvagens africanos, eles perguntaram porque se estavam chamando os maus espíritos...]
Se a música cria estados de alma, e ela é a mais ambígua das artes, é lógico e natural que os seus autores tenham procurado tornar mais objetivo o que queriam dizer por meio dela, colocando letras em suas canções. Uma das funções da letra numa canção é esta: fixar de modo mais claro e objetivo o que os ambíguos símbolos musicais insinuaram. Daí a essencial importância da letra para se entender objetivamente uma canção. Quando alguém afirma – como no caso do Rock – que aprecia uma canção mas que não dá importância a letra, até mesmo porque não a entende, a pessoa não fica eximida dos efeitos das idéias expressas pela letra da canção. Do mesmo modo, quem toma um veneno, embora não conheça ou não entenda a sua fórmula, morre do mesmo jeito. Morre sem ter compreendido, mas morre. Quem recusa conhecer os efeitos danosos que a droga produz no cérebro, e a toma, sofre do mesmo modo os efeitos danosos da droga ingerida. Assim também quem escuta o Rock apenas pela “melodia” ou pelo ritmo, acaba tendo sua mentalidade transformada, e, sem ter entendido ou aprovado as letras das canções de Rock, acaba tendo exatamente as idéias que elas expressam, de tal modo os símbolos musicais falam e ensinam o mesmo que dizem as letras das canções. Uma canção triste tem que ter uma letra triste. Uma canção militar tem que ter letra heróica. Por isso uma música rebelde tornará o jovem rebelde, ainda que ele não compreenda que a letra da canção mande que ele se revolte contra os pais, professores e autoridades.
Uma música diabólica tornará o ouvinte que a escuta com prazer, satânico. Ainda que ele não entenda que a letra mande adorar o diabo, ele blasfermará contra Deus, na primeira oportunidade que lhe ocorrer.
Consideremos outro aspecto da questão. O liberalismo subjetivista dominante no mundo de hoje não acredita que haja beleza objetiva. Tudo é questão de gosto pessoal. “Belo é aquilo que eu acho belo”, dizem todos. Esse pensamento decorre do subjetivismo liberal face à verdade.
Para o liberalismo subjetivista não existe verdade nem bem objetivos. O que vale é a opinião de cada sujeito, não o conceito certo e objetivo do que as coisas são. Daí, o liberalismo ter criado o reino do “eu acho”. Hoje, cada um acha “que algo é certo ou errado, bom ou mau, justo ou injusto. No século XX – como nos hospícios – cada um é livre de pensar o que quiser de si, dos outros e de tudo. Pode achar que é Napoleão, que o sol é escuro, que o fogo não queima, que a verdade não existe, ou que o Rock é belo.
Consequentemente, para o liberalismo não existe beleza objetiva, o que vale é gosto pessoal. As coisas então não seriam objetivamente belas. O belo dependeria do gosto de cada um e, por isso, algo poderia ser, ao mesmo tempo, belo e feio. É belo para um, é feio para outro.
Evidentemente essas loucuras contrariam tudo o que a filosofia e o bom senso afirmam. Contrariam mesmo os princípios fundamentais do pensamento humano: o princípio de identidade (o ser é o que é); e o princípio de não contradição (uma coisa não pode ser e não ser, ao mesmo tempo, sob o mesmo aspecto). Se algo é belo, então não é feio.
Foram os gregos os primeiros a demonstrar que a beleza material é matemática, pois depende de medidas proporcionais. Uma coisa é materialmente bela quando suas várias medidas formam uma proporção a/b=c/d.
E uma proporção não depende de opinião de ninguém. Ou é certa, ou é errada. Ou é proporção, ou não é. Por isso, ou uma coisa é bela (tem proporções) ou não é, independentemente do gosto que se tenha por ela. Quem gosta de algo desproporcionado, tem mau gosto. E o mau gosto não gera beleza.
Mais tarde, os grandes filósofos escolásticos explicitaram o que é a beleza em si mesma.
“Beleza é o resplendor da forma sobre as partes proporcionadas e determinadas da matéria”. (Santo Alberto Magno)
“Beleza é o bem claramente conhecido”. (São Tomas de Aquino)
Beleza é o esplendor da verdade, diziam os medievais. “Splendor veritatis, pulchitudo”.
A música tem por fim – como todas as artes – levar o homem a compreender uma verdade e amar o bem que esta verdade afirma. Desse modo a música – como toda a arte – transmite idéias e faz amar algo.
A música transmite idéias por três modos:
a) pelos seus símbolos sonoros;
b) pelos estados de espírito que suscita, os quais gerarão idéias;
c) pelas letras colocadas nas canções para exprimir mais objetiva e claramente o que os sons simbolizam.
É esta capacidade de transmitir idéias que levou todos os movimentos históricos a se exprimirem com músicas. A Revolução Francesa, por exemplo, exprimiu seus ideais na “Marselhesa”.
Não se venha dizer que isto que afirmamos é pura teoria. São os próprios líderes do Rock que confessam isto mesmo.
Vejam-se alguns testemunhos.
A famosa – e autorizada no tema – revista Rolling Stones afirmou:
“Compreendemos que a música era a cola que grudava uma geração e que através da música comunicavam-se idéias sobre relações, sobre valores sociais, ética política e a maneira com queríamos conduzir nossas vidas”. (O Estado de S. Paulo, Caderno 2, ano VII, no. 1940 1-VI-92 – o sublinhado é nosso).
E Mick Jagger, líder dos Rolling Stones declarou:
“Nós trabalhamos sempre para dirigir o pensamento e a vontade das pessoas, e a maior parte dos outros grupos faz outro tanto”. (Apud Pe Jean Paul Regimbal e outros – Le Rock’n Roll viol de conscience par les messages subliminaux – Editions St. Raphael Sherbrooke, Quebec 1983, pag. 18 – o sublinhado é nosso)
E os Beatles disseram:
“Nossa música é capaz de causar uma instabilidade emocional, um comportamento patológico, até mesmo a revolta e a revolução”.
E Jimmy Hendrix, famoso roqueiro que morreu por efeito das drogas, asseverou que a música Rock tem um efeito ainda mais profundo:
“É possível hipnotizar as pessoas através da música; e, quando se atinge as pessoas no ponto mais fraco, podemos pregar ao seu subconsciente tudo o que queremos dizer…” (Apud Luc Adrian – Hard Rock, la danza del diablo – Revista Jesus Cristus – No. 26 março/abril 1993 – pag. 8)
E Graham Nash, por sua vez, confirma o que dissemos com as seguintes palavras:
“A música pop é um meio de comunicação que condiciona o pensamento das pessoas que a ouvem. Eu creio também que os músicos, por meio desta música, gozam de uma vantagem fantástica. Nós podemos dirigir o mundo… temos à nossa disposição o poder necessário”. (Apud Pe. J. P. Regimbal, op. cit., pag. 18)
Além de comunicar idéias, a música, ao criar estados de espírito nos ouvintes, inclina-os a agir de certo modo. Por isso há músicas que, dando ânimo, incitam a pessoa que as ouve a lutar contra as más tendências existentes em todo homem. Outras há, porém, que criam estados de espírito tendentes ao vício. Que haja sons e músicas sensuais é tão real quanto que existam sons e músicas que suscitam alegria ou terror.
Por isso também, a música pode levar a vício e pecados ou então encaminhar para a virtude.
A música realmente bela deve encaminhar para o bem e para a virtude. Como poderia ser de outro modo, se a beleza é o bem claramente conhecido? Como poderia ser diferente, se em Deus, Verdade e Beleza são a mesma coisa?
Com razão pois, Platão dizia que a criança educada a amar boa música tenderia a praticar as virtudes, porque a beleza e a virtude são como duas irmãs que se estimam e que gostam de estar juntas.
Um dos maiores pecados do Romantismo foi o de recusar aceitar a existência da verdade objetiva e querer uma arte que apenas agradasse. Ele separou a beleza da verdade, assim como aceitou a separação da beleza e da moral feita pelo Renascimento. Para o romântico só é belo o que agrada. Só o que agrada é belo. Sem relação desse agrado com o bem e com a verdade.
Ora, aquilo que simplesmente agrada, divorciado da verdade e do bem, é o pecado. Todo vício agrada. O que o torna o vício é ser contra a razão e contra o bem da virtude.
O romantismo, buscando apenas o agradável, se constitui num pecado.
Educados pelo liberalismo e pelo romantismo a só buscarem o agradável, os homens do século XX passaram do agradável puramente sentimental, ao agradável sensual, para enfim mergulharem aberta e confessadamente no sexualismo, e, deste, na frustação, no tédio, no mistério, no horror e no satanismo.
Também o Rock seguiu esse caminho do sentimentalismo ao sexualismo até o satanismo. Com efeito, as primeiras canções em ritmo de Rock eram sentimentais. Depois, chegaram à adoração do diabo.
Que o Rock além de infundir idéias excita ao pecado é fato reconhecido do modo mais aberto e escandaloso por seu líderes mais cotados.
O empresário dos Rolling Stones declara com cinismo:
“A música pop é sexo; aos adolescentes, é preciso encher-lhes a cara com sexo”. (Apud Walter Matt, op. cit., pag. 15)
E Sara Davidson confessa: “A sexualidade, eis o fundo da língua e da gíria do Rock”. ( idem, op. cit. pag. 16)
E Mick Jagger: “A música Rock é o sexo e é necessário assestá-lo à ilharga dos jovens. Meu auditório, eu consigo seduzi-lo, exatamente como um artista de strip-tease”. (Apud Mons. R. Williamson – rev. Semper, no. 2, pag.23)
E Alice Cooper: “Meu público quer ser tratado por mim como um criminoso sexual trata sua vítima… A relação entre eu e meus ouvintes é altamente sexual. Dominar um público desta maneira é uma experiência poderosa e satisfatória”.
De fato, o que se vê nos festivais e concertos de Rock é um espetáculo orgiástico, com atos sexuais e libidinosos, nudismo, frenesi, taras, tudo explícita e cinicamente praticado em público.
As letras das canções de Rock são cinicamente pornográficas. Nelas se encontram palavrões brutais, imagens obscenas, incitamento ao pecado. As canções do conjunto Guns n’Roses e as de Jimmy Hendrix, só para citar exemplos, estão cheias dessa sordice.
Não só se excita ao sexo, mas se prega descaradamente o uso de tóxicos. É sabido que grande número de artistas de Rock é viciado em drogas, e que bom número deles morreu por seus efeitos. É escandaloso verificar que nenhuma campanha anti-tóxico acusa os cantores de Rock e esse ritmo de propagadores do vício e de fornecedores de vítimas para o tráfico de entorpecentes.
Tome-se por exemplo a canção “Mr. Brownstone” do Guns n’Roses. (Mr. Brownstone é o codi-nome da droga heroína no jargão roqueiro. É exatamente isto que é explicado em nota ao pé da página pela revista Letras Traduzidas Guns n’Roses em álbum especial pela Abril S. Paulo, março 1991, Ano 7 no. 2 – pag. 15)
Nessa canção “Mr Brownstone”(Senhor Heroína) se lêem os seguintes versos:
“Temos dançado com Mr. Brownstone (heroína)…
…Eu costumava usar um pouco,
mas um pouco não era bastante,
então o pouco virou mais, e mais”
E na canção My Michelle dos mesmos Guns n’Roses se pode ler:
“Seu papai trabalha na indústria pornô
agora que a mamãezinha não está por perto
ela costumava amar sua heroína
mas agora ela está embaixo da terra
então você fica fora de casa até tarde da noite
e consegue sua coca de graça”.
(Revista citada da Abril Cultural, pag. 24)
Na canção “New York City”, o líder dos Beatles, John Lenon, diz para os Jovens:
“Parados na esquina
Somente eu e Yoko Ono
Esperávamos Jerry chegar
Apareceu um homem com uma guitarra na mão
Cantando: “fume Marijuana se puder”
“Seu nome era David Peel
E nós achamos que ele era real
Ele cantou: “O papa transa drogas todos os dias”
É bem conhecido que a canção “Bridge over trouble water” cantada por Elvis Presley fazia referência ao uso de drogas falando da “silver girl” (garota de prata), expressão que foi anexada ao jargão roqueiro para designar a agulha hipodérmica usada para injetar cocaína na veia.
Os Rolling Stones chamam a cocaína de Brown Sugar, falam ainda de “Sister Morphine” e do “Cousin Cocain”. A seringa para drogar-se é chamada de “Silver Lady”.
(Apud Pe Jean Paul Regimbal – Le Rock’n Roll viol de conscience par les messages subliminaux – Editions St. Raphael Sherbrooke, Quebec 1983, pag. 7)
Não há dúvida pois que o Rock é uma das causas responsáveis pela atual degeneração da juventude em todo o mundo.
“Ninguém pode dizer que a influência do Rock’n Roll foi sadia e positiva! Ele é como um tocador de flauta mágica encantada, pervertido, conduzindo toda uma geração à sua auto destruição” (Pat Boonem , The roots of Rock’n Roll)
O Rock’n Roll portanto difunde idéias, suscita comportamentos imorais e prega a rebelião. Por isso ele se constitui numa verdadeira ação revolucionária que alcançou um efeito mais profundo do que o de qualquer ideologia totalitária, do nazismo ao comunismo.
“Eu me sinto espiritualizado em cena. Tomai-nos por políticos do erotismo. Interesso-me por tudo o que tinha a ver com a revolta, a desordem, o caos, sobretudo a atividade que não possui qualquer sentido”. (Jim Morrison, cantor e líder roqueiro encontrado morto em sua banheira, provavelmente por overdose”).

PARTE II: Rock e Revolução

Políticos do erotismo, arautos da desordem e do caos, propugnadores da ação sem qualquer sentido. Rebeldes contra a sabedoria e a lei. Apóstolos da irracionalidade e do desespero. Tais se confessam os líderes do movimento Rock.
Enganam-se os que julgam que o Rock foi apenas uma revolução musical. Ele foi mais. Foi uma revolução cultural que se estendeu das modas à religião, do gosto ao comportamento social.
Neste final do século XX, século que assistiu o nascer, o triunfo e o desmoronamento surpreendentemente rápido e imprevisto de tantas ideologias revolucionárias, do nazismo ao comunismo – uma revolução se mantém e aparece como triunfante. Ela impôs uma nova “arte”, uma nova moda. Ela quer a libertação de todas as leis, regulamentos e normas sociais. Ela se impõe à sociedade liberal, querendo que ela se torne libertária. Ela exige o permissivismo. Contra tudo o que é refinado e aristocrático, ela ostenta a preferência pelo que é sujo, prosaico, baixo, vulgar ou grosseiro. Ela faz apanágio da obcenidade e da depravação. Radicalmente imoral, exige a liberação das drogas, além de sexo livre e público. Defende taras e perversões. Quer o absurdo e preconiza a abolição da racionalidade. Naquilo que a arte moderna fracassou, o Rock obteve êxito; torna o feio, o nojento e o monstro admiráveis.
Pior que as ideologias totalitárias que ofereciam a esperança insana de construir um paraíso quiliástico ou utópico na terra, em que não haveria males nem misérias, a revolução do Rock promete apenas frustração, desespero, suicídio, loucura e inferno. E, apesar disso, essa revolução que propõe o quiliasma do horror triunfa.
“Mistura de ritmos e de gêneros musicais, de sons e tradições, a música corre mais depressa que os homens; ela conseguiu realizar a verdadeira revolução deste século” (…). Ela é, ao mesmo tempo, o espelho e o instrumento de uma transformação política e cultural sem igual na história.” (Le Nouvel Observateur no. 1441, 18-24, junho de 1992, artigo de Elizabeth Schemla – La Révolution Musique, pag. 4).
Os próprios expoentes do movimento Rock proclamam que realizaram mais do que uma simples inovação em matéria musical: desencadearamm uma avalanche revolucionária.
“É necessário que nos levantemos em plena rua este é o tempo de revolução violenta” (Rolling Stones).
“O Rock marcou o início da revolução. Nós fundamos uma nova vida política com um estilo de vida psicodélico. A nossa maneira de viver, o nosso ácido (droga), as nossas vestimentas “freaky”, a nossa música Rock, aí está a verdadeira revolução”. (Jerry Rubin).
O tristemente conhecido líder dos Beatles, John Lenon, declarou:
“Eu não gosto de ouvir dizer que os Rolling Stones são como revolucionários e nós, os Beatles, não somos. Se os Stones o fossem, ou o forem, também os Beatles o seriam de fato”. (Apud Mons. R. Williamson – rev. Semper, no. 2, pag. 23).
“O Rock é mais do que música, é o centro energético de uma nova cultura e de uma juventude em Revolução”.
Opinião semelhante foi expressa pelo conhecido maestro Leonard Bernstein:
“Devemos encarar a música Rock’n Roll como sendo, ao mesmo tempo, um sintoma e um fator gerador desta revolução dos jovens de hoje”.
(Leonard Bernstein, Rock’n Roll, the Devil’s Diversion).
O Rock é de fato sintoma e fator gerador da revolução (L. Bernstein), é “espelho e instrumento de transformação política e cultural, sem igual na história”. (Elizabeth Schemla – Le Nouvel Observateur)
Note-se a correspondência dessas opiniões:
a) o Rock é sintoma e espelho da mentalidade que nasceu do liberalismo;
b) é fator gerador e instrumento de revolução.
Com efeito ele é espelho e sintoma, porque expressa as tendências libertárias, igualitárias, irracionais e anárquicas que o liberalismo e o romantismo punham como ideal a atingir.
O liberalismo e sua expressão artística, o romantismo, semearam os ideais falsos cujos frutos o Rock cultiva e colhe.
O liberalismo desejava que o homem fosse absolutamente livre de toda coerção de lei, regulamento, disciplina e até de regras de etiqueta. Os pais que tinham essa mentalidade liberal e romântica nela educaram os seus filhos, que coerentemente, levaram essas idéias às sua consequências lógicas. O jovem roqueiro, totalmente revoltado, radicalmente anárquico, absolutamente livre, realiza o ideal libertário de seus progenitores.
O romantismo defendia o sentimento contra a razão, que ele considerava enganadora. Negava, com o liberalismo, a existência da verdade objetiva, e punha o sentimento como valor supremo. Naturalmente, isso o levou a buscar sensações cada vez mais violentas. No Rock, o sensualismo, semeado pelo romantismo, chega ao ápice. O Rock quer o gozo de qualquer prazer, em grau máximo, sem nenhum controle. Ele quer a droga, seja como fonte de prazer, seja como meio de anular e destruir a razão e a visão racional do mundo.
O que Platão dissera sobre o poder da música no diálogo República, nós o vimos realizado em nosso século.
É portanto natural que nas letras das canções de Rock se explicitem as idéias revolucionárias que suas músicas expressam através dos símbolos sonoros.
Veja-se, por exemplo o que diz a canção Imagine, de Jonh Lenon:
“Imagine não haver paraíso
É fácil você tentar
Nenhum inferno abaixo de nós.
(…)
Imagine não haver países.
Não é difícil não.
Nada para matar ou pelo que morrer
E nenhuma religião também
Imagine toda a gente
vivendo a vida em paz.
(…)
Imagine não haver propriedade
Uma irmandade de homens.
Imagine toda gente
Compartilhando o mundo todo.”
O que se prega nessa canção é a utopia comunista pela abolição das cercas e fronteiras, isto é, pela destruição das pátrias e das propriedades. Evidentemente esse mundo comunista sonhado por Lenon não podia ter religião, nem céu, nem inferno. Nele não haveria motivos para morrer, o que signfica que não haveria razões para viver.
Na canção Ângela, Lenon pede igualdade como valor mais alto, negado aos homens de hoje:
“Eles te deram a luz solar.
Eles te deram o mar.
Eles te deram tudo,
Menos a chave da cadeia.
Eles te deram café.
Eles te deram chá.
Eles te deram tudo,
Menos a igualdade.”
Veja-se como o “inocente” líder dos Beatles incita os filhos dos liberais à revolta contra a família e a escola:
“Nascemos numa prisão (a família)
Crescemos numa prisão.
Mandados para uma prisão chamada colégio.
Choramos numa prisão.
Amamos uma prisão.
Sonhamos numa prisão.
como tolos
(…) Trabalhamos numa prisão (…)
Vivemos numa prisão
entre juízes e diretores (…)
O espelho torna-se navalha quando
é quebrado.”
Quantos pais democratas liberais permitem que seus filhos ouçam as canções dos Beatles, porque “elas não tem nada demais”! Entretanto, espantar-se-iam eles, se atentassem para o que diz a letra da canção “Only People” :
“Somente o povo sabe como falar com o povo.
Somente o povo sabe como mudar o mundo.
Somente o povo percebe o poder do povo.
Um milhão de cabeças é melhor do que uma
Então vamos, participe.”
Espantar-se-iam eles? Mas não estão expressos nesse versos os ideais da Revolução de 89? Mas não está aí a linguagem da Teologia da Libertação, que os democratas condenam?
Em “Bring on the Lucie”, (Provoquem Lucie), Lenon canta:
“Não nos importa a bandeira que você está segurando.
Não queremos nem mesmo saber o seu nome.
Não nos importa da onde você vem,
ou para onde você vai.
Tudo o que sabemos é que você veio.
Você está tomando todas as nossas decisões.
Só temos um pedido para fazer:
Enquanto você pensa coisas aí
Aqui há uma coisa que seria melhor você fazer:
Liberte o povo agora.
Faça-o, Faça-o, Faça-o, Faça-o, Faça-o já.
666 é o seu nome”
O escandaloso rebelde Jim Morrison, por sua vez, cantava o triunfo próximo da Revolução-jovem do Rock fundada no critério democrático do número:
“Os velhos ficam velhos e os jovens ficam mais fortes.
Pode demorar uma semana e pode demorar mais.
Eles têm as armas, mas nós temos os números.
Vamos vencer, yeah, estamos tomando conta.
Vamos lá”.
(canção “Five to one”)
Compreende-se então quanto é verdadeira a confissão do anarquista Jerry Rubin em seu best-seller “Do it”.
“O Rock’n Roll marcou o início da revolução…”
“Nós vemos o sexo, o Rock’n Roll e a droga, como fazendo parte de uma conspiração comunista para conquistar a América… Nós combinamos a juventude, a música, o sexo, as drogas e a revolta, tudo isto fazemos coincidir com a traição, de modo a formar um todo coerente, uma frente inexpugnável”. (Apud. Mons. R. Williamson, revista Semper no. 2, pag. 23)
O ódio à autoridade e o amor a rebelião pregado nas canções de Rock têm como primeiras vítimas os pais e os mestres dos jovens roqueiros. Em casa, eles se revoltam contra a autoridade do “velho” e da “velha”. Na escola (prisão), subvertem toda a ordem, desacatando professores e diretores. Quantas tragédias familiares não tiveram raiz nos discos de Rock que os pais permitiam que seus filhos – mimados e “inocentes” – ouvissem. Em São Paulo, houve casos de um jovem que matou toda a família depois de, ouvir Rock no mais alto volume de seus aparelhos de som.
Veja-se agora o que prega a canção “The end” do conjunto Doors de Jim Morrison, um revoltado contra a autoridade de seu pai:
“(…) Cavalgue a serpente, cavalgue a serpente
(…)
O matador acordou antes da aurora,
calçou suas botas.
Colheu um rosto da antiga galeria
e seguiu pelo corredor.
Foi até o quarto onde morava sua irmã,
e então fez uma visita a seu irmão,
e então seguiu pelo corredor
e chegou a uma porta
e olhou para dentro
“Pai?”
“Sim, filho”
“Eu quero matá-lo”
“Mãe, eu quero…”
No Brasil, o conjunto “Garotos Podres” (Les bien auto nommés) berram na canção Anarquia:
“Um dia você vai descobrir
que todos te odeiam e te
querem morto, pois você
representa um perigo ao poder
Anarquia
Anarquia
Anarquia
Eles não querem que você
viva, destrua o sistema
antes que ele o destrua, etc..
Portanto, a revolução que o Rock desencadeia nas almas – como reconhecem os seus arautos – é que visa destruir toda a autoridade na família, na escola, na sociedade. O Rock é anárquico.

PARTE III: O Ritmo e seus Efeitos

A tudo isto reponder-nos-ão alguns roqueiros, insistindo, que nada disto lhes interessa. O que apreciam no Rock, o que querem ouvir – mesmo que as letras pregarem submissão e obediência – é o ritmo. Só o ritmo lhes importa. E, segundo eles, o ritmo não transmite idéias.
Platão não concorda, pois afirma que há ritmos moles e frouxos que devem ser banidos (Platão, República III). Também o anarquista e roqueiro Jerry Rubin não aceita que o ritmo não transmite idéias. Ele escreveu: Elvis [Presley] despertou nossos corpos, mudando-os completamente. O Hard-Rock animal que guarda seu segredo no “beat” enérgico (esta repetição de pulsações regulares combinadas com ritmos sincopados é a base do Rock) penetrava ardorosamente no interior de nosso corpo; o ritmo arrebatador fazia surgir todas as paixões que estavam comprimidas (…) O Rock marcou o princípio da Revolução” (Apud Luc Adrian – Hard Rock, la danza del diablo – Revista Jesus Cristus – No. 26 março/abril 1993 – pag. 8)
E. R. Dodds, mostra como o ritmo do tambor do culto de Baco tinha um efeito físico e psicológico espantoso nas bacantes, que influenciadas pelo ritmo do tambor e pelo som da flauta – pareciam loucas. “Uma tradição délfica recordada por Plutarco sugere que o ritmo ,por vêzes, produz uma verdadeira perturbação de personalidade (…) Em muitas sociedades, talvez em todas as sociedades, há pessoas para as quais, como nota Mr. Aldous Heixley, “as danças rituais permitem uma experiência religiosa que é mais satisfatória e convincente do que qualquer outra… É com seus músculos que muitas pessoas obtém mais facilmente o conhecimento do divino” (E. R. Dodds, The Greeks and the irrational, Univ. of California Pres, Berkley and Los Angeles, 1963, pag. 232- 233)
…segundo um sábio maometano, “aquele que conhece o poder da dança, reside em Deus”, mas o poder da dança é um poder perigoso. Como outras formas de autocapitulação, é mais fácil começar do que acabar com ele. Na extraordinária loucura de dançar que periodicamente invadiu a Europa do século XIV ao século XVII, as pessoas dançavam até cair – como o dançarino no Bacchal 136 ou o dançarino no vaso (grego) de Berlim (No. 2471) e jazia inconsciente pisoteado por seus amigos”.(E.R. Dodds, op. cit., pag. 271 à 272)
Frank Zapper, músico de Rock, afirma: “Dei-me conta de que esta música se apodera dos jovens, porque o seu forte bater corresponde aos grandes ritmos do corpo humano”. (Mons. R. Williamson, op. cit., pag. 27)
Walter Matt escreve: “O martelamento da música Rock visa intencionalmente excitar sexualmente os ouvintes, sobretudo os jovens certamente. Disto pode-se dar uma breve explicação. A música Rock quase não tem melodia, e o texto quase não tem senso – bom senso – (elas às vezes têm sentido horrível e espantoso). Resta o elemento essencial: o ritmo, e nosso corpo é sensível a ele. Aos membros da “American Psychiatric Association”, o Dr. Howard Hanson declarou:
“Primeiramente, ainda que considerando tudo o mais, quanto mais o movimento ultrapassa em velocidade o ritmo do pulso e sobe além do ordinário, mais também se acresce a tensão emotiva”. (W. Matt, op. cit., pag. 5)
Ele cita ainda as observações de Alice English Monsarrat, segundo a qual, com o ritmo do Rock (…) pode-se produzir sobre não importa qual organismo humano uma desintegração histérica, como se notaria numa pessoa que quisesse precipitar-se, com raiva, em duas direções opostas, ao mesmo tempo (…). Tem-se experiência disso em psiquiatria: é precisamente o conflito de emoções criado pela ação de dois estimulantes com percussões divergentes que conduz a nossa clínicas, em grande número, irrecuperáveis destroços de humanidade”. (W. Matt, op. cit., pag. 6)
Monsenhor Richard Williamson chega às mesmas conclusões, quando explica os efeitos do ritmo do Rock:
“Dirigindo com cuidado a seqüência dos ritmos, diz John Phillips, do grupo “Mamas and Papas”, pode-se induzir a histeria no seio do auditório. Nós sabemos fazê-lo. Qualquer um sabe fazê-lo. E para provar o que diziam, eles causaram um motim num concerto em Phoenix, Arizona!”(Mons. R . Williamson – in Semper no. 2 Revista da Fraternidade Sacerdotal S. Pio X, Portugal, pag. 28)
Em outra citação dada por Mons. Williamson se informa que: “A título de exemplo de análise médica do processo pelo qual o ritmo pode “quebrar” o corpo, os médicos observam que o sistema nervoso autônomo do corpo humano é banhado pelo líquido cérebro-espinal, o qual possui um pulsação dirigida em parte pela glândula pituitária, aquela que governa todo o corpo. Esta glândula influi sobre quase todos os processos vitais do corpo, dirigindo, por exemplo, a secreção dos hormônios das glândulas endócrinas do corpo. Se, portanto, ela for desgovernada pelas vibrações do “beat” (batida do Rock), a glândula pituitária arrastará consigo todo o sistema nervoso, que por causa disso, ficará subvertido. Ora, daí pode se imaginar uma excreção anormal dos hormônios sexuais, por exemplo, o que explicaria os movimentos eróticos das danças do “Rock”. O ritmo e a dança constituem os meios para atingir o sistema nervoso. Possuo filmes que demonstram que os ritmos primitivos de uma tribo primeva do Quenia, e um grupo de músicos no interior de um sala de danças em Londres, produzem as mesmas emoções de transe”, disse o Dr. Willian Faragut na Royal Society of Medicin”(…).
“Além disso, o “beat”, estimulando a secreção do hormônio epinefrina, faz diminuir no sangue o cálcio de grande importância para dirigir os sistema nervoso, e o açúcar, único alimento do cérebro. Daí os nervos ficarem esgotados e o cérebro desarranjado, após um concerto de Rock. Esta forte estimulação da sensualidade, e concomitante depressão da inteligência e da razão desemboca no erotismo e na violência; ora este suicídio da razão tende ao suicídio propriamente dito”(Mons. R. Willianson, op. cit., pag. 28-29)
O padre Regimbal afirma que o “beat” pode produzir uma aceleração da pulsação cardíaca e um aumento da taxa de adrenalina; ele pode provocar não só um bem estar sexual, mas também uma excitação que pode ir até o orgasmo”. (Pe. Regimbal, op. cit., pag. 26)
Esse autor traz importantes observações acerca dos efeitos do ritmo do Rock. Ele cita um trabalho do Dr. Bob Larson e de uma equipe médica de Cleveland, que examinou cerca de 200 pacientes, ouvintes habituais de Rock. Diz então do Dr. Larson:
“Notou-se que essa música podia ter efeitos físicos espantosos: alterações da pulsação e na respiração, aumento de secreção das glândulas endócrinas, em particular da glândula pituitária que regula os processos vitais no organismo. Quando a melodia sobe, a laringe se contrai; quando ela desce, ela se relacha.
“O metabolismo de base e a taxa de açúcar no sangue se modificam no decorrer de uma audição. Pode-se pois considerar que é possível “tocar” o organismo humano como se ele fosse um instrumento musical, e, de fato, certos compositores de música eletrônica se tem proposto manipular o cérebro provocando um “curto-circuito” nas faculdades conscientes, exatamente como o faz a droga. O ritmo predominante no Rock e na Pop Music inicialmente condiciona o corpo, depois estimula certas funções hormonais do sistema endócrino”. (Dr. Bob Larson, apud Pe. J. P. Regimbal, op. cit., pag. 32)
Note-se que, segundo o Dr. Larson, o Rock tem um efeito semelhante ao provocado pelas drogas.
Dessa mesma obra, queremos dar outra citação importante:
O célebre músico terapeuta Adam Knieste, no relatório de um estudo que durou dez anos sobre os efeitos da música Rock escreveu: “O problema central causado pela música Rock nos pacientes que tratei decorre claramente da intensidade do barulho que provoca hostilidade, esgotamento, narcisismo, pânico, indigestão, hipertensão e uma estranha narcose. o Rock não é um passatempo inofensivo, é uma droga mais mortal do que a heroína, e que envenena a vida de nossos jovens”. (Pe. J. P. Regimbal, op. cit., pag. 33)
Confirma então o Dr. Knieste o que dissera o Dr. Larson e ainda com mais ênfase: “o Rock é uma droga pior que a heroína.”
Ainda da obra citada do Pe. Regimbal extraímos conclusões tiradas pelos médicos Drs. Mac Rofferty, Gramby Blaine, Barnard Saibel, Walter Wright, Frank Garlock, Tom Allen e outros mais. Segundo esses médicos o Rock, com seu ritmo literalmente alucinante, provocaria nos ouvintes, entre outros efeitos:
“Modificações das reações emotivas, indo da frustração à violência incontrolável”.
“Sobre-excitação neuro sensorial produzindo euforia, sugestibilidade, histeria e mesmo alucinação”.
“Sérias perturbações de memória”.
“Estado hipnótico ou cataléptico que transforma a pessoa numa espécie de zumbi ou robô”.
“Estado depressivo indo até à neurose e à psicose”.
“Tendências suicidas e homicidas”.
“Auto mutilação, auto imolação e auto punição”.
“Impulsos irrestíveis de destruição e vandalismo”.
(Pe. J. P. Regimbal, op. cit., pag. 33)
Durante o I Congresso Mundial sobre Pré-Natal, em Granada, foram apresentados estudos mostrando que a música de Madona, por exemplo, favorece a ocorrência de aborto, motivo pela qual a Cruz Vermelha aconselhou as mulheres grávidas que forem a concertos de rock a ocupar as últimas fileiras. (O Estado de São Paulo, pág. 15, 18- III-93)
São bem conhecidas as ações a que se entregam os jovens uns contra os outros, e sem razão alguma, nas danceterias. Hoje em dia são também conhecidos muitos grupos de Rock que destroem totalmente a cara aparelhagem de som que usaram, no final de seus “concertos”. A prática do “mosh” – roqueiro que levado pela euforia, já não se contém e se joga no ar, caindo sobre os outros – é outra prova dessa falta de domínio que leva à violência e a atos incontroláveis.
Em suma, os efeitos fisiológicos e psicológicos do ritmo do Rock levam os jovens, como é de conhecimento público, a atitudes imorais que os cantores de Rock preconizam pelas letras de suas canções e pelos exemplos de suas vidas, tais como:
- Perversões sexuais e pornografia
- Uso de droga
- Revolta contra toda lei, contra toda autoridade
- Violência
- Suicídio
- Crime e parricídio

PARTE IV: Rock e Religião

Os adeptos do Rock consideram a canção “Starway to Heaven”, do conjunto Led Zeppelein, como o hino do Rock. Curiosamente ela é uma canção que principia muito lânguida, parecendo uma “complainte” medieval, com sons de queixume, um tanto melancólica. À medida que vai prosseguindo, ela vai tendo seu ritmo cada vez mais acentuado até atingir, no final, o ritmo frenético típico das canções de Rock. Desse modo ela resume, em sua execução, todo o caminho da história do Rock: do início sentimental até o ritmo alucinante e frenético.
Entretanto, não é só por ser uma síntese dos ritmos do Rock que essa canção é importante. Ela tem, de fato, um fascínio particular, que se diria mágico. Ela como que gruda na memória de quem a ouve, com um poder estranho.
Já as gravuras do álbum de apresentação são curiosas. Num quadro dependurado numa velha parede de reboco deteriorado, aparece um velho curvado sob o peso de um grande feixe de lenha amarrado às suas costas. Uma segunda gravura mostra uma aldeia ao longe e uma montanha pela qual sobe, rastejando, um homem em direção ao pico, onde se levanta uma figura fantasmagórica: uma espécie de monge de túnica e capuz, tendo numa das mãos um bordão, e na outra uma lanterna onde, em lugar da chama, brilha uma estrela hexagonal. Ele olha para baixo, em direção ao homem que sobe a vertente pedregosa, fascinado pelo brilho da estrela.
Ora, essa estrela hexagonal é a estrela alquímica, o hexagrama cósmico, o selo de Salomão, a estrela dos magos. Ela é formada por dois triângulos superpostos, indicando a união do divino e do humano, o abismo superior e o abismo inferior. O triângulo com vértice para baixo representa nos três ângulos os minerais, vegetais e animais; o triângulo de vértice para o alto, em seus ângulos, simboliza o rocio ou a chuva, o mar e a terra. Este hexagrama cósmico é cercado normalmente pelos símbolos dos metais e planetas e pela serpente ourobouros que come a própria cauda. Esse hexagrama cósmico aparece na Aurea Catena Homeri, famosa obra alquímica. (Cfe. Ronald B Gray, Goethe, The Alchimimist – Cambridge – University Press, Prancha I e Fulcanelli, Le Mystère des Cathédrales, Jean Jaques Pauvert, Paris, 1964, pag. 66)
A letra da canção vem estampada em caracteres góticos, e uma pequena gravura mostra um homem lendo, atento, um velho livro com fechos de metal. Conforme conta Luc Adrian no artigo Hard-Rock, La Danza del Diablo (Jesus Cristus No. 26 – março/abril 1993 – pag.8) num estojo do disco Starway to Heaven havia a seguinte frase: “Pela audição do disco, os jovens estão sob um encantamento, são dominados, dirigidos por forças ocultas, demônios. Isto pode levar à possessão demoníaca”.
“Há uma Dama que tem certeza de que tudo o que brilha é ouro.
E ela está comprando uma escada para o céu.
E quando ela chegar lá, ela sabe
que se as esferas (compartimentos) estiverem fechadas,
Com uma palavra ela pode obter aquilo que veio procurar.
Há um sinal na parede,
Mas ela quer estar certa,
porque, você sabe, muitas vezes as palavras têm dois sentidos.
Numa árvore à beira do riacho há um pássaro cantor
que, por vezes, canta
Todos os nossos pensamentos estão enganados.
Há um sentimento que me domina quando eu olho para o oeste,
E meu espírito está gritando para partir.
Em meus pensamentos eu tenho visto anéis de fumaça através das árvores.
E as vozes daqueles que estão de pé, olhando
E é sussurrado que logo, se todo nós evocarmos a canção
então, o tocador de flauta nos conduzirá à razão
E um novo dia cairá para aqueles
que há tempos esperam
E as florestas ecoaram com risos
E isto me faz desejoso…
Se algo se mexer em seu canteiro
não se assuste
É apenas uma nascente límpida para a Rainha de Maio.
Sim, há dois caminhos que você pode seguir
mas na longa caminhada
há sempre tempo para deixar a estrada que você está percorrendo
Sua cabeça está zumbindo e o zumbido não quer passar – caso você
não saiba – é o apelo do flautista que está chamando para ir juntar-se a ele.
Cara dama, pode você ouvir o vento soprar
e você sabe
que sua escada se apóia no murmurante vento
E como o vento ao longo da estrada,
Nossas sombras vão ficando menores que nossa alma
Aí caminha a dama que todos conhecemos
que brilha com luz branca e quer mostrar
como todas as coisas ainda se transformam em ouro
E se você ouvir muito atentamente
o canto finalmente chegará até você
Quando todos são um e um é o tudo
para ser uma rocha e não rolar”.
Estranha canção! Que significa essa letra misteriosa? É claro que poucos a entendem. Aqui e ali um verso deixa entrever algo. Apenas o suficiente para despertar curiosidade. Apenas o suficiente para perceber que nela há algo oculto. Algo que imediatamente se esconde nas brumas mais espessas do verso seguinte, ainda mais misterioso. Essa canção é como um véu que vela e revela. Ela clama por ser decifrada. Evidentemente, os que percebem que nela há algo misteriosamente oculto procurarão escalar sua montanha de mistério, onde no alto, alguém, ainda mais misterioso, faz brilhar um lanterna na noite…
Quem é essa dama de que fala a canção?
Dela se diz que quer comprar uma escada para o céu. Ela julga que tudo que reluz é ouro. Sua escada se apoia no vento. Diz-se ainda que todos a conhecemos e que ela quer demonstrar que é possível ainda mudar tudo em ouro.
Ora, a pretensão de transformar tudo em ouro é o sonho da Alquimia, ciência esotérica, fundada numa concepção gnóstica do mundo. Para a alquimia, todas as coisas teriam como substância fundamental e primeira o ouro. Por isso, tudo que existe tem um certo brilho. Até o carvão pode se transformar em luz ou em diamante brilhante. As matérias mais opacas podem, por atrito, começar a brilhar.
Para a Alquimia, contudo, o verdadeiro fruto da arte real não é a de transformar chumbo em ouro, mas sim de transforma o alquimista em Deus. O ouro que se supunha existir, como elemento fundamental de todas as coisas, era apenas símbolo do pneuma divino – de centelha divina – que jazia aprisionado no âmago de todo o ser. Mais que transformar tudo em ouro, seria preciso transformar tudo em Deus, libertando as centelhas divinas do cárcere da matéria, da razão e da moral.
Ora, a Alquimia era representada na Idade Média, por uma mulher segurando uma escada de nove degraus, que repousava sobre o solo, e no alto se apoiava em nada, isto é, atingia as nuvens tocadas pelo vento.
Essa representação da Alquimia pode ser vista esculpida no portal da catedral de Notre Dame, em Paris. A mais importante obra alquímica de nosso tempo – Le Mystère des Cathédrales -, de Fulcanelli, apresenta uma reprodução desse relevo. (Fulcanelli, Le Mystère des Cathedrales, ed. J. P. Pouvert, Paris, 1964 pag. 32-33 Pranche II)
Logo após a apresentação da dama alquímica, se diz que ela está comprando uma escada para o céu, isto é, um meio para atingir a felicidade absoluta. Ela a adquire com suas forças, e a escada é um meio natural para alcançar a divindade. Está é a scala philosophorum, símbolo da paciência que devem ter os alquimistas ao longo das operações do trabalho hermético (cfe. Fulcanelli, op. cit., pag. 90). Explica-se a seguir que se os “stores” – os compartimentos, as esferas celestes, os ayon na linguagem gnóstica – estiverem fechados, ela, com uma palavra, poderia abri-los.
Ora, segundo vários mitos gnósticos, o deus criador – o deus do mal – teria prendido as partículas divinas no universo material, que seria guardado por um arconte, ou espírito diabólico. Quando o homem morre, seu espírito procura atravessar as esferas que circundam a terra, mas só conseguirá passar por elas, se conhecer a palavra mágica que as abre ou se souber usar o sinal que as marca. (Cfe. Hans Jonas, La Religion Gnostique, Flammarion – Paris, pag 63-64)
Entretanto, se o espírito se equivocar na palavra de passe ou na fórmula a usar, ele recairá na matéria, não atingindo o “céu”, isto é, sua libertação e divinização, ele se reencarnará.
A canção alude, a seguir, a um pássaro numa árvore, o qual, por vezes, canta. Ora, no mesmo livro de Fulcanelli, se reproduz outro relevo dos portais de Notre Dame, de Paris, e que representa o alquimista junto a seu “laboratório”. Aí se vê o alquimista sob a aparência de um velho apoiado num bordão, junto à caverna que representa o laboratório alquímico. A seus pés jorra a fonte “magnésia”, de onde escorre o mercúrio necessário à obra alquímica. A essa fonte límpida que corre para a Rainha de Maio, é que faz menção um dos versos da canção. Numa árvore próxima, há um pássaro cantando, que, segundo alguns, representa a ave fênix, símbolo do espírito divino existente no fundo da alma humana.
Adverte ainda a canção que “todos os nossos pensamentos estão equivocados”. De fato, para a gnose, a inteligência nos teria sido dada pelo deus do mal ao nos criar, para nos enganar. O demiurgo mau teria construído um mundo inteligível e nos teria feito inteligentes para que, compreendendo o mundo, o julgássemos bom, e já não quiséssemos sair dele. Por isso a inteligência sempre nos levaria ao erro.
Depois, a canção afirma que, ao olhar para o oeste, isto é, para a direção em que morre o sol, a pessoa que canta fica dominada por um sentimento e seu espírito clama por deixar o corpo, isto é, para morrer. Porque, para a gnose e para a Alquimia a morte seria o único meio de o homem se libertar de seu corpo-cárcere.
E é preciso não esquecer que Oriente é um dos nomes que a Escritura dá a Cristo, e que, portanto, o Oeste é oposto a Cristo, isto é, o demônio e a morte.
E tudo isto deixa o cantor desejoso, maravilhado…
Fugiria do escopo deste trabalho fazer uma análise mais exaustiva dessa canção. Queremos apenas mostrar que ela, veladamente, propõe uma visão gnóstica do mundo. Por isto ela conclui dizendo que, ao final, nós todos seremos uma só coisa e que o “um” é o tudo. Quando então nos tornarmos o Um – o tudo – isto é, deus, então seremos “Rock” – fixos – e já não mais estaremos sujeitos à evolução. “To Be a Rock and not to roll …”
O autor da letra da canção “Starway to Heaven”, Robert Plant, declarou: “as palavras (da canção) foram recebidas por mim instantaneamente, não mudei nenhuma. Estou orgulhoso delas. Penso que alguém me soprou essas palavras”. (Cfe. Luc Adrian – art. cit. in Jesus Cristus No. 26 pag. 8)
Há pois, no Rock and Roll, uma religião oculta, a gnose, que no fundo adora Satã.
Segundo alguns, essa mesma canção tocada em sentido inverso, permitiria ouvir frases satânicas, exatamente no trecho em que se diz que o espírito humano clama por partir, quando olha para o oeste, símbolo da morte. Nesse ponto, se ouvem as seguintes palavras: “I’ve got live for Satan”. (Eu decidi viver para Satã)
Isto coloca o problema das mensagens subliminares ou secretas no Rock.

PARTE V: Mensagens Ocultas e Explícitas no Rock

Qualquer fã do Rock conhece essa questão. Quase todos já fizeram a experiência de tocar um disco de Rock ao contrário para ouvir possíveis mensagens ocultas.
John Lenon contou que costumava tocar discos em sentido inverso. “Yoko veio em casa durante a noite e, como não sabíamos o que fazer, fomos ao estúdio e recomeçamos a ouvir minhas fitas tocadas ao contrário”. (John Lenon, Editora três, S. Paulo, 1989, em “A última entrevista de John Lenon”, pag. 9).
Consta que o grupo de Rock “Eletric Light Orchestra” fez uma demonstração para estúdios de uma rádio americana, tocando uma música, que, ao ser escutada em sentido inverso, permitia ouvir as seguintes palavras:
“Musica is reversible, but time is not
Turn back, turn back, turn back!”
(A música é reversível, mas não o tempo
Volte atrás (ou gire para trás)
(Pe. J. P. Regimbal, op. cit., pag. 19)
Nessa mesma obra, o padre Regimbal conta que a canção “Revolution Number Nine”, de John Lenon, tocado em sentido contrário, permite ouvir a seguinte expressão repetidamente:
“Turn on me, dead man” (Excita-me, homem morto).
Segundo o padre Regimbal, “dead man” aí significaria Cristo. (Pe. J. P. Regimbal, op. cit., pag 20).
Muitas outras canções teriam mensagens ocultas:
“Another one”, do grupo Queen diz:
“Start to smoke Marijuana” (comece a fumar maconha) .
A canção “When eletricity came to Arkansas”, do grupo Black Oak Arkansas diria (sempre em sentido inverso):
“…Satan Satan…he is God…he is God”.
A canção “Anthem” (antífona), do grupo Rush, tocada ao inverso diria:
“Oh Satan, you are the one etc…”
(Todos estes exemplos são do Pe. Regimbal, op. cit., pag. 21 e 22).
Num disco do grupo Iron Maiden, há uma pequena faixa com poucos sulcos gravados. Tocado em sentido normal, ouvem-se sons sem sentido, como de algo que foi gravado ao contrário. Invertendo-se o sentido do disco ouvem-se nitidamente palavras estranhas, numa língua que desconhecemos.
A imprensa tem publicado notícias sobre essas gravações invertidas, suas mensagens satânicas ou corruptoras. Até se noticiou que em um disco de uma apresentadora de programas infantis, Xuxa, gravado em castelhano, no Chile, se ouviria dizer que “El diablo es magnífico”. E tal apresentadora não contestou o fato, embora procurasse eximir-se de culpa. Alguns afirmam – um pouco imaginativamente – que tais mensagens teriam um efeito subliminar, mesmo quando se ouve o disco tocado em sentido normal, o que nos parece bem pouco crível.
De nossa parte cremos que, se essas mensagens existem, – em alguns casos, elas parecem indiscutíveis – elas têm o objetivo apenas de aguçar a curiosidade do ouvinte para a procura de coisas ocultas. Seriam apenas um meio de iniciar uma “iniciação”. Essas mensagens teriam a função do “véu”, nas doutrinas esotéricas.
De outro lado, sempre os seguidores da gnose apreciaram inverter a ordem do que faziam. Como, segundo eles, o demiurgo criado, ao fazer o universo, copiou de modo invertido o mundo divino, seria preciso inverter toda a ordem natural deste mundo para compreender o divino. Daí muitos deles praticarem a inversão sexual. Leonardo de Vinci, seguidor de doutrinas herméticas e gnósticas de Marcílio Ficino e do Hermes Trimegisto, gostava de escrever em sentido inverso, e era homossexual.
De qualquer modo que seja, cremos que não se deve dar maior importância a essas mensagens ocultas, porque, hoje, as letras de Rock dizem coisas muito piores de modo explícito, direto e descarado. Adiante veremos isto.
Inicialmente, o Rock se apresentou como militantemente ateu.
Os Beatles, por exemplo, a princípio um grupo apresentado pela imprensa como simpaticamente jovem e inocente, na verdade, difundia o ateísmo.
“Nós parecemos ser anti-religiosos, provavelmente, porque nenhum de nós Beatles, crê em Deus”, declarou, certa vez, Paul Mc-Carthney.
Derek Taylor, agente publicitário dos Beatles na primeira excursão aos Estados Unidos, declarou: “Incrível! É absolutamente incrível! Quatro rapazes de Liverpool, sem cultura, ímpios, vulgares, conquistaram o mundo. É como se eles tivessem fundado um outra religião. No fundo, Anti-Cristo. Eu quero dizer isto: eu mesmo sou um anti-cristo, mas eles o são a ponto de me espantar, coisa que não é fácil”. (W. Matt, op. cit., pag. 8)
É muito provável que tais declarações tenham causado grande escândalo. Por isso, um dos componentes do grupo Beatles, Ringo Star, declarou por sua vez:
“Em todo caso, acrediteis nisso ou não, não somos Anti-Cristo. Somos somente Anti-Papa e anti-cristãos. (Walter Matt, op. cit., pag. 8)
De fato, o que se constatará no exame das letras das canções dos Rock é o ódio não contra a religião, mas contra o cristianismo, e mais, precisamente, contra o catolicismo.
Todos os conceitos teológicos expressos nas canções de Rock são exclusivamente uma negação da teologia católica. Jamais nelas se atacam crenças de qualquer seita ou religião que não o catolicismo. O que se louva nas canções de Rock é o que o catolicismo condena. O que se condena é o que o catolicismo louva e adora. A música Rock é anti-católica.
Na canção “Luxuria” do grupo francês Trust, se diz:
“Teu Deus te havia tão piedosamente edificado.
Porém, desde agora, tu estás, de novo, condenado.
Tudo o fizeste para mim tu o deves,
eu te ofereço o gozo aqui, em baixo (…)
meu fanatismo e meu rigor fizeram de ti um depravado
(…)
E desejavas mulheres, e para ti as cortejei
Depois, quiseste possuí-las
e teus fantasmas eu os realizei
Teu desejo de riqueza gerou em ti
uma série de orgias sem preocuparte com o preço.
Depois, obtiveste celebridade (…)
Fazendo de ti um perverso desesperado
porém, dede agora, estás de novo condenado”
(Apud. Luc Adrian, art. cit. pag. 10)
John Lenon proclamou:
“Christianity will go
It will vanish shrink
I need n’t argue about that,
I’m right and will be proved right
We’re more popular than Jesus Christ now
I don’t know which will go first
Rock’n Roll or Christianity”.
(“A cristandade vai acabar,
ela vai se esvaecer.
Eu não acho preciso discutir isto.
Eu estou certo e o futuro provará que estou certo.
Nós agora somos mais populares que Jesus Cristo.
Eu não sei que vai desaparecer antes,
O Rock’n Roll ou o Cristianismo”.)
E esse cantor comunista e drogado fez jovens batizados cantarem seus verso ímpios:
“Deus é um conceito
pelo qual medimos
nossa dor
(…)
Não acredito em mágica
Não acredito em Y-Ching
Não acredito na Bíblia
Não acredito em Tarot
Não acredito em Hitler
Não acredito em Jesus
Não acredito em Kennedy
Não acredito em Buda
Não acredito em Mantra
Não acredito em Gide
Não acredito em Yoga
Não acredito em Reis
Não acredito em Elvis
Não acredito em Zimmermann
Não acredito nos Beatles
Eu só acredito em mim
Em Yoko e em mim.
Essa é a realidade.
O sonho acabou”
(John Lenon, canção God)
E na canção “Descobri” ele cantou:
“Eu descobri (…) que não há nenhum Jesus caído do céu”. (Jonh Lenon, I found out)
É de espantar então que roqueiros tupiniquins o imitem?
O conjunto brasileiro Titãs compôs a seguinte canção contra a qual jamais ouvimos em São Paulo, um sacerdote protestar, contra a qual jamais a CNBB disse coisa nenhuma:
Igreja
“Eu não gosto de padre
Eu não gosto de Madre
Eu não gosto de Frei
Eu não gosto de Bispo
Eu não gosto de Cristo
Eu não gosto de amém
Eu não monto presépio
Eu não gosto do vigário
nem da missa da seis
Eu não gosto de terço
Eu não gosto do berço
de Jesus de Belém
Eu não gosto do Papa
Eu não creio na graça
Do milagre de Deus
Eu não gosto de igreja
eu não entro na igreja
Não tenho religião (Igreja)
Os pensamentos são ímpios e blasfemos. Os versos são literalmente miseráveis.
A música com que se os canta é bruta e vulgar: gritos sincopados sem qualquer valor artístico.
Mas a CNBB não protestou. A CNBB se calou. Mas a CNBB e os padres modernos fazem tocar Rock nas suas novas missas-comícios-shows.
Há uma canção com letra de Sandra S. Coutinho e música de Sandra e Ana do grupo Mercenárias, intitulada Santa Igreja .Trata-se de blasfêmias e palavrões, motivo pelo qual recusamos reproduzi-la.
Em outra canção intitulada Fátima, de Flávio Lemos e Renato Russo, se canta:
“Três crianças sem dinheiro e sem moral
Não ouviram a voz suave que era uma lágrima
E se esqueceram de avisar pra todo mundo
Ela talvez tivesse nome e era Fátima!
E de repente o vinho virou água
E a ferida não cicatrizou
E o limpo se sujou
E no terceiro dia ninguém ressuscitou”
É uma negação explícita da ressurreição de Cristo e de seus milagres… mas é Rock. É o “poder jovem” que canta… Nesse caso a CNBB também não teve o que dizer. Quando foi que o vinho de boa doutrina virou a água suja da heresia?.
As músicas de Rock, que começaram suaves, falando em sonho, acabaram tratando apenas de temas de pesadelo. Um exame mesmo superficial das letras de Rock impressiona pela enorme frequência com que aparecem termos de conotação pessimista. Angústia, horror, desespero, punição, morte, tortura, medo e terror, incompreensão e irracionalidade, opressão e tirania, violência e assassinato. Esses são temas comuns nas canções de Rock. São letras mostram o quanto “the dream is over”, como disse John Lenon.
Os nomes dos grupos evidenciam também a tendência para o horror: Sepultura, Ratos de Porão, Garotos Podres, Três Ratos Cegos (nome do grupo de Rock de Bill Clinton quando era jovem), Black Sabbath, Possessed, Venom, etc. É evidente que tais expressões revelam uma enorme frustação com a vida e uma posição de incompreensão do mundo. A cosmovisão refletida nas letras de Rock é pessimista e negativista. O mundo seria mau em si mesmo e o seu Criador, por isso mesmo, seria mau. Fica aberta assim a porta para a gnose e para o satanismo.
Com efeito, a grande pergunta que, mal respondida, leva à gnose é: “unde malum?”. Não compreendendo que o mal é apenas uma carência do bem e da ordem que deviam existir, a mentalidade gnóstica tende a ver o mal como um ser, como uma substância. Daí a admissão do dualismo: um deus mau seria responsável por tudo que há de errado, de mau e de feio no mundo. Esse seria o Deus Criador, apresentado como o Deus bom pela Bíblia. Seu inimigo, Satã, passaria a ser, então, o deus bom.
É claro que essa mentalidade gnóstica não se apresenta em todos os autores de Rock doutrinariamente elaborada. Em alguns é apenas uma tendência.
Exemplo dessa mentalidade tendente à gnose se tem, por exemplo, na canção “Cobaias de Deus”, de um cantor que se vangloriava de seu homossexualismo (Cazuza).
“Se você quer saber como eu me sinto
Vá a um laboratório, ou um labirinto
Seja atropelado por esse trem da morte.
Vá ser as cobaias de Deus.
Andando na rua, pedindo perdão
Vá a uma igreja qualquer
Pois lá se desfazem em sermão.
Me sinto uma cobaia, um rato enorme
Não mãos de Deus mulher,
De um Deus de saia
(…)
Nós somos cobaias de Deus
Nós somos as cobaias de Deus
Me tire dessa jaula, irmão, não sou macaco
Desse hospital maquiavélico”
(Canção de Cazuza e Angela Rô Rô).
Para o autor dessa letra, o mundo é um hospital, de um deus maquiavélico que se diverte com o sofrimento dos homens, tratando-os como cobaias.
O pensamento gnóstico mais elaborado para o nível Rock – nível brasileiro, entenda-se, – é encontrado, por exemplo, na canção “Guita”, de Raul Seixas e Paulo Coelho.
Nela se lê:
“Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada
(…)
Eu sou os olhos do cego
e a cegueira da visão
(…)
O filho que ainda não veio
O início, o fim e o meio”.
O próprio título da canção alude ao Baghvad Gita, famoso livro esotérico indu. Paulo Coelho é conhecido autor de livros esotéricos para semi-intelectuais e madames que não têm o que fazer depois do almoço. A letra citada apresenta um pensamento claramente dialético – que afirma a igualdade dos contrários – e gnóstico. Nela se afirma que o homem e Deus se identificam, e que os princípios de identidade e de contradição devem ser repudiados.
Toda gnose, repudiando o ser, tende logo explicitamente ao culto de Satã. O Rock não fugiu dessa lei e os roqueiros não escondem suas tendências satanistas; antes, as proclamam.
O famoso cantor que respondia pelo nome de Alice Cooper (Vincent Fournier) declarou o que segue:
“Há alguns anos, eu fui a uma sessão espírita na qual Norman Buckley suplicou que o espírito se fizesse ouvir. O “espírito” finalmente se manifestou e me falou. Ele me prometeu, para mim e para meu grupo musical, a glória, o domínio mundial da música Rock e riqueza em abundância”.
“A única coisa que ele me pedia em troca era a de lhe entregar meu corpo para que este espírito tomasse possessão de mim. Em troca da possessão de meu corpo, eu fiquei célebre no mundo inteiro. Para fazer isso, eu tomei o nome pelo qual o “espírito” se tinha identificado durante a sessão. Eu sou pois conhecido mundialmente. Vocês desconfiam qual é esse nome? Alice Cooper”. (Apud Pe. J. P. Regimbal, op. cit., pag. 24-25)
O célebre líder dos Rolling Stones, Mick Jagger, se consagrou a Satã na seita maçônica “Ordem da Golden Downe” (a mesma que organizou o nazismo), que era, ela mesma, uma filial dos Iluminados. É assim que Mick Jagger pessoalmente se considerou “a encarnação de Lucífer”. Três de suas canções o afirmam explicitamente: “Simpathy for the Devil” , “To their Satanic Majesties” e “Invocations of my Demon Brother”. (Pe. J. P. Regimbal, op. cit., pag. 25). Jagger foi autor do termo “Invocation of my Demon Brother” para “Lucifer rising”. Richard Oldham, que foi “manager” dos Rolling Stones afirmou: “Há mestres de Magia Negra que nos julgam servos de Lúcifer (?) e inconscientemente. Outros creem que nós mesmos somos Lúcifer”. (Apud. R. Laban, op. cit., pag. 104)
Ozzy Osbourn, que liderou o grupo Black Sabbath, foi iniciado no satanismo no castelo do bruxo Aleister Crowley. (cfe. Luc Adrian, art. cit.), confessa muito candidamente que jamais compôs uma música sem estar em transe mediúnico. “Parece-me, (diz ele) que sou um médium de uma potência extrínseca a mim mesmo. Eu espero que não seja o poder daquele que eu temo: Satã.
Há um poder sobrenatural que me usa para escrever o Rock’n Roll. Espero que este poder não seja o do diabo, Satã, mas…” (Pe. J. P. Regimbal, op. cit., pag. 26). Osbourn afirma que “nosso auditório está sob a influência de um poder infernal, é o que explica o nosso êxito. (Apud. Luc Adrian, art. cit.)
Também Elton John declarou que “jamais compôs ou cantou um única canção que não tenha sido escrita em linguagem de feitiçaria. (Idem, pag.26)
Steve Martin, representante do grupo Slayer, confessou: “cada membro (do grupo Slayer) estudou o satanismo tão a fundo, que ele representa, hoje, uma parte vital de nossa sua existência”(Apud. Luc. Adrian, art. cit., pag. 10). Um crítico de Rock, comentando a música do grupo Slayer e sua conduta disse: “Slayer optou deliberadamente por textos satânicos (…)”(Apud. Luc Adrian, art. cit.).
Do próprio John Lenon se diz que fez um pacto com o diabo para que suas músicas tivessem sucesso. Segundo declarou Tomi Sheridan, cantor que os Beatles acompanhavam no início de sua carreira, John Lenon lhe confessou: “Sei que os Beatles terão um êxito como nehum outro grupo teve. Eu o sei exatamente porque, fará isso, vendi minha alma ao diabo”. (Apud. René Laban, Música Rock y Satanismo, Pop Magazine No. 23, 1976, Ed. Arco Iris, México 1989, pag. 12). Ele mesmo disse em sua “última entrevista”: “não quero vender minha alma ao diabo, de novo, para ter um disco de sucesso”. (Jonh Lenon, Editora Três, São Paulo, maio de 1989, pag. 
E nessa mesma revista se publica, à página 38, a seguinte canção de John Lenon (Scared – Apavorado):
“Estou apavorado, apavorado, apavorado
Estou apavorado, tão apavorado
Estou apavorado, apavorado, apavorado
Enquanto os anos se vão
E o preço que paguei
se desmancha como palha
Você não tem que sofrer
É o que é
Nem o sino, nem o livro, nem a vela
podem tirar você disso, oh não.
(…)
Cada dia de minha vida
Não faço mais que sobreviver
Só quero continuar vivo.
Você não tem que se preocupar
Com o paraíso ou o inferno
Dance com a música apenas
Você faz isso tão bem, tão bem!
ódio e ciúmes vão ser a minha morte
Eu creio que sabia disso desde o começo
(John Lenon, canção Scared (Apavorado) – trad. de Editora Três, pag. 38, o sublinhado é nosso).
Desses textos se depreende claramente o que pode significar o assassiinato do ex-líder dos Beatles por um de seus fãs, que mantém correspondências com o bruxo Charles Manson, o assassino da atriz Sharon Tate num ritual satânico.
Na capa do disco Reflection – do grupo Black Sabbath – se lê: “Você, pobre tolo, você que está segurando este disco em suas mãos, saiba que com ele você vendeu sua alma, porque logo ela estará presa neste ritmo infernal, pela força diabólica desta música. E esta mordida de tarândula da música fará você dançar sem parar”.
É de espantar então que se diga que um concerto de Rock pode ser comparado a um ritual? “Um concerto de Rock, de fato, não é nada diferente de um ritual… No concerto Led Zeppelin, o objetivo é obter energia para os músicos e para o público. Para conseguir isso, precisamos captar fontes de forças mágicas, por mais perigoso que isso seja”. [Jimmy Page, guitarrista líder do Led Zeppelin - Basílea Schlink, Rock Music - Woher, Wohin? ( Música Rock de onde vem - aonde vai?) 1a. edição alemã 1989 - Curitiba 1990, pag. 15]
Vejamos, então, algumas canções que comprovam o satanismo da música Rock:
“Prince of Darkness” (canção de Alice Cooper)
“Um anjo caiu da glória do céu em uma noite tempestuosa
Ele despreza a Terra para reinar no inferno
Ele teme a luz
Ele teme a verdade
Ele teme aquilo que vai ocorrer
Ele escarra na vida
Ele escarra em Deus
Ele escarra a morte para você e para mim
Príncipe das trevas
que examina o mundo com olhos famintos
Príncipe das trevas
Pronto para batizar você na mentira
Coração do mal, alma da escuridão
Príncipe das trevas.
Ele viu que o homem era apenas uma criança
com mentalidade infantil
Ele jurou danar a criação de Deus
Ele vive para o ódio
Ele vive para as lágrimas
Ele vive para exaltar seu nome
Ele conheceu a luz
Ele conheceu o Um
Que foi crucificado em dores
Príncipe das trevas
que examina o mundo com olhos famintos
Príncipe das trevas
Pronto para batizar você na mentira
Príncipe das trevas
Ele cheira a respiração
do doce humano
Príncipe das trevas.”
Será preciso dizer quem é esse Príncipe das trevas?
É de espantar, depois disso que, no Brasil a música “Rock do diabo” da dupla esotérica Raul Seixas – Paulo Coelho, diga que “o diabo é pai do Rock”?
O grupo Venom canta os seguintes verso na canção “Satanachist”:
“Eu prego os caminhos de Satã
Responde a seus chamados
Eu transcrevo manuscritos
de antigos pergaminhos latinos
No meu sacrário, o meu averno
Eu vejo os portões do inferno
bem guardados por Corozon
Almas torturadas lá residem
(…)
Eu sou o destruidor das almas
caminhando sem medo
A noite está cheia de almas
em êxtase coral
A sarabanda da morte
Sempre me seguirá”.
Por sua vez o grupo “Possessed” canta a canção que tem o seu nome:
“Olhe para meus olhos se você puder ver
O fogo está queimando dentro de mim
O fogo aí queima, fogo aí queima
Olhe para as crianças, olhe para meus olhos
Olhe para mim, filho de Satã
Nascido do mal então profanado
Trazido à vida através de um nascimento satânico
Criado no inferno, para viver na terra
Vem e olhe para mim e eu lhe mostrarei!
coisas que abrirão seus olhos
Vem e escute-me eu lhe contarei
coisas que tornarão sua mente doente
Eu bebo o vômito dos padres
faço amor com a meretriz moribunda
Eu sugo o sangue da besta
eu seguro a chave da porta da morte
(…)
Teu exorcismo só poderá falhar
enquanto o crucifixo queima minha carne
(…)
Eu sou possuído por tudo o que é mau
eu peço a morte de teu Deus
eu escarro sobre a Virgem que você cultua
e me sento à mão esquerda do senhor Satanás
Eu não me preocupo com os padres que estão gritando
Eu respondo ao chamado de Bafomet
(…)
Os meios não são nada para mim
Eu estou votado pelo senhor Satanás ao mais fino mal
Para destruir tudo o que os mortais mais amam
Satã com meu senhor encarnado
Louvor ao meu ímpio anfitrião
Olhe para meus olhos
A letra da canção “Holy Hell”, do grupo Possed, diz:
“Santo inferno , morte para nós
Satã cai, prazer infeliz
A água do diabo, começa a fluir
Nosso pacto está à mão
Devemos ir para a terra de Satanás
Roguemos pela morte, gritem pela vida
A morte sopra, soprará nossa vida
Ele nasceu filho de Satanás
e para a morte está votado
Dias de ódio e dias de sofrimento
termo sem fim do reino de Satanás
Sonhos sem fim, na noite
Sono eterno, eterno pavor
Cruzes profanadas, Oh! Missa Negra
o reino de Satanás para fim por fim.”
A canção “Pacto” do grupo Trust faz os jovens cantarem estas palavras infernais:
“Renuncia a teu Deus, à tua fé, a suas leis
Derrama teu sangue e assina em baixo
Eu te dou minha marca se tu assinares meu pacto
(…)
O sabbath para mim foi celebrado
em honra de meu pacto e do sangue derramado
Eu estarei protegido por dez anos
Serei rico, célebre e adulado”
(Apud. Luc Adrian, art. cit, pag. 10)
Canção: “Pacto de Sangue” (Grupo Venom).
“Escuta meu chamado, eu te faço um sinal
Vem a mim , prostituta,
Põe tua confiança em Satanás
Cai de joelhos
Cavalga comigo as chamas
Os abismos eternais do inferno
Entrega-me teu corpo
Eu tomarei tua alma
(…)
Espírito atormentado … Eternidade
Escravo de Satã … Força do mal
Eu arrebato teu espírito … Encadeado …
Gosto de sangue … Pacto de sangue … Pacto de sangue
Renuncia por mim a toda religião
Oferece-me um sacrifício
Assina o pacto de sangue
cavalga a montaria de Satã
Satisfaz teu desejo
Despreza a cruz que eles carregam …
Desce até o fundo do inferno
Sê meu escravo
Dessacraliza tua alma virgem
eu te tomo sobre meu túmulo
Sente a concupiscência que faz voar
tua alma em estilhaços
Enquanto que eu te fecundo com minha sentença
Eu deixo a minha marca sobre a tua carne
e te chicoteio até o sangue
Sacrifica-me teu corpo e tua alma
Tu estás para sempre condenado ao inferno, para sempre.
É voz corrente que a sigla denominativa do grupo Kiss significa: Knights in Satan Service – Cavaleiros a serviço de Satã. Consta que a divisa desse grupo é: “Nosso Deus é Lúcifer”. Na canção “The God of Thunder” ( O deus do Trovão) eles cantam:
“Fui educado por um demônio
preparado para reinar como “aquele que é” (…)
“Eu te ordeno para por-te
de joelhos diante do
deus do Trovão, o deus
do Rock’n Roll”
(Apud. Luc Adrian, art. cit.)
Canção: “Demoníaca” (Grupo Kiss).
“Faz o que você quiser
esta é a lei sagrada
Igreja do inferno,
a morte é um reino
presta juramento : você deve matar
Chama a força por meio de encantamento de morte
A Virgem está sobre o altar
O sacerdote da morte empunha o cetro do destino
A criatura está possuida pelo mal
O anjo de morte é enviado para matar
O trabalho dos demônios começou
Entregai-vos, sem distinção de sexo, ao amor
Fazei o que quizerdes: é a nossa lei.”
É curioso, nessas canções , que nelas acha-se um concepção do inferno e do demônio inversa e paralela à da Igreja Católica. Cultua-se o demônio atribuindo-lhe , em sentido positivo, tudo o que a Igreja Católica dele diz em sentido negativo. Noutras palavras, o Rock adora e exalta o que o Catolicismo abomina e condena, e condena e abomina o que a Igreja exalta e adora. Por isso o Rock manifesta ódio especial contra o Catolicismo. Aliás, a tristemente famosa Nina Hagen declarou certa vez: “Os caminhos são infinitos. O único que não é válido é a religão católica”. (Apud. R. Laban, op. cit., pag.99)
O famoso cantor Axel Rose se apresenta nos shows – como fez em S. Paulo – usando uma camiseta onde aparecia Cristo morto na cruz com a legenda “Kill your idols” ( Mate seus ídolos) (cfe. ESP. – 17-12-92 . Caderno Cola. pag. central dupla).
Canção: A Chama do Anti-Cristo
“A igreja de Cristo gera ódio
os fogos do inferno renascerão
As forças de Satanás caem em cascata
para fazer perecer o sacerdote da mentira
Satã busca sua vingança,
A chama do Anti-Cristo
Sem misericórdia, sem arrependimento
(…)
Os clarões soam o toque da morte
O pânico se desencadeia
O sacerdote consagrado reza em vão
Doravante sopra o vento da morte
Na música “The Cath”do grupo Mercyful Fate se faz uma apostasia explícita do cristianismo:
“I deny Jesus Christ the receiver
And i abjure the christian Faith
Holding in contempt all of it’s works”
(“Eu renego Jesus Cristo, o sofredor
e eu abjuro a fé cristã
Mantendo em contestação todas as suas obras”.)
Ou ainda:
Canção: Rotting, do grupo Sarcófogo
“Your hope is vain
He will never come back
Jesus now burns in pain
Cause he found death
Jesus is tot linh
Jesus now died”.
(“Sua esperança é vã
Ele nunca vai voltar
Jesus agora arde em dores
Porque ele encontrou a morte
Jesus apodreceu
Jesus agora morreu”)
Outra canção renega o céu e o cantor proclama Satanás como o único Deus:
“If you say heaven,
i say a castle of lies
you say forgive him
i say revenge
My sweet Satan
you are the one”.
(“Se voce disser céu,
eu digo um castelo de mentiras
voce diz perdoa-o
eu digo vinga-o
Meu doce Satã,
Voce é o um , o único”.)
(Música “Come to Sabbat” do grupo Mercyful Fate).
Bem famosa é a canção “Simpathy for the Devil” de Mick Jagger e Keith Richard, cuja letra diz:
“Permita-me apresentar-me,
sou um homem rico e de bom gosto
tenho estado por aí há muitos, muitos anos.
Tenho roubado a alma e a fé de muitos homens.
Estava por perto quando Jesus Cristo teve seu momento de dúvida e de fé.
Assegurei que Pilatos lavasse suas mãos e selasse Sua sorte.
Prazer em conhecê-lo,
Espero que voce advinhe meu nome.
O que o está intrigando é a natureza de meu jogo.
Eu estava em S. Petersburgo quando vi que era a hora de uma mudança.
Matei o czar e seus ministros
Enquanto Anastácia gritava em vão.
Dirigi um tanque
Tinha o cargo de general
Quando a blitzkrieg rugiu e os corpos apodreceram
Prazer em conhecê-lo
Espero que advinhe meu nome
Observei com prazer quando seus reis e rainhas caíram
durante dez décadas.
Por causa dos deuses que fizeram
Gritei: “Quem matou os Kennedys?”
Foi você e eu.
Prazer em conhecê-lo
Espero que advinhe meu nome
Como todo policial é um criminoso
e os pecadores, santos
Chame-me apenas Lúcifer
Porque preciso de algum freio
Então se me encontrar seja cortês
Seja simpático e de bom gosto
Use toda sua bem aprendida polidez
Ou então farei perder a sua alma”
Curioso… muito curiosa letra… Na qual se atribui a Lúcifer a morte de Cristo, o assassinato do Czar, as deposições dos reis e a defesa dos criminosos… Talvez alegando direitos humanos…
Na Guerra com Satanás
“Danação mergulhou profundamente suas garras no ventre da utopia
Perdendo em grandes borbotões pureza virginal e beatitude
O trono de ouro do tetragrama está em fogo
Sua majestade Satanás senta-se presidindo soberbamente
As cerimônias desenvolvem cenas de blasfêmia, de luxúria, e de
destruição
profanando a Santa Trindade
o Sabat carrilhona os ares com paródias
grotescas e insanidades
Os céus exalam seu último sopro
Gabriel e seus arcanjos caem no fundo do
inferno, negro e deserto
Suas asas quebradas
manchadas de sangue , estorricadas pelo fogo
furiosos, caídos , despedaçados…
No fundo dos corações atormentados, uma
presença invisível gera
pavores , jamais sentidos anteriormente,
de cólera e de ódios mortais”.
Canção: Lutem com a besta – Fight with the beast (Grupo Venom)
“Trazendo a marca de um demônio do inferno
o dragão é precipitado sobre a terra
E procurando vingar-se da mulher
Satã desencadeia sua cólera
Os anjos da morte são os aliados do ódio
Os chacais destroem a cruz
Desgraçados os mortais que ousam lutar com a besta
Um ataque violento contra a fé cristã
As legiões de satanás estão em guerra
Substituindo a cruz pela marca da besta
o reinado de Jesus acabou
demônios do inferno, Armagedon está aqui
impedindo a vinda de Cristo
abandonai agora vosso Deus
Satã é rei
Os nazarenos não se levantarão jamais!”

CONCLUSÃO

“Os nazarenos não se levantarão jamais”.
Esse é o grito apóstata que o Rock faz jovens católicos cantarem.
É evidente que muitos jovens , que apreciam o Rock, dirão que não aceitam esse Rock satânico, e nem o que se chama de Rock pesado. Este argumento procede tanto quanto o do drogado que afirma não aceitar cocaína, mas apenas drogas leves. Quem é viciado em drogas leves é um toxicômano. Normalmente caminhará até o uso de drogas pesadas. Ora, o vício em drogas leves também é vício, também é condenável. O Rock satânico ou pesado explicitou, em termos claros, o que estava subjacente no ritmo alucinante – e por isso irracional – e na magia do Rock, desde o seu início. O repúdio da razão e a colocação da sensação como valor a ser buscado por si mesmo significavam um repúdio da sabedoria que o homem alcança, sobrenaturalmente com a graça, e naturalmente por meio de sua inteligência. O repúdio da razão propagado pelo liberalismo e pelo romantismo significava uma recusa da verdade. E a verdade é Nosso Senhor Jesus Cristo. “Ego sum Veritas, via et vitam” (Jo). É de estranhar que esse repúdio de Verdade – Cristo – acabasse conduzindo ao Satanismo?
O Rock nos parece então um gênero musical intrinsicamente mau. Não é possível aceitá-lo. A Igreja teve censuras graves contra outros ritmos modernos como valsa e o tango. Que diria S. Pio X do Rock? E como consideraria ele os sacerdotes que querem utilizar esse ritmo satânico até nas missas para atrair os jovens?
O que atrai as almas é Cristo. “Quando eu for levantado atrairei tudo a mim” disse ele (Jo).
Não é permitindo aos jovens entregarem-se às sensações mais baixas que se os elevará até a santidade e se os levará ao céu.
Para salvar a juventude de nossos dias é preciso fazer com que ela ame a beleza verdadeira da boa música, reflexo da beleza infinita de Deus. É preciso fazer a juventude amar o heroísmo e o sacrifício – isto é a cruz de Cristo – e não entregá-la ao prazer. É preciso fazer com que ela ame a verdade, para que tenha sabedoria. Só assim novos nazarenos se levantarão.
Deus, que é capaz de fazer das pedras filhos de Abraão, é também capaz , em sua onipotência misericordiosa de transformar essas pobres almas dos jovens de hoje entregues a Satanás, em novos nazarenos. Que a Virgem Rainha de toda formosura, realize. muito em breve esse milagre.

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